Ao falar no ano 1885 a um auditório no Tremont Temple em Boston, Mary Baker Eddy abordou questões que dizem respeito à sua descoberta da Ciência Cristã
Christian Science (kris´tiann sai´ennss). Formulou perguntas e depois as respondeu. Uma das perguntas era: “Como é que a cura na Ciência Cristã se realiza?” Miscellaneous Writings, p. 96;
Aqueles que se voltam para esta Ciência a fim de obter cura freqüentemente formulam a pergunta: “Como é que a cura se realiza?” O que realmente estão perguntando é: “Como posso demonstrar o poder curativo desse ensinamento? Como posso utilizá-lo eficientemente na minha própria vida?” A Bíblia e as obras da Sra. Eddy fazem com que o como da cura-pela-Mente seja compreensível e demonstrável. E aqueles que investigam esse tema interessante e compensador descobrem logo que ele, certamente, não é uma forma de controle da mente ou de cura pela fé. A Sra. Eddy começou sua resposta à pergunta formulada, corrigindo o conceito de que a cura pela Ciência Cristã seja uma espécie de transmissão de pensamento. Pelo contrário, ela é verdadeira cura-pela-Mente; é a ação da Mente divina sobre o modo humano de pensar e de viver. Difere radicalmente do controle da mente ou da cura mental, os quais esperam que a mente humana corrija a si mesma ou que se desemaranhe de seus próprios enganos e dificuldades.
A Sra. Eddy compreendia como a Mente divina cura o pensamento e os corpos humanos. Explica-o claramente quando aborda algumas das curas físicas que ela efetuou instantaneamente pela compreensão de que o infinito Deus não reconhece doença. Diz: “Certas proposições que se provam por si mesmas afluem ao meu pensamento em expectativa, em conexão com essas experiências; e eis uma destas convicções: que o reconhecimento da perfeição do infinito Invisível confere um poder inigualável.” Continua: “Um ponto incontestável na Ciência divina é que, por ser Deus Tudo, a compenetração desse fato dissipa até mesmo a sensação ou a consciência de pecado, e nos aproxima de Deus, revelando os fenômenos mais elevados da Mente-que-é-Tudo.” Unity of Good, p. 7;
Então o como da cura-pela-Mente tem de incluir alguma compreensão da natureza da Mente-que-é-Tudo, senão seria impossível conseguir alguma compreensão de sua perfeição infinita. O termo Mente, como se acha definido na Ciência Cristã, designa Deus, a fonte de toda inteligência e vida. A Mente divina é a criadora de tudo quanto verdadeiramente existe, e suas criações vivem e se movem para sempre nessa Mente perfeita. Daí, vemos a Mente como a criadora, e sua manifestação infinita como a criação, cada qual perfeitamente relacionada com a outra como a Mente e suas idéias. Desse ponto de vista podemos começar a relacionar-nos com a Mente; podemos começar a ver que a Mente é a fonte de nossa inteligência, dos pensamentos corretos que nos advêm. E podemos começar a ver como isso pode ser verdadeiro também para os outros.
Quando aceitamos nossa identidade como idéias da Mente, isso nos proporciona uma visão inteiramente nova de quem somos e do que somos. De maneira prática, e sensata, podemos começar a obedecer a recomendação bíblica: “Que haja em vós aquela mente que havia também em Cristo Jesus.” Filip. 2:5 (conforme a versão King James); É evidente, até mesmo do mais ligeiro conhecimento que tenhamos da vida de Jesus, que ele compreendia como se dava a cura-pela-Mente. Ele sabia exatamente o que estava fazendo quando curava. E é evidente para aqueles que fazem um estudo de sua vida que ele não pretendia ter outra vida ou consciência a não ser a divina.
Uma compreensão de como o Mestre curava foi a base da prática da cura-pela-Mente que a Sra. Eddy exercia. Pelo estudo profundo das Escrituras e particularmente pelo estudo da vida e do método que Jesus empregava na cura ela fundou o método de cura-pela-Mente empregado na Ciência Cristã. De Jesus, diz: “Não pretendia ter inteligência, ação, nem vida separadas de Deus.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 136;
Para qualquer um de nós, querer executar ou tornar prático esse modo de aproximar-se da inteligência e da vida, pode parecer inicialmente algo estranho e difícil. Por um lado, estamos lidando com verdades espirituais e por outro com situações humanas terrenas e muitas vezes difíceis. O mundo tem hoje problemas complexos e perturbadores a resolver, e todos nós, pelo menos em certo grau, somos afetados pelo mundo em que vivemos. Assim, pois, como podem essas verdades espirituais sobre nosso ser modificar a nossa vida cotidiana? Como podem curar-nos ou contribuir para a solução de nossos problemas?
