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Que é a Bíblia?

3a. parte: Moisés — líder inspirado

Da edição de dezembro de 1981 dO Arauto da Ciência Cristã


Houve certa vez fome muito severa na terra de Canaã. Por isso, Jacó enviou os filhos ao Egito a fim de comprar trigo e outros mantimentos. Era natural que Jacó e os filhos se voltassem para o Egito em busca de ajuda porque era um país rico. Sem que o soubessem, um dos filhos de Jacó, cujo nome era José e que anos antes fora separado da família em razão da atitude traiçoeira de seus próprios irmãos e vendido como escravo, havia se tornado funcionário muito importante do governo egípcio. José perdoou o mal que seus irmãos lhe haviam feito e toda a família foi reunida, passando a morar no Egito. [Ver (1) na seção Leituras adicionais na parte final deste artigo.] O relato bíblico diz a respeito dos descendentes de Jacó o seguinte: “Os filhos de Israel foram fecundos, aumentaram muito e se multiplicaram, e grandemente se fortaleceram; de maneira que a terra se encheu deles.” Êxodo 1:7.

Lembremo-nos de que Jacó havia recebido o nome de Israel e de que, portanto, seus doze filhos eram chamados “filhos de Israel”. Uma explicação espiritual do que significa a expressão “filhos de Israel”, dada pela Sra. Eddy no livro Ciência e Saúde, é “os representantes da Alma, não do sentido corpóreo” Ciência e Saúde, p. 583.. Passados alguns anos, um novo rei, ou faraó, foi coroado no Egito e este não via com bons olhos os filhos de Israel. Oprimiu-os e os converteu em escravos. Eram eles obrigados a fazer trabalhos forçados. (2)

Contudo, Deus vinha preparando um homem que tiraria os israelitas da escravidão e que lhes mostraria como manter sua liberdade uma vez a tivessem conquistado. Esse homem era Moisés, que fora adotado pela filha do Faraó. A Bíblia conta-nos que Moisés, foi educado na corte do Faraó “em toda a ciência dos egípcios” Atos 7:22..

A Bíblia não nos diz nada dos primeiros anos de vida de Moisés. Só podemos presumir o que lhe passava pelo pensamento. O desejo de ser fiel à sua herança parecia aumentar nele cada vez mais, pois, já crescido, “recusou ser chamado filho da filha de Faraó” Hebreus 11:24., desse modo renunciando às vantagens que tal associação lhe teria dado. Pouco a pouco, a compreensão verdadeira passou a substituir a escravidão do falso conhecimento, mas ainda havia muitas coisas que ele precisava descobrir. Teve de aprender que a maneira de resolver qualquer problema é mediante a oração, o que significa colocar a vontade humana sob o controle da vontade divina. (3)

Por fim, Moisés deixou o Egito e foi para um lugar ermo, onde encontrou Jetro, sacerdote de Midiã. Mais tarde casou-se com uma das filhas de Jetro e passou quarenta anos na região de Midiã como pastor, apascentando o rebanho de seu sogro. (4) Novamente não sabemos com certeza qual era o pensamento de Moisés durante esse período. Podemos presumir, porém, que sendo pastor passasse muito tempo a sós. Não resta dúvida que prestava atenção às coisas da natureza que o rodeava. Talvez tenha se preocupado em saber quem era o Criador de todas as coisas, aquele cujas qualidades eram expressas no firmamento estrelado e no deserto repleto de animais.

Abraão sempre estivera em busca de algo. Moisés, estando em lugares ermos, deve ter andado à procura de algo, também, usando da capacidade que Deus lhe dera para assim perceber mais da natureza e do caráter de Deus. E, tal como Abraão, ele encontrou Deus. Nas palavras do profeta Jeremias: “Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração.” Jeremias 29:13. Essa mesma promessa é válida ainda hoje. Podemos encontrar Deus. Para isso faz-se necessário que sejamos honestos, sinceros e diligentes na busca.

Quando Moisés, por fim, obteve a resposta às suas perguntas, ela lhe veio mediante revelação. A Bíblia diz: “Apareceu-lhe o Anjo do Senhor numa chama de fogo do meio duma sarça; Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia.” O relato bíblico continua: “Irei para lá, e verei essa grande maravilha, porque a sarça não se queima.” Êxodo 3:2, 3. Estaria Moisés se afastando dos velhos modos de ver, das velhas maneiras de raciocínio, para ver as coisas sob nova luz? Certo é que mediante o sentido espiritual ele captou algo da indestrutibilidade da substância real.

Seguindo-se a essa revelação, Moisés recebeu de Deus o mandato de tirar os filhos de Israel do Egito. Porém ele ainda era tímido e tinha medo. Orou com sinceridade, dizendo que os israelitas haveriam de perguntar-lhe a respeito de Deus e inquirir: “Qual é o seu nome?” Isto é, qual é a natureza de Deus? A natureza ou caráter de Deus foi revelada a Moisés no nome “Eu Sou o que Sou”. Vv. 13, 14. Ele vislumbrou que Deus estava sempre presente consigo. Moisés nunca podia estar separado de Deus, que era o único poder. E assim como Deus revelou-Se a Moisés, também revela a nós hoje o Seu poder.

Armado dessa recém-encontrada compreensão a respeito de Deus, Moisés estava pronto. Deus o equiparara para a tarefa vindoura durante os quarenta anos de exílio em Midiã. Deus nunca nos leva a fazer algo para o qual não tenhamos recebido a mais terna e amável preparação.

