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O Cristo transforma a vida humana

Da edição de julho de 1980 dO Arauto da Ciência Cristã


Um químico ao adicionar a uma mistura uma pequena dose de certo produto químico é capaz de provocar uma reação tão radical que poderá transformar o preparado original em algo novo e útil.

Quando o fermento é adicionado à massa tem início uma reação química e biológica que, se observada através do microscópio, dá a impressão de uma violenta e terrível guerra. O processo, porém, em conjunto com o calor do forno, transforma a massa num pão macio, quentinho e fresco.

Há também a química do caráter humano. Basicamente não se trata de um fenômeno físico, mas de um processo moral e mental, embora afete, de fato, o bem-estar físico. Tanto no pensamento humano latente como no consciente, conceitos e qualidades digladiam-se freqüentemente, agitando a vida de homens e mulheres, tanto individual como coletivamente.

Conceitos que refletem as qualidades universais genuínas de bondade, justiça e amor não reagem nem lutam entre si; misturam-se como o açúcar e o creme de leite, cada um dando destaque ao sabor do outro. Todas as qualidades do Cristo, a expressão do caráter divino de Deus, são puramente boas; e os elementos do universo espiritual da Mente divina agem em concordância universal.

A mente da humanidade, porém, que toma por base a árvore do conhecimento que se encontrava no jardim do Éden, inclui a convicção de que tanto o mal como o bem sejam reais. Tais elementos opostos são violentamente antagônicos e não se podem misturar. Seu destino é agir e reagir no pensamento humano até que o poder divino do bem elimine por completo da consciência da humanidade toda noção do mal. O papel do Cristo é o de destruir todo erro. O Cristo transforma, de maneira fundamental, a vida humana.

Aderindo fielmente ao tema central da Bíblia, a Ciência CristãChristian Science (kris'tiann sai'ennss) ensina que a nulidade do mal pode ser comprovada. Essa é uma afirmação radical, de vez que os sentidos materiais atribuem ao mal valor igual, se não superior, ao que é concedido ao bem. Tanto a história bíblica como seus ensinamentos insistem na supremacia do Espírito Santo sobre toda e qualquer forma de erro. Os milagres que ocorrem tanto no Antigo como no Novo Testamento atestam a nulidade da matéria e do mal. Não só é Deus, o Espírito, bom, como o próprio bem é Deus, o Espírito.

A quimicalização moral é inofensiva

A natureza humana acredita que a fraqueza pessoal seja parte integrante do caráter, e que sua remoção, portanto, seria semelhante a uma amputação. Sermos obrigados a nos defrontar com uma falta ou fraqueza pode ser aterrador. Por isso, alguma vezes pessoas boas escondem suas fraquezas, e, até mesmo, escondem-se delas. A natureza humana, porém, precisa ceder à química divina.

Cristo, a Verdade, como foi vivido por Jesus, revoluciona o sentido humano de identidade. O fato de que o mal nada é, significa literalmente que qualquer mal em nossa natureza humana, em última instância, não faz parte de nós. Somente aquilo que reflete a bondade total do Amor divino é verdadeiro em nossa característica individual. O restante são sombras, projetadas pela ignorância de que o bem é Tudo. A humanidade sofre severamente porque não compreende que cada um de nós é, na realidade, descendente da Vida divina, refletindo com precisão a beleza, a luminosidade e a inocência da própria Mente! O pecado, a doença, a fraqueza, a natureza animal e a forma orgânica não são componentes reais do caráter do homem; são, porém, imposições da ignorância. O corretivo cristão, portanto, não é amputação; é um processo de limpeza que lava aquilo que não faz parte da contextura do caráter.

Cristo Jesus teve uma vida de imensa bondade e puro amor. Viveu para curar e salvar toda a humanidade. Seus ensinamentos e exemplo destinavam-se a trazer “paz na terra entre os homens” Lucas 2:14;. No entanto, disse: “Supondes que vim para dar paz à terra? Não, eu vo-lo afirmo, antes, divisão.” 12:51; Disse também: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo.” João 14:27; Sua missão não foi a de pacificar a natureza humana, mas de purificá-la. Somente a pureza sente-se em paz. Sua insistência ao exigir pureza espiritual, amor abnegado e obediência ao Princípio divino atacou com eficácia a covardia moral, a hipocrisia e todo tipo de egoísmo e sensualidade. Fez soçobrar a condescendência com o mal e denunciou a sinceridade claudicante.

