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A função curativa da lei de Deus

Da edição de março de 1980 dO Arauto da Ciência Cristã


A lei de Deus revela o que Deus é. Interpreta e demonstra a verdade do ser de Deus em termos que a consciência em qualquer parte pode compreender. Neste planeta, a consciência é predominantemente humana, e a linguagem da consciência humana envolve o conflito entre o bem e o mal. De maneira que a lei de Deus interpreta e demonstra, em termos do triunfo do bem sobre o mal, que Deus é Tudo e que Sua bondade exclui o mal.

Na realidade absoluta — no universo de Deus — Deus é o único Princípio, a única Mente, a única Alma. Tudo quanto existe está neste Princípio, Mente, Alma, e é deste Princípio, Mente, Alma; e o homem é a concepção, o produto, a emanação deste Um infinito. Portanto, na unidade de Deus e o homem, não há imperfeições, não há pensamentos ou atos não inteligentes, nem há outros “eus” senão o único Eu Sou a refletir sua própria individualidade infinita. Mas para que a consciência humana compreenda tudo isso ela precisa testemunhar o triunfo da perfeição sobre a imperfeição, da inteligência sobre a não-inteligência, da atividade do Amor sobre a evidência do egotismo patente.

Durante séculos a Bíblia tem sido, para um grande segmento da humanidade, o guia básico que conduz à fé e à esperança, porque mostra como a lei de Deus interpretou a verdade imaculada em termos humanos. Ela narra a destruição das forças egípcias quando estas perseguiam os israelitas através do Mar Vermelho; fala de Elias que não só suplantou como destruiu os profetas de Baal; de Davi a proclamar que Golias não tinha poder porque estava desafiando o exército do Senhor, e a seguir comprovou sua afirmação ao enfrentar Golias e vencê-lo, sem nenhuma armadura senão uma funda de pastor. Esses incidentes e muitos outros relatados no Antigo Testamento afirmam de maneira vívida o fato de que Deus é verdadeiramente Tudo, e que qualquer coisa que apareça para se Lhe opor, em realidade, não só é destituída de poder mas também é inexistente. Em cada caso, embora a oposição parecesse formidável, ficou provado que ela era incapaz de enfrentar o teste da verdade.

Há também casos de curas no Antigo Testamento, mas essas se verificam mais no Novo Testamento, em que Jesus curou multidões de “toda sorte de doenças”  Mateus 4:23;. E, é claro, Jesus ilustrou finalmente a completa irrealidade de todas as pretensões de que haja Princípio, Mente, Alma, diferentes de Deus. Ele permitiu àqueles que se opunham à verdade concernente a Deus e ao homem que o condenassem, zombassem dele e o crucificassem. Depois Jesus surgiu do túmulo como prova viva de que o ódio à verdade é destituído de poder e que a morte é irreal.

Não há nenhum ponto onde a resistência contra a cura pela Ciência Cristã seja mais evidente do que o ponto em que a verdade espiritual tem de ser interpretada e demonstrada em termos humanos. Quando enfrentamos essa resistência dentro de nós mesmos e compreendemos a função essencial da lei de Deus, progredimos no nosso exercício da Ciência Cristã. Em cada um dos casos em que uma cura é necessária, o fato espiritual da totalidade e da bondade de Deus é a verdade que cura. Mas aquilo que Deus revelou a Mary Baker Eddy como a Ciência do Cristo — a Ciência Cristã — é a lei pela qual este fato espiritual se traduz ao nível do humano. Ser Cientista Cristão significa ser uma pessoa que compreende e pratica a Ciência Cristã como a Sra. Eddy a define: “Como a lei de Deus, a lei do bem, que interpreta e demonstra o Princípio divino e a regra da harmonia universal.” Rudimentos da Ciência Divina, p. 1;

Pessoas de muitas crenças religiosas tiveram experiências de cura mediante a oração e pela fé, mas a Ciência Cristã mostra exatamente como Deus cura mediante Sua lei, de maneira que podemos não apenas orar e ter fé, mas também exercer a lei que cura. Esse exercício requer não apenas chegar-se para mais perto de Deus, senão lidar com a situação humana. Requer que se vejam na condição humana aquelas qualidades que procedem de Deus e se reconheça que são invulneráveis. Quando o Princípio e a regra divinos da harmonia universal são interpretados e demonstrados em termos humanos, as pessoas que estão procurando cura, obterão sua cura. A consciência humana vê-o como uma confrontação da crença material com a realidade espiritual — o mal contra o bem. E a vitória que se segue com naturalidade exemplifica para a consciência humana a totalidade e a bondade do Princípio único, Mente, Alma, e a perfeição da idéia do Princípio, o homem.

Nas suas obras a Sra. Eddy deixa claro que a matéria e suas pretensões são irreais, e como tal têm de ser compreendidas, se é que queremos tratar corretamente um caso. Em Unity of Good ela adverte: “Dizer que uma falsa pretensão, chamada doença, é admitir tudo o que a doença é; pois ela nada mais é do que uma pretensão falsa. Para haver cura é preciso perder de vista uma pretensão falsa.” Un., p. 54; No entanto, um estudo das palavras “curar” e “curado” nas concordâncias das obras da Sra. Eddy indica um sentido prático e dinâmico do processo curativo. É especialmente interessante pesquisar essas obras à procura de alguma declaração cujo objetivo seja mostrar que não há coisa alguma a curar.