Moisés tirou os israelitas da escravidão egípcia. A Ciência Cristã mostra-nos que na Bíblia o Egito representa muitas vezes os escravizadores modos de pensar que talvez sejamos tentados a aceitar.

Depois que os filhos de Israel tinham cruzado o Mar Vermelho e estavam em sua jornada havia várias semanas, vendo o deserto interminável que se estendia à frente deles, começaram a murmurar. Como haveriam de obter alimento? Onde encontrariam água? Teria Deus os enganado? Em meio à provação causada pela dúvida e pela busca incessante os israelitas experimentaram a terna solicitude de Deus. Ele lhes deu maná e codornizes para comer. Codornizes são pássaros, cuja carne é considerada a mais deliciosa de toda a caça. O maná assemelha-se ao mel e os moradores do deserto encaram o mel como o melhor dos alimentos. Acrescente-se a isso que tiveram água límpida e fresca diretamente da rocha.

Logo, nesse lugar ermo, inóspito e árido os israelitas viram que Deus os provia e sustentava. De fato, poderiam ter dito: “Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários.” Salmos 23:5. Sim, uma mesa em que tudo o de que eles necessitavam havia com fartura e do melhor que conheciam. (5)

Enquanto Moisés liderava o povo para fora do Egito, rumo à Terra da Promissão, comungou com Deus muitas vezes. (6) No Monte Sinai lhe foi revelada a lei divina. O que compreendeu dessa lei divina acha-se expresso nos Dez Mandamentos que se encontram em Êxodo 20:1–17.

Para nos mostrar que os Dez Mandamentos não eram declarações arbitrárias de um mortal falível, Moisés antecedeu-os destas palavras: “Então falou Deus todas estas palavras.” Essas leis tinham sua origem na Mente divina e não na mente humana. O primeiro mandamento diz: “Não terás outros deuses diante de mim.” A Sra. Eddy explica esse mandamento, dizendo: “Esse mim é Espírito. Por isso, esse mandamento significa: não terás inteligência, vida, substância, verdade, amor, que não sejam espirituais.” Ciência e Saúde, p. 467.

Depois de Moisés, por revelação divina, ter dado aos israelitas o primeiro mandamento, que lhes dizia para terem um só Deus, ele ressaltou nos outros mandamentos os pecados específicos que representam transgressão ao primeiro mandamento. Guardar o primeiro mandamento significa obedecer aos outros nove. Agora os israelitas tinham um único conjunto de normas por meio das quais lhes era possível distingüir sempre entre o bem e o mal, entre o que é certo e o que é errado. Obediência a essas normas era necessária se quisessem manter a liberdade. Se os israelitas viessem a abandonar os Dez Mandamentos, cairiam outra vez num estado de animalidade e anarquia.

Anos mais tarde, Jesus deu o significado espiritual dos Mandamentos de Moisés, particularmente no Sermão do Monte. Ver Mateus 5:21–48. Os “não” constantes no Decálogo Mosaico ensinaram os israelitas a diferençar entre o certo e o errado. A ênfase que Jesus depôs no amor elevou o pensamento a uma altitude espiritual da qual se podia reconhecer com maior clareza a totalidade de Deus.

Aos israelitas foi mostrado o que tinham de fazer para sair da escravidão e passar a gozar de liberdade e felicidade. Tinham de agir de acordo com a lei de Deus. A vontade divina precisava governar a vida deles. Nós, os filhos de Israel na atualidade, ainda estamos a caminho da liberdade plena, deixando para trás as exigências escravizadoras da vontade humana, ou mente mortal. Moisés e Jesus ajudaram o povo de suas épocas a compreender mais da lei divina por lhes dar os Dez Mandamentos e o Sermão do Monte. Jesus vivia a lei de Deus com tanta perfeição que mostrou ao povo o que significava ser filho de Deus. E, em nossos próprios dias, a Sra. Eddy descobriu como a lei de Deus pode ser demonstrada de acordo com o exemplo de Cristo Jesus. A lei de Deus é a Ciência Cristã. Usamos as normas científicas que a Sra. Eddy nos dá em Ciência e Saúde a fim de perceber mais da lei do Amor, a qual traz liberdade a todos. (7)

Tal como os israelitas seguiram Moisés, assim seguimos nossa Líder, a Sra. Eddy, porquanto ela seguiu o Cristo. Sob Moisés os israelitas aprenderam que podiam encontrar liberdade por obedecer aos Dez Mandamentos, e o mesmo acontece hoje em dia. A vereda da liberdade está aberta para nós. Significa obedecer a Deus e negar a existência de ídolos, ou seja, as falsas crenças.

Identificando-nos mais com a vontade divina, percebemos em grau cada vez maior a liberdade que é nossa por direito de primogenitura como filhos de Deus. O apóstolo Paulo, campeão da verdadeira liberdade, alerta todos a defenderem sua liberdade. Disse ele: “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais de novo a jugo de escravidão.” Gálatas 5:1.

[No próximo mês: 4a. parte: Saul e Davi]

Leituras adicionais

(1) Gênesis 39:1–4, 7, 10, 19, 20; 41:1–16, 25–40; 42:1–13; 46:5, 6.
(2) Êxodo 1:8–14.
(3) Pense em alguns outros incidentes contidos na Bíblia em que pessoas enfrentaram dificuldades e as resolveram mediante oração.
(4) Veja num mapa onde ficam Midiã, o Sinai e o Egito.
(5) Êxodo 16:1–21; 17:5, 6.
(6) Ver Êxodo 13:1; 14:1, 26; 16:4; 17:4.
(7) Salmos 1. Ver por que o homem é chamado bem-aventurado.

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