Ocasionalmente as pessoas ficam admiradas pelo fato de os Cientistas Cristãos declinarem do diagnóstico médico da moléstia. Para as pessoas que não estão familiarizadas com a oração científica pode parecer lógico que um médico pelo menos descreva o estado do paciente, de modo que este saiba como lidar com o caso em suas orações. Mas quando alguém entende os fundamentos da cura pela Ciência Cristã, a lógica toda inclina-se para o afastamento total do diagnóstico físico.
A cura mediante oração baseia-se na compreensão de Deus. De fato, a verdadeira cura é o processo de ceder ao que Deus sabe a respeito do homem. Por ser Deus infinitamente bom, o que Ele sabe a respeito do homem precisa ser bom. Por ser Deus a Mente única, em realidade não pode haver nenhuma oposição ao que Ele sabe, nenhuma incoerência no que Ele sabe. O homem existe como expressão de Deus. O homem é testemunha da perfeição.
Nossa verdadeira identidade é espiritual — inteiramente espiritual. Isto não significa que carecemos de substância. Significa que a matéria não é a substância real de nosso ser. O Espírito é. Nossa consciência individual, na medida em que expressa espiritualidade — alegria, pureza, amor — indica a substância permanente e verdadeira da identidade. Os elementos do pensamento materialista — ressentimento, medo, engano — combinam-se para ilustrar a suposta vida e substância na matéria.
A moléstia é a sugestão agressiva de que elementos tais como o medo tenham parte real e genuína em nossa consciência. A mente mortal — a ilusão de que a mente seja limitada, separada de Deus — registra essas pretensões no corpo sob a forma de moléstia. A enfermidade, porém, nunca é mais do que sintomas do pensamento mortal errôneo.
A moléstia é prova do que a mente mortal pretende saber a respeito de um indivíduo. A saúde espiritual perfeita é o que a Mente divina de fato conhece a respeito do ser individual. A Ciência faz com que o indivíduo volte-se para o que Deus sabe, em vez de para o que o mortal pensa saber.
No reino da crença, a mente mortal causa a moléstia. A mente mortal é a essência da moléstia. Um diagnóstico médico tende a animar ou a induzir o que a mente mortal oferece. Em certo sentido, a mente mortal pede uma testemunha de suas pretensões de moléstia. O médico, ao descrever e confirmar a moléstia, serve como tal testemunha. O médico vê o que foi treinado a ver. A Sra. Eddy explica: “O médico comum, que examina os sintomas corpóreos e diz ao paciente estar este doente, e que trata o caso segundo seu diagnóstico físico, por certo incutirá justamente aquela doença que ele está tentando curar, mesmo que ela ainda não esteja determinada pela mente mortal.” Ciência e Saúde, p. 161; É óbvio que o médico não é quem deve ser culpado. A mente mortal é o réu. Até que o médico aprenda, porém, que a verdadeira natureza do homem é espiritual, ele serve de testemunha às sugestões da mente mortal.
Quem cura pela Ciência Cristã nega que o homem seja matéria. Insiste em que Deus é bom e que a Mente estabeleceu o homem permanentemente em perfeição. Está, com efeito, servindo de testemunha da verdade divina do ser. Do ponto de vista do mortal pode parecer tolice negar a enfermidade quando ela está plenamente visível aos sentidos materiais. De um ponto de vista cristão e científico, porém, é extremamente coerente reconhecer a inteireza do homem — uma vez se tenha admitido que Deus é infinitamente bom.
O sanador cristão volta-se para Deus em vez de para a matéria a fim de determinar o estado do homem. Fá-lo assim porque o homem é filho de Deus, não o filho da matéria. “Um diagnóstico físico de moléstia — porque a mente mortal forçosamente é a causa da moléstia — tende a produzir a moléstia” ibid., p. 370;, escreve nossa Líder, a Sra. Eddy. Na medida em que a moléstia perde sua testemunha, perde também sua aparência de realidade. O papel do sanador é ser leal em dar testemunho da verdadeira natureza espiritual do homem e em ajudar o paciente a despertar para o reconhecimento de sua pura identidade livre de moléstias.
Cristo Jesus foi uma testemunha altamente eficaz da verdadeira identidade. Quando ele via o bem que a Mente divina transmite continuamente a sua idéia, as pessoas eram rapidamente curadas. Jesus reconhecia a vontade de Deus. Sabia que Deus é Espírito e que o homem expressa perpetuamente a pureza do Espírito. Dava testemunho desse fato. E a saúde das pessoas correspondia a esse fato.
Suponhamos que um diagnóstico médico confirmasse que certo paciente sofre de alguma moléstia. A seguir, o paciente encontra a Ciência Cristã e deseja voltar-se inteiramente a Deus em busca de cura. Está o diagnóstico preso a ele? De certo que não. Mediante sua recém-encontrada compreensão de Deus ele pode observar com tanta firmeza a verdade do ser que as observações médicas são simplesmente sobrepujadas.
A cura mediante a oração dá-nos a oportunidade de testemunhar da substância espiritual. Diagnosticamos a moléstia como mental — falsamente mental. Quando a moléstia é julgada com acerto como uma imposição mental errônea sobre o paciente, então suas características, quer sejam medo, raiva, inveja, ignorância, ou seja lá o que for, vêm à tona para serem eliminadas. Esses sintomas também carecem totalmente da verdadeira substância do Espírito. Se somos tentados a nos voltar à matéria em busca de provas de nosso estado, podemos obedientemente deixar com Deus a resposta à pergunta divina, segundo Isaías: “Quereis dar ordens acerca de meus filhos e acerca das obras de minhas mãos?” Isaías 45:11.
Só Deus conhece o estado do homem. É espiritual. Podemos voltar-nos a Ele para que revele este verdadeiro ser. E quando ocorre tal revelação, o resultado é a cura.