Se voltamos para as explicações da Sra. Eddy de que “por ser Deus Tudo, a compenetração desse fato dissipa até mesmo a sensação ou a consciência de pecado”, torna-se evidente que a Sra. Eddy tratava mental e espiritualmente a doença ou os corpos deformados. Ela de maneira nenhuma passava por cima do mal ou o ignorava, em qualquer de suas manifestações. Em vez disso, seu método de cura-pela-Mente era um modo decisivo, eficiente, de destruir os males mentais e corpóreos. O como de suas curas consistia em levar o pensamento para mais perto de Deus e de Sua infinita perfeição, e assim produzir na vida humana a manifestação mais alta possível da perfeição, inclusive libertando essa vida da prisão que a doença e o sofrimento lhe haviam imposto.
Será então este um método que qualquer um de nós pode seguir? Será que podemos efetivamente aplicá-lo a nós mesmos? Sim. E em toda faceta da vivência humana. A chave está sempre em relacionarmos a nós e aos nossos pensamentos com a pureza e a perfeição da Mente divina. Isso nos conduz para mais perto de Deus e produz a cura perfeita exatamente aí onde estamos agora.
Um dos aspectos mais animadores e compensadores desse método é a resposta dada às perguntas: “E quanto ao mal?” “Como podemos ignorar o mal quando ele é tão evidente no mundo de hoje?” A Ciência Cristã não ignora o mal ou as muitas maneiras em que ele parece real. Ignorá-lo não curaria de maneira nenhuma nem corrigiria aquilo que está perturbando e amedrontando. Mas existe uma resposta científica para essa questão do mal. E logo descobrimos, ao aplicar as verdades da Ciência Cristã, que o mal não está sendo ignorado; está sendo destruído!
O resultado de pensar a partir do ponto de vista da única e perfeita Mente vem a ser o extermínio de falsas crenças, de doença, pecado e morte. A Sra. Eddy também compreendia claramente como responder à pergunta a respeito da origem do mal e de sua presumida realidade. Diz: “A única resposta correta à pergunta: ‘Quem é o autor do mal?’ é a declaração científica de que o mal é irreal; que Deus fez tudo o que foi feito, mas que Ele nunca fez o pecado ou a doença, quer um erro da mente, quer do corpo.” Christian Healing, p. 9;
E assim torna-se-nos mais fácil compreender por que os estudantes da Ciência Cristã podem aceitar e provar a verdade de que “por ser Deus Tudo, a compenetração desse fato dissipa até mesmo a sensação ou a consciência de pecado”. A Ciência da cura-pela-Mente baseia-se no fato de que a Verdade é a realidade e o erro a irrealidade, como pensamento e também como manifestação. À prática da cura-pela-Mente prova que a Mente, a única Mente que o homem tem, que você e eu temos, nunca erra. Quando compreendemos que em realidade não existe pensamento errôneo ou pecado, não pode haver nenhum efeito do pensamento errôneo na nossa vida, nenhum ato pecaminoso ou condição corpórea doentia. O que cura na Ciência Cristã é o reconhecimento da perfeição absoluta de Deus e do homem, da Mente e de sua manifestação.
Alguém que segue honestamente o modo da cura-pela-Mente logo descobre que esse método não pode ser simplificado em excesso. Descobre que a Ciência da cura-pela-Mente lhe impõe exigências. Quer seja um praticista a trabalhar para curar outra pessoa, quer um indivíduo que procura ser curado, a cura-pela-Mente na Ciência Cristã requer que o estudante aceite a verdade com respeito à perfeição e à totalidade da Mente divina e que viva tão fielmente quanto possível de acordo com essa verdade. Descobre que isso requer disciplina do pensamento. Requer discernimento e rejeição daquilo que é falso e inverídico, tal como a crença em muitas mentes, em mentalidades más, em pensamentos ressentidos, raivosos ou receosos. Descobre, também, que precisa manter seu pensamento livre das imagens de doença que hoje em dia tendem a ocupar a atmosfera do pensamento humano. Quando nos identificamos como a expressão da Mente divina e perfeita torna-se possível manter o pensamento livre de imagens de doença, e do medo que provém de se ficar acalentando ou ruminando nomes e sintomas de doença. S. Paulo, esse cristão intrépido, conhecia a base do pensar correto. Sabia que está ao nosso alcance pensar corretamente, pois acaso não apontou ele o caminho quando disse: “Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” 2 Tim. 1:7. ?
Torna-se mais natural ter uma mente sadia, livre de medo, e expressar poder espiritual e amor, quando reivindicamos a Mente divina, Deus, como a nossa Mente. Descobrimos cada vez mais que as imagens de pensamento reais para nós são as que procedem de nossa fonte divina — Deus. Logo damo-nos conta de que Deus, Mente divina, é verdadeiramente aquele que cura. Assim como a Sra. Eddy descobriu, também nós veremos como a cura-pela-Mente se realiza — a cura é a compenetração da verdade de que Deus é Tudo. Quando aceitamos e vivemos essa verdade, ela nos leva para mais perto de Deus e produz “os fenômenos mais elevados da Mente-que-é-Tudo”. E isso traz consigo a cura perfeita.