Não andeis ansiosos pelo que haveis de comer ou vestir, disse claramente Cristo Jesus aos seus discípulos. Buscai a Deus, recomendou ele, que há de prover-vos de todas essas coisas. Será que essas palavras de Jesus ainda têm aplicação hoje em dia? Claro que sim.
Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy tem a dizer-nos o seguinte: "Existe hoje em dia o perigo de se repetir a ofensa dos judeus, limitando o Santo de Israel e perguntando: 'Pode, acaso, Deus preparar-nos mesa no deserto?' Que é que Deus não pode fazer?” Ciência e Saúde, p. 135;
A Ciência Cristã revela a verdadeira natureza do ser e da substância. Explica que embora os sentidos físicos nos possam dizer o contrário, não somos mortais que nascem, vivem e morrem num mundo material. Essa é a contrafação dos fatos, uma existência ilusória. Na realidade somos descendência espiritual de Deus, vivendo em Seu universo espiritual e refletindo-O eternamente.
A união entre o homem e Deus, que é a fonte inexaurível e sempre presente de seu suprimento, é descrita pela Sra. Eddy nestas palavras: "Inteiramente à parte desse sonho mortal, dessa ilusão e desse engano dos sentidos, a Ciência Cristã vem revelar que o homem é a imagem de Deus, Sua idéia, coexistente com Ele — Deus dando tudo, e o homem tendo tudo o que Deus dá.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 5; Portanto, ao homem nunca falta coisa alguma. Não tem necessidades insatisfeitas, pois sob o governo ideal de Deus a oferta e a procura coincidem. Suas necessidades são atendidas antes que aconteça um caso de carência. Sem dúvida, o profeta estava ciente disto quando disse: “Antes que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei.” Isaías 65:24;
Ora, alguém talvez objete, hoje em dia o mundo todo enfrenta gigantesca falta de alimento. Em vista da população do mundo sobrepujar a oferta mundial de alimento e como resultado da distribuição inadequada dessa oferta, centenas de milhares de pessoas sofrem de má nutrição crônica. Será lícito esperar que tal problema seja superado espiritualmente para nós e para outros?
Antes de lhes dar a resposta, permitam-me examinar de perto a palavra “suprimento”. Humanamente ela se refere à oferta de bens e serviços materiais que atendem às nossas necessidades. Quase todas estas coisas vêm a nós de alguma outra parte — de uma loja, de um estabelecimento agrícola, de uma fábrica, de uma usina elétrica, de um reservatório. Estamos separados da fonte desses bens, por isso admitimos que existe sempre a possibilidade de nosso suprimento vir a ser restringido ou mesmo suspenso.
Quão diferente é o verdadeiro suprimento: as idéias infinitas da Mente, a abundância do bem espiritual! Como Deus é Tudo e está em toda parte, Suas idéias espirituais têm de estar em todo lugar. E você e eu, como expressões infinitas da Mente, para sempre em união com o nosso provedor, o Amor divino, incluímos essas idéias espirituais como a própria substância de nosso ser. Nunca precisamos procurar “lá fora” por uma suposta fonte externa de suprimento, porque Deus, o Tudo-em-tudo, é a origem de todo o bem e dEle somos inseparáveis. Como o homem da criação de Deus, Sua semelhança espiritual, temos para sempre abundância de todo o bem.
Vejamos, pois, a resposta à pergunta anteriormente levantada. Sim, podemos sobrepor-nos à amarga carência, bem como às pequenas reduções de suprimento, na proporção em que entendemos tais verdades. No entanto, alguém em luta contra alguma deficiência talvez pense: Em teoria isso soa muito bem, mas o que acontece no caso de necessitarmos de dinheiro, trabalho ou moradia?
Há muitos anos eu também pensava assim. Acreditava que minha receita estava necessariamente limitada ao que meu negócio produzia, e que, até que o negócio melhorasse, eu não podia esperar ter mais dinheiro. Então me foram mencionadas estas palavras da Sra. Eddy: "Deus vos dá Suas idéias espirituais, e estas, por sua vez, vos dão suprimento diário. Nunca peçais para amanhã; basta o fato de que o Amor divino é socorro sempre presente; e se esperardes, sem jamais duvidar, tereis a cada momento tudo aquilo de que necessitais. Que gloriosa herança nos é dada graças à compreensão do Amor onipresente! Mais não podemos pedir; mais não podemos desejar; mais não podemos ter." Miscellaneous Writings, p. 307;
Durante vários dias ponderei essas afirmações, achando ainda que minha necessidade fosse algo tangível e material. Pouco a pouco comecei a dar-me conta de que se realmente eu era um ser espiritual e não um ente mortal, não era pois de alimento, roupa e dinheiro que eu necessitava, mas de idéias espirituais. Jesus disse: “Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.” Mateus 4:4. Dei-me conta de que as idéias de Deus existiam em abundância à minha volta — que, de fato, eu as incluía em meu verdadeiro ser. O sentimento de carência foi substituído pela certeza da suficiência, que foi aumentando com o correr dos anos. E, desde então, nunca mais houve falta de recursos para adquirir algo de que eu necessitasse.
Olhando para trás, posso ver que o que teve de ser superado não fora tanto a carência material como a crença de que tal carência era real e inevitável. A crença tende a realizar-se, e, portanto, a crença de que sejamos mortais, cujo suprimento está sujeito à sorte e à escassez, fecha a porta, impedindo-nos de usufruir de suprimento adequado. Sem querer limitamo-nos a receber apenas a renda proveniente de uma ou duas fontes restritas, tais como salário, pensão ou poupança, deixando de reconhecer que somos espirituais e que o nosso suprimento é espiritual — logo é abundante, onipresente.
Se em alguma ocasião a procura parece maior do que a oferta, podemos afastar os olhos dos débitos ou da carência e encarar a abundância das idéias espirituais presentes a toda volta — imediatamente disponíveis para atender a todas as necessidades. Podemos constatar que a Verdade divina de fato nos prepara uma “mesa no deserto”.