Contudo, a Sra. Eddy deixa clara a necessidade, na prática da Ciência Cristã, de lidar com o estado de pensamento do paciente. Diz em Ciência e Saúde: “A doença não é nem imaginária nem irreal — isto é, para o sentido amedrontado e errado do paciente.” No mesmo parágrafo ela fala do abuso praticado na cura cristã por aquele que tem apenas um conhecimento superficial da Ciência, acrescentando: “Em vez de efetuar cientificamente uma cura, abre um mesquinho fogo cruzado sobre todos os aleijados e doentes, afrontando-os com a asserção superficial e fria: ‘Ora, isso não é nada!’ ” Ciência e Saúde, p. 460;

Se tivermos dificuldade em curar um caso ou obter uma cura para nós mesmos, será bom perguntarmo-nos se estamos reconhecendo a lei e sua função. Talvez estejamos declarando a totalidade e bondade de Deus e reconhecendo um Princípio único, a Mente única, a única Alma, com sua perfeita expressão, o homem. Há, porém, algo mais que precisamos fazer. Precisamos saber até que ponto parecem reais a nós mesmos ou ao nosso paciente as hordas da crença em causa e efeito materiais, da crença no tempo e na vulnerabilidade humana, bem como as sugestões provenientes de crenças médicas.

Nunca construa essas falsas crenças no pensamento do paciente por lhe falar nelas, e nunca lhes dê nem sequer um momento de poder, mas conscientize-se de que a lei de Deus interpreta a realidade espiritual nos próprios termos do que o paciente está pensando e sentindo. Esta lei enfrenta seus receios com a segurança de que há um só Princípio a governar tudo; seu sentido de idade e de tempo com a consciência da imortalidade eterna; sua impressão de desamparo com o influxo de idéias inteligentes e potentes que jorram da Mente. A lei de Deus diz a todo indivíduo que está em busca de cura na Ciência Cristã que a harmonia universal é a regra do Princípio divino e que essa regra está sendo interpretada aqui e agora em termos tais que removem o medo, fazem cessar a dor e dissolvem qualquer condição má, de sorte que o bem possa aparecer. Pois o bem é real, o único fator real — sempre.

Uma cura na Ciência Cristã é a afirmação de um fato. É uma afirmação vívida na linguagem daquele que necesita compreendê-la. Pensar nesses termos não significa atenuar a metafísica, mas sim praticála. E essa prática requer pesquisa e anseio de compreender — muito mais do que falar apenas em abstrações da boca para fora. Requer aprendermos a dizer ao mal mental: “Sai desse homem!”  Marcos 5:8;, e aos que estão acamados: “Levanta-te, e anda”  Ver Mateus 9:2–7., como Cristo Jesus o disse, e nunca ficarmos satisfeitos até que nossos resultados sejam tão certos como os dele. Acreditar que não precisamos pensar na cura quando declaramos as verdades da Ciência Cristã, porque não há coisa alguma a curar, é ignorar a oportunidade de afirmar as verdades da Ciência Cristã nos seus termos mais claros.

Em realidade uma cura na Ciência Cristã é uma experiência sagrada. Mais do que o efeito de um pensamento elevado, ela é em si mesma uma sublimação do pensamento que se eleva acima da física, até à metafísica. A pretensão da doença é que a matéria esteja doente. Mas a Ciência Cristã expõe essa pretensão como sendo apenas crença, não material, mas inteiramente mental. Quando a crença tiver sido destruída pela verdade, a cura se efetuou. Mediante a cura perdemos de vista a pretensão de haver uma doença a ser curada, porque essa falsa pretensão é tudo quanto jamais houve acerca da doença. A cura exprime, como nenhuma outra coisa o pode exprimir, o fato concernente ao ser, isto é, que Deus, o bem, é Tudo. Em vez de falar acerca do nada que tem de ser curado, enfrente a necessidade com a verdade da totalidade e da bondade de Deus! A cura realizada em silêncio tira tanto o praticista como o paciente para fora do que é superficial, introduzindo-os naquilo que é prático e real. Então, se forem ditas palavras nesse processo, elas procederão da própria lei de Deus — palavras curativas, das quais talvez muito poucas sejam necessárias.

A cura na Ciência Cristã não é nunca uma questão de manipular a mente humana. A cura não se efetua com se dizer meramente que o mal é irreal e o bem é real. Efetua-se pela ação do Princípio divino, a consciência da Mente única, a autoconscientização espiritual da única Alma. Se realmente reconhecemos essa ação, essa consciência, essa autoconscientização, vemo-la como a lei que interpreta e demonstra a harmonia que o infinito Um expressa na sua idéia, o homem, e vemos como essa lei expressa a verdade em termos do que é humano.

A Ciência Cristã vem a nós onde quer que estejamos. Ela nos traz o Cristo curativo, a Verdade. Seja lá qual for a condição que se nos defronte, quaisquer que sejam as circunstâncias, à medida que chegarmos a compreender a maneira de interpretar e demonstrar a lei de Deus, compreenderemos como Deus cura, e testemunharemos Seu poder curativo. Se parece haver alguma imperfeição, essa aparência será corrigida. A doença desaparecerá. A incerteza será vencida. O ódio dará lugar ao amor. A morte será explicada como a ilusão que ela é. Na proporção em que estivermos conscientes daquilo que é a Ciência Cristã e a praticarmos, serão conhecidos a perfeição, a saúde espiritual, a certeza absoluta, o Amor imortal e a Vida eterna. A lei de Deus realiza o seu trabalho. Cura.

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