Se ultimamente você vem sendo submetido a duras provas, lembrese das experiências de S. Paulo! “Fui três vezes fustigado com varas, uma vez apedrejado, em naufrágio três vezes, uma noite e um dia passei na voragem do mar; ... em trabalhos e fadigas, em vigílias muitas vezes: em fome e sede, em jejuns muitas vezes; em frio e nudez.” 2 Cor. 11:25, 27;
No entanto esse mesmo apóstolo disse também: “Tudo posso naquele [Cristo] que me fortalece.” Filip. 4:13; Ao reconhecer que sua identidade real pertencia à Mente divina, Paulo recorreu ao vigor e domínio da Mente para sustentá-lo e aparelhá-lo para continuar ajudando os outros.
Sobrepor-se às dificuldades implica enfrentar a adversidade e os desafios. Por certo este versículo do fornece uma base espiritual para que possamos nos sobrepor eficazmente às dificuldades: “Disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio....” Gênesis 1:26; Possuímos domínio porque na natureza eterna do ser verdadeiro somos a imagem de Deus, refletindo Sua supremacia, Sua ordem e Seu controle. Ao entendermos esse ponto seremos capazes de exercer domínio. Conseguiremos triunfar em qualquer situação adversa e fazer o que precisa ser feito.
Não foi este o domínio que Cristo Jesus demonstrou de maneira incomparável durante o seu ministério? A vida da Sra. Eddy e a contribuição que ela deu ao mundo comprovaram também que perceber o controle que tem a Mente sobre o homem e o domínio que este possui por reflexo capacitam-nos a sobrepujar as dificuldades. Pense nisso! Qualquer um pode demonstrar seu domínio inato, alinhando o pensamento com a Mente divina.
Durante a Guerra do Vietname, um jovem comandante naval que era Cientista Cristão, entendeu com tanta clareza o poder da compreensão espiritual sobre as condições materiais que pôde sobrepor-se a uma prova muito dura. Capturado em território inimigo, passou seis anos e meio no ambiente tenso e sórdido de um campo de prisioneiros. Eleito pelo grupo de sessenta prisioneiros como seu oficial superior, esforçou-se para manter-lhes o moral elevado e ajudou-os a permanecer unidos mental e fisicamente. Estando privado de sua Bíblia, do livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy, e de toda e qualquer literatura da Ciência Cristã, dependeu unicamente da comunhão direta com a Mente divina e do que podia lembrar-se dos seus anos de preparo espiritual no lar e na Escola Dominical da Ciência Cristã.
Às vezes passava acordado várias horas da noite, relembrando frases ou trechos da Bíblia, do Ciência e Saúde e do Hinário da Ciência Cristã para usá-los no dia seguinte. De manhã sempre dispunha das idéias necessárias, que acalentava como mensagens vindas de Deus. Estas linhas de um hino de autoria da Sra. Eddy lhe ocorriam muitíssimas vezes:
Praia estranha a palmilhar,
Lido em solidão,
Quero pela porta entrar,
Onde os Teus estão.Hinário da Ciência Cristã, nº 304;
Quando foi descoberto que ele dera início a um coral entre seus companheiros, que realizava reuniões de oração e que a pedido dava conselhos espirituais, o oficial foi confinado a uma célula solitária e duramente torturado. Foi, porém, sustentado por sua fé no poder de Deus, o bem, como o foram muitos outros homens à sua volta. Lembrava-se bem das palavras que se achavam escritas nas paredes do salão da Escola Dominical, sendo da Bíblia: “Deus é amor” 1 João 4:8;, e do livro Ciência e Saúde: “O Amor divino sempre satisfez e sempre satisfará a toda necessidade humana.” Ciência e Saúde, p. 494; Sabia poder suportar até mesmo essa provação por ter compreendido o poder de Deus para cuidar dele e sustentá-lo.