A cura transforma o pensamento e o corpo

O tratamento pela Ciência Cristã provoca a quimicalização mental. O Cientista Cristão ocupa-se com a pura expressão dos atributos do Cristo e das qualidades do Amor divino, que neutralizam e destroem seus opostos. Tal expressão desperta no pensamento do paciente a consciência da presença divina. Possibilita-lhe sentir a poderosa ação mental e espiritual do amor e da verdade, tanto na mente como no corpo. Tais qualidades divinas constituem-se em influências ativas. São típicas das energias da bondade divina que constituem verdadeira sensação e substância. A química moral e espiritual da Ciência Cristã, ativa tanto no pensamento consciente como no latente, atinge diretamente o corpo. Ao alvejarmos espiritualmente o nosso amor e purificarmos os nossos motivos com as qualidades do Cristo, as dores e tensões da crença que tem por base o corpo serão liberadas e levadas pelas águas do esquecimento.

O próprio corpo físico é uma crença — um pensamento — em essência, desenho, forma e qualidade. É por isso que o corpo mostra os sintomas da maneira de pensar. Pensamentos verdadeiros são genuínos e originam-se em Deus. Formas de mal não são pensamentos reais, pois não há outra Mente a não ser a Mente divina infinita, e Deus não gera maus pensamentos. Portanto, circunstâncias e sentimentos destrutivos não passam de meras e vãs sugestões e nunca se constituem em circunstâncias reais.

Adicionar o fermento espiritual da divindade ao pensamento humano parece provocar uma boa batalha no pensamento e no corpo. Esse processo, porém, transforma a situação humana em algo seguro, saudável, moral e belo.

Mary Baker Eddy, Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, o explica deste modo: “Assim como da combinação de um ácido e um álcali resulta um terceiro produto, assim a química mental e moral muda a base material do pensamento, dando mais espiritualidade à consciência e fazendo com que esta dependa menos do testemunho material. Essas mudanças, que se processam na mente mortal, servem para reconstruir o corpo. Desse modo a Ciência Cristã, pela alquimia do Espírito, destrói o pecado e a morte.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 422;

A Verdade perfeita é implacável com a escória moral, que não faz parte da natureza humana. Não é implacável, porém, com as pessoas. Ao comprarmos uma jóia queremos que o ouro seja puro e os brilhantes sem jaça. Quando procuramos amar e ser amados, na verdade não desejamos condescender com o egoísmo. Desejamos o perfeito amor que nunca falha, nunca mente e nunca parte. Ao irmos em busca da saúde, não estamos à procura do mero alívio dos sintomas. Desejamos a saúde genuína — integridade e sanidade mentais.

É assim que, alguma vezes, a Verdade nos dá umas sacudidas. Que recompensa, porém, ver o erro desprender-se de nós! Enquanto nos identificarmos tanto com o mal como com o bem, sentiremos a agitação que a Verdade provoca com o propósito de afastar e dissolver as crenças irreais.

A melhor forma de se tratar os abalos provocados pela quimicalização moral é desassociar-se das qualidades irreais que estão sendo afastadas. Em seu processo de purificação o ouro não se altera; revela-se simplesmente. Na purificação espiritual o homem real não muda; revela-se. Nem tampouco sofre com a sublevação. O sofrimento, a dor, a confusão são a escória, e, sob o ponto de vista científico, a agitação é tão irreal e indolor como o erro original. No jardim, as peônias não estremecem quando os dentes-de-leão são arrancados.

A essência do pecado é um falso conceito do eu. A essência da verdadeira identidade é o Cristo, como o reflexo do Espírito divino. Encontrar nossa verdadeira identidade, portanto, não é uma dolorosa e fatigante psicanálise de sentimentos e personalidade confusos; mas é uma jubilosa descoberta das maravilhosas qualidades outorgadas por Deus e das belas energias criadoras que constituem a essência de nossa inocência e inteireza. Os tesouros de nossa verdadeira bondade são como a luz que dissipa as sombras no instante em que a luminosidade as atinge. Da mesma forma são destruídos o ódio, o medo, a luxúria e a falsidade.

A química física da medicina não é o método sanador do Cristo espiritual, como tampouco fazia parte da prática de cura de Cristo Jesus. Apenas os elementos mentais e morais divinamente bons, ministrados à mente humana, são capazes de trazer harmonia. Os conceitos e qualidades do Cristo — compreendidos e expressos — são a receita de Deus para um mundo onde há desequilíbrio moral e físico.

O Cristo agita os séculos

O resultado do exemplo de Cristo Jesus constituiu-se numa tangível força espiritual e moral, que se manifestou dentro da consciência do mundo com o forte impacto de um terremoto. No decorrer dos séculos, desde então, todo tipo de teorias — religiosas, sociais e médicas — perderam sua autoridade, tal como Jesus disse que viria a acontecer. Mas durante todo esse período de angústia mental, o que realmente estava acontecendo era o alvorecer do respeito pela individualidade, pela liberdade, pela honestidade, pela justiça universal e pelo amor — ou, em outras palavras, pelos elementos crísticos. O mal secreto foi surpreendido em sua câmara escura pela luz divina, e como resultado seus negativos foram destruídos — foram expostos como irreais.

A história dos mortais pode ser encarada como uma agitação terrível. No entanto, pode ser vista também como a cruzada do Cristo, a Verdade, que agita e expulsa tudo o que for dessemelhante da Verdade; insistindo que a pureza, a sabedoria e o amor cativem a consciência humana universal, e a controlem. O poder do amor espiritual está sobrepujando o Golias do materialismo e invertendo a maré do pecado.

A Bíblia nos informa: “Assim diz o Senhor Deus: Tira o diadema, e remove a coroa .... A ruínas a reduzirei, e ela já não será, até que venha aquele a quem ela pertence de direito; a ele a darei.” Ezequiel 21:26, 27;

Cristo Jesus foi crucificado porque seus acusadores diziam: “Ele alvoroça o povo.” Lucas 23:5. E realmente alvoroçou. Ele agitou os séculos, e, como conseqüência natural, a Ciência Cristã está hoje sacudindo e eliminando de modo constante e regular os falsos conceitos remanescentes nutridos pela humanidade.

O século vinte traz a marca dessa quimicalização. A quimicalização final teve início quando a Sra. Eddy adicionou a Ciência Cristã na mistura geral do pensamento humano. O mal assombroso e o maravilhoso heroísmo espiritual que foram evidenciados no decorrer destas décadas, são os precursores da vitória total da Verdade sobre o erro.

Sem dúvida podemos compreender a agitação de nossos dias e tranqüilizarmo-nos com o fato de que nada do que é real pode ser abalado. Guerras, crime, fome, caos econômico, tempestades e terremotos não podem destruir a vida espiritual fundamental e a individualidade básica de ninguém. Quaisquer que sejam as qualidades maléficas a serem desarraigadas, quaisquer que sejam os elementos limitadores a serem dissipados, dois componentes vitais do homem permanecem inabaláveis: sua individualidade e sua consciência. Ninguém jamais as perderá no decurso da autodestruição do mal. Todos eventualmente compreenderão a majestade de seu ser na Mente, individual, consciente e eterno. A ilusão do mal em sua arrogância e ignorância, bem como a desconfortável agitação que provoca, será esquecida para sempre.

O destino final da humanidade é estar livre de toda forma de mal. Qualquer que seja a agitação presente aos sentidos, por mais feroz que seja a batalha, permanece o fato de que cada um de nós encontra-se a salvo no céu da realidade divina. Mediante o Cristo, que progressivamente introduz a verdade pura e o amor genuíno na mistura das teorias mortais, as angústias ilusórias provocadas pela ignorância humana se evaporarão no esquecimento. Para sua alegria a humanidade despertará para o fato de que todo sofrimento é ilusório e celebrará a harmonia permanente da única Vida, o bem.

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