Na Ciência Cristã a cura resulta de que se veja o homem como ele é. E o homem é aquilo que Deus expressa de Si próprio. O homem é o reflexo perfeito de Deus. O que precisa ser curado em cada caso não é uma doença ou um distúrbio tangível, mas um modo errado de ver o homem. A cura revela o conceito verdadeiro.
Não obtemos o verdadeiro conceito de homem enquanto o pensamento está focalizado naquilo que desejamos curar. Com demasiada freqüência, em nosso esforço humano para visualizar o homem real, apenas conseguimos pouco mais do que uma visão emendada de um estado pessoal ou físico discordante.
Se alguém sente dor, não basta ver-se livre da dor. O homem não é um espécime físico isento de dor. Não é nem um pouco físico. O reflexo de Deus é espiritual porque Deus é Espírito, Mente, e não matéria. Portanto, o que vemos quando percebemos o verdadeiro ser em vez do homem inverídico é uma idéia espiritual que incorpora as qualidades do Espírito infinito, isto é, sua maravilha, beleza, integridade, inteireza.
Depois de uma viagem às montanhas, que diz você? “Que viagem aprazível! Nada de acidentes, nada de problemas com o carro, nada de mau tempo!” ou: “Que maravilha! Havia picos brancos deslumbrantes, lagos de cristal azul, grandes árvores verdes, colinas onduladas recobertas de flores silvestres”, etc.? Qual destes dois comentários descreve melhor a viagem?
O verdadeiro homem é a idéia infinita da Mente infinita. Visto corretamente, é infinitamente mais belo do que as montanhas, os lagos, as árvores e as flores que se possam ver numa viagem. De fato, os objetos e as cenas da natureza apenas simbolizam as idéias espirituais da Mente divina, já inclusas no homem.
Então o que fazer quando nos encontramos numa dificuldade física? Negamo-la? Sim. Mas não paramos aí. Vemos o homem que reflete as qualidades de Deus. O homem conscientemente alegre, puro, amável, belo, sábio, harmonioso, santo. Mas não nos detenhamos aí. Essas são meras palavras, e as qualidades de Deus — de Vida, Verdade e Amor — são muito mais.
Um reconhecimento deste fato leva-nos ao ponto em que a cura se realiza — em que começamos a penetrar além do que ora sabemos e assim chegamos às idéias espirituais que ainda estamos por ver e sentir. A Bíblia diz-nos: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.” 1 Cor. 2:9; A Sra. Eddy diz: “Precisamos perscrutar profundamente o realismo, em vez de aceitar apenas o sentido exterior das coisas.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 129;
Precisamos orar, não meramente para nos vermos livres da condição aflitiva, não meramente para encontrar palavras que expressem o oposto espiritual do que a condição material apresenta, mas para ver o que ainda não foi visto. Precisamos nos tornar cônscios da Vida e de sua bondade eterna, da Verdade e de sua pureza infinita, da força dinâmica do Amor divino que forma, constitui, atrai, irradia, expressa. Precisamos ir além de palavras! Além do conceito humano que prevalece no presente. Se orarmos com um desejo irresistível de ver esse conceito sagrado de homem à imagem do Espírito, o nosso querido Pai-Mãe, que é esse Espírito, satisfará tal desejo com Seu amor e Seu poder. E conseguiremos perceber esse homem.
A cura é a correção de uma crença errada a respeito do homem. A dor é uma crença errada. A enfermidade é uma crença errada. A fraqueza, o mau funcionamento, o inchamento, a inflamação — e todos os sintomas de doença — são crenças erradas. A Sra. Eddy escreve a respeito de Cristo Jesus: “Ele comprovou que a saúde e a harmonia, a perfeição da mente e do corpo, são a realidade a respeito do homem....” Miscellaneous Writings, p. 187; Tudo o que contradiga tal realidade é uma crença errada. Quando é vista como crença e é contradita, deixa de fazer parte da consciência daqueles que a entretinham. Cessa de parecer existir.
Para corrigir uma crença errada, precisamos fazer mais do que eliminá-la. De fato, se trabalhamos apenas para eliminá-la, a crença deixa algo para trás como se fora uma cicatriz. “Aí estava,” dizemos, “mas agora se foi.” Por outro lado, se oramos para que a crença seja corrigida pela verdade de Deus, a Vida, a Verdade, o Amor, como é aparente no reflexo de Deus, o homem espiritual, a irrealidade da crença torna-se evidente. Os sintomas de doença — ou o que quer que negue a perfeição do homem — desaparecem. Nunca estiveram aí, nem nunca foram embora. Só a bondade de Deus pode ser vista, sentida ou conhecida.
O problema, então, é ver o reflexo da Vida, da Verdade e do Amor — o homem real. Resolvemos esse problema dando todos os passos ao nosso dispor visando a compreender a realidade espiritual. Nesses passos acha-se incluída a obediência aos Mandamentos dados por Deus a Moisés e explanados em detalhe por Jesus. E neles está incluído o estudo da revelação da Verdade dada por Deus à Sra. Eddy e exposta no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde.
O método que empregamos no nosso estudo e na nossa prática mostra se estamos em busca da visão espiritual, real, do homem ou se estamos meramente tentando remendar um modo de ver material. O homem espiritual é a idéia de Deus, a Mente, de quem as idéias jorram de contínuo. O homem está, portanto, surgindo continuamente — como a luz solar emana continuamente do sol. A revelação da Vida, da Verdade e do Amor no homem real tem de ser vista no jorrar contínuo de idéias que são irradiadas da Mente divina e se manifestam no homem.
Se tentarmos enquadrar essas idéias nos moldes da crença humana, talvez obtenhamos uma declaração ou um quadro bem preparado de um conceito humano de homem que rotulamos homem espiritual. Porém, a menos que nosso conceito seja o da imagem sempre renovada da Vida, da Verdade e do Amor em advento contínuo, a declaração humana não passa de um símbolo temporário e temporal. E ainda não teremos visto o homem real.
Significa isto que a cura esteja fora de alcance? Não. Significa que, se ainda não tivermos sido curados, ainda podemos chegar a um modo mais espiritualizado de perceber o homem, e a cura virá. Só podemos ficar desanimados quando pensamos que já não há coisa alguma que possamos fazer. Sempre haverá algo mais a fazer, porque sempre há mais do infinito para ser visto no homem espiritual.
Portanto, não se detenha. Não vá sequer mais devagar. A meta de cura talvez esteja mais próxima do topo da montanha do que pensávamos, mas ali está, e podemos alcançá-la. A Sra. Eddy diz: “Torna-te consciente, por um só momento, de que a Vida e a inteligência são puramente espirituais — que não estão na matéria nem são da matéria — e então o corpo não proferirá queixa alguma.” Ciência e Saúde, p. 14; A glória desse modo de ver espiritual é indescritível. Quando esse modo de ver for alcançado, a cura que ora buscamos parecerá, em comparação, sem importância. Podemos começar com rejeitar esta sugestão: “Que maravilhoso será quando eu estiver livre desta enfermidade”, e, esquecendo o eu material, considerar a alegria que traz a consciência divina, onde vemos o homem real.
S. Paulo disse: “Quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma cousa faço: esquecendo-me das cousas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” Filip. 3:13, 14. Também a nós é possível prosseguir para o alvo. A Ciência Cristã capacita-nos a seguir o exemplo de Jesus e, se persistimos, leva-nos à conquista do prêmio. Haveremos de ver o homem real e encontrar nossa capacidade ilimitada de demonstrar a verdade do ser.