Nossa Líder, a Sra. Eddy, também conheceu os reclamos da existência humana, e seu claro reconhecimento do poder de Deus para sustentar os Seus lhe deu domínio sobre as dificuldades. Com uma profunda convicção que nos reconforta hoje, escreve: “... O Princípio do cristianismo é infinito: na verdade, é Deus; e este Princípio infinito faz exigências infinitas ao homem, e esses reclamos são divinos, não humanos; e é Deus que dá ao homem a capacidade de atendê-los; pois, sendo Sua semelhança e imagem, é forçoso que o homem reflita todo o domínio do Espírito — a saber, sua supremacia sobre o pecado, a doença e a morte.” Miscellaneous Writings, p. 16.
Finalmente, esse jovem oficial foi solto com os demais homens e voltou para casa, são e salvo. Havia provado numa base espiritual que a consciência do homem está intata para sempre. Tinha aprendido a enfrentar com êxito as tentativas com que o mal procurava destruí-lo, tal como o fizera S. Paulo séculos antes.
Como Cientistas Cristãos sobrepomo-nos ao mal em resposta à exigência divina. Negando que o mal seja genuíno e contendendo a favor da onipresença do bem, Deus, buscamos a realidade. A capacidade de sobrepor-se às dificuldades é, em essência, espiritualmente mental em vez de ser uma capacidade pessoal de modificar as circunstâncias atacando-as como se fossem realidades. Pois, para serem permanentemente eficazes, tais adaptações precisam repousar numa base espiritual.
A cada dia somos impelidos a enfrentar as crenças do mundo e a destruí-las mediante a oração. Muitas vezes temos de refutar com vigor a mentira de que o homem seja uma pessoa física sujeita à conduta certa ou errada de outras pessoas, ao ambiente material e a outras condições que não foram criadas pelo Amor divino. Para aniquilar tais crenças precisamos compreender que o homem tem uma natureza espiritual, invencível — que, de fato, o homem não depende de circunstâncias mortais.
Podemos obter a firme convicção de que não existe mente carnal que subjugue o homem, já que o homem só é governado pelo Princípio divino. Como o límpido reflexo do Princípio, o homem é sustentado pelas forças do bem, e não existem forças do mal. Ser vítima, em qualquer feitio, é uma ilusão do sentido mortal, que não corresponde à verdadeira consciência. Não existe elo algum entre o homem criado por Deus e as mentiras mortais a respeito desse homem. Manter a posição de que somos inseparáveis do Espírito nos dá confiança para lidar com o erro e para enfrentá-lo com autoridade e a certeza de triunfar.
Para o Cientista Cristão, sobrepor-se às dificuldades significa derrotar a mente mortal mediante argumentos mentais baseados nas realidades do Espírito. A crença mesmérica de que somos vítimas rompe-se quando nos apegamos ao fato espiritual de que nós e o universo estamos sob o governo do Princípio divino; que a lei, a ordem e a perfeição caracterizam tudo quanto representa esse Princípio perfeito. Assim libertos, podemos tomar a ofensiva contra o erro e vencê-lo.
Será que às vezes nos encontramos presos numa situação para a qual acreditamos não ter contribuído? Então precisamos reconhecer, compreendendo realmente essa verdade, que o Princípio divino se faz lei na existência do homem e desse modo permitir que essa lei governe nossa consciência. Cada um pode tornar-se uma lei para si mesmo ao compreender e expressar o Princípio divino. Conseqüentemente, não podemos alegar que as pessoas, a sorte, ou alguma circunstância nos impeçam a liberdade ou nos reduzam o êxito. A crença de que sejamos vítimas pede de nós resposta vigorosa e científica; e quando mente subjugamos essa crença fraudulenta, podemos esperar que as coisas mudem para melhor.
Sobrepor-se com êxito ao mal é levar uma vida cujo equilíbrio está no Espírito. Sobrepor-se triunfalmente ao magnetismo animal é perceber que, por mais fortes que os ventos do erro soprem, nossa segurança e nosso êxito residem em conseguirmos o mesmo equilíbrio espiritual que foi mantido pelo Mestre do cristianismo.
Você e eu, agora mesmo, temos a capacidade outorgada por Deus de nos sobrepormos às dificuldades. Façamos uso dessa dádiva!
    