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Nenhum estigma

Da edição de julho de 1980 dO Arauto da Ciência Cristã


A história medieval informa-nos que São Francisco de Assis era marcado com o que é conhecido como stigmata. Depois de enfronhar-se demoradamente nos acontecimentos da paixão e da crucificação de Jesus, as marcas exatas da cruz e da lança apareceram no seu corpo. Em séculos posteriores algumas pessoas que ficaram profundamente impressionadas pela tragédia da crucificação, também apresentaram esses sinais.

Aqueles que reconhecem o impacto do pensamento sobre o corpo não ficam surpresos com esse fenômeno. Até mesmo alguns integrantes da profissão médica estão investigando mais a sério a relação que há entre o pensamento humano e as doenças corpóreas.

As teorias humanas, todavia, não têm oferecido suficiente progresso concreto ao tratar da natureza mental da doença. Uma coisa é ver que a mente humana parece ser a causa, e coisa bem diferente é saber como curar a mente humana e seus efeitos aparentes. Haverá alguma lei corretiva que possa fazer com que uma consciência de doença passe para uma de saúde?

Por certo as palavras e as obras de cura de Cristo Jesus, que curava sem remédios ou cirurgia, oferecem a resposta radical. E talvez em parte alguma o efeito de seus ensinamentos concernentes a esta questão seja mais claramente apresentado do que no livro de S. João. Entre as declarações que indicam o Princípio divino do poder curativo de Jesus estão as seguintes: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.” João 5: 17; “Eu nada posso fazer de mim mesmo.” v. 30; “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita.” 6:63;

Jesus não pretendia ter inteligência ou poder próprios, mas aceitava Deus como sendo sua Mente única. Tinha a humildade de rejeitar o orgulho e a presunção da importância própria, e de reconhecer que Deus é a única fonte, o único poder, o único sanador. O conhecer a si mesmo como Filho de Deus, a expressão exata do ser do Pai, deu-lhe a base para encarar corretamente a identidade de outros. Sua compreensão da natureza de Deus, a Mente divina, e do homem, o produto perfeito da Mente, capacitou-o a curar. Jesus podia apagar as falsas imagens daquilo que pretendia ser uma mente separada de Deus.

Pois bem, isso pode não ser conceito fácil de ser captado de uma só vez. Mas está no âmago da cura cristã. E é possível que, como seguidores de Jesus hoje em dia, repitamos as obras que ele fez, na proporção em que compreendamos as verdades fundamentais de sua teologia e as utilizemos no nosso trabalho.

Podemos corrigir os pensamentos maus, cheios de ódio ou mesmo ignorantes que parecem produzir doença. A correção será eficiente quando estiver baseada na compreensão de que Deus é a Mente única. Quando percebemos a unidade e totalidade da Mente, o poder divino desfaz a crença de termos uma mente separada, capaz de acolher pensamentos errados.

Ilustrando: Quando rapaz, eu tinha um defeito hereditário nos olhos, que me obrigava a usar óculos. Minha face mostrava o esforço que eu fazia ao tentar focalizar claramente as coisas.

Eu havia freqüentado a Escola Dominical da Ciência Cristã, mas não havia aplicado o que aprendera para curar esse mal. Mais tarde lembrei, embora depois de terminar a Escola Dominical, que um professor me havia dito repetidamente para eu manter uma visão mais ampla das coisas.

Quando ingressei na universidade, fiquei chocado, certo dia, ao ouvir meu companheiro de quarto dizer-me que eu era uma pessoa que criticava muito os outros. A imagem que eu tinha de mim mesmo era a de um indivíduo bem agradável e afetuoso. Depois de cuidadoso exame de mim mesmo, fui, porém, obrigado a admitir a exatidão do julgamento de meu companheiro de quarto. Fiquei envergonhado por ter de confessar que gostava de criticar os outros e de dar destaque aos seus defeitos. Parecia para mim tão fácil ver os defeitos dos outros, e eu me vangloriava disso.

Ora, naquela ocasião eu não estabeleci nenhuma ligação entre meu problema da vista e a tendência de achar defeitos nos outros. Percebi, todavia, que focalizar minha atenção em seus defeitos tornava-me intolerante e opiniático. Com esta descoberta, comecei a analisar o hábito de criticar. Raciocinei que Deus é o Pai de todos nós. Isso ajudou-me a ver os outros como irmãos e irmãs. Aceitei o fato de que só havia uma Mente única e que por isso eu não podia ter pensamento que não viesse da inteligência divina. Quando surgia um pensamento crítico ou desagradável, aprendi a rejeitá-lo como não fazendo parte de mim, não tendo poder nem prestígio.

Aprendi a pensar e a falar no que era bom nos outros. Ao agir assim, consegui uma visão mais ampla e uma perspectiva mais compassiva. Comecei a sentir uma alegria que dantes não havia julgado possível.

Como resultado de aprender a amar mais os outros, comecei a sentir-me mais querido. Os óculos foram postos de lado. Mais tarde, no exército, confirmou-se durante um exame físico que eu não mais necessitava deles. Havia provado a validade desta regra da cura que se acha em Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy: “Mantém o pensamento firme nas coisas duradouras, boas e verdadeiras e farás com que elas se concretizem na tua vida, na proporção em que ocuparem teus pensamentos.” Ciência e Saúde, p. 261.

Quando chegarmos a ver Deus e Sua criação com mais clareza, nossos pensamentos se tornarão uma transparência mais resplandecente para a Verdade. Os falsos marcos do pensar material que vêm à superfície como desarmonia em nossa vida, desvanecer-se-ão. A ignorância dará lugar à compreensão espiritual.

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