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Um porto seguro

Da edição de dezembro de 1981 dO Arauto da Ciência Cristã


Certo dia seguia eu pelas encostas de uma cadeia de montanhas que se elevavam do mar. Num lugar em que a formação da linha costeira era adequada, criara-se um pequeno porto mediante a construção de um molhe. Ali pequenos barcos presos à âncora balouçavam suavemente embora enormes ondas se rebentassem de encontro à muralha protetora. Vieram-me à lembrança estas palavras da Sra. Eddy: “No Seu porto da Alma não penetra elemento algum terrestre que possa expulsar os anjos, e silenciar a intuição justa que vos conduz a salvo para o lar.” Miscellaneous Writings, p. 152.

Num mundo de tensão e agressão, ser-nos-á possível encontrar tal porto de paz, um lugar onde os anjos — os bons pensamentos — mantenham vigilância sobre nós para que a perturbação não abale nossa vida?

Sim. No entanto, esse porto da Alma não é uma localidade geográfica, mas uma realização consciente e positiva de nossa inata unidade com o Espírito, Deus, em quem “vivemos, e nos movemos, e existimos” Atos 17:28., como o diz S. Paulo. E a Bíblia, e Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy, explicam como podemos viver neste porto seguro.

“Torre forte é o nome do Senhor, à qual o justo se acolhe e está seguro”, Prov. 18:10. lemos na Bíblia. A Sra. Eddy dá uma descrição compreensiva de “o nome do Senhor”, escrevendo: “Deus é Mente, Espírito, Alma, Princípio, Vida, Verdade, Amor, incorpóreos, divinos, supremos, infinitos.” Ciência e Saúde, p. 465.

Estes sete sinônimos são outros nomes para Deus e indicam Suas qualidades. O homem, idéia de Deus, é tão inseparável dessas qualidades como o é de Deus, e, em realidade, está agora expressando Deus na medida em que manifesta essas qualidades. Compreendendo dessa maneira a natureza de Deus e nosso relacionamento com Deus, podemos habitar com Deus, capazes de enfrentar eficazmente os acontecimentos, seguros e a salvo de sermos submersos pelas ondas do turbilhão do mundo.

Como idéia de Deus o homem está ancorado na Mente. Mas isto não significa que esteja estático. Uma idéia resulta sempre de ação, assim o homem é o produto da ação da Mente. Toda ação do homem baseia-se na Mente e expressa sabedoria e conhecimento. Na medida em que sustentamos essa verdade científica e vivemos de acordo com ela, somos progressivamente liberados e salvos das tormentas da ignorância ou do despotismo. Sentimos a orientação e o controle da Mente.

O homem não pode flutuar do ancoradouro da Mente. É da natureza do Espírito proteger seu descendente. A matéria, o pecado e a dor, não podem entrar no Espírito para causar dano ao homem. A materialidade é, por natureza, desprovida de poder — é até mesmo irreal — perante o Espírito. Cristo Jesus, sabedor disto, curou e, deste modo, revelou o homem real. Acalmou a tempestade no Mar da Galiléia, confiante de que Deus, a Alma, mantinha as ondas em Seu poder.

Para que nos vejamos como vivendo no porto da Alma, temos de obter uma compreensão mais clara a respeito de nós mesmos como o homem real, o filho completo de Deus, que vive e existe em união com a Alma. Ao mantermos continuamente esse verdadeiro conceito livramo-nos da crença em tensão ou em desgaste. A Alma leva-nos para as águas calmas da serenidade e delas não podemos ser varridos pelas tempestades da impaciência, intolerância ou da violência. No “porto da Alma”, a tranqüilidade e a harmonia são a ordem do dia.

Ancorado no Princípio, o homem está a salvo da anarquia, pois o Princípio sustenta o universo do Amor mediante a lei e a justiça. Quando reconhecemos sua orientação e a ela cedemos, somos levados pela estrada da justiça e da ordem.

A vida é sempre ativa e vital, por isso o homem como expressão da Vida manifesta vigor e domínio. O homem criado pela Vida apresenta energia e vivacidade sempre presentes. E a matéria, como não tem parte no Espírito e, portanto, não tem parte na Vida, não pode perturbar a estabilidade da Vida.

O homem cuja natureza é divina está certo da continuidade de seu ser na Verdade, imperturbado pelas correntes materiais. Sobre essa base é-nos possível obter o domínio divinal sobre as ilusões materiais e provar que não podemos ser cerceados por elas. A Verdade abriga-nos de todas as crenças errôneas.

O Amor divino é o Pai-Mãe de Seus filhos, abrigando-os onde nada de cruel pode alguma vez causar-lhes dano. O Amor divino mantém Seus filhos a salvo na palma de Sua mão todo-poderosa, onde o ódio ou o mal não podem chegar. Realmente não existe poder algum separado do Amor, pois Deus é Amor e é Tudo. Quão confortador é saber que em nossa verdadeira e terna identidade jamais odiamos!

Quando o autor do Apocalipse percebeu que o mar já não existe Ver Apoc. 21:1., deve ter reconhecido a natureza exclusiva de Deus na qual nenhum mal, ódio ou condenação pode entrar ou habitar. Viu o novo céu e a nova terra da criação de Deus, onde só o Amor se manifesta. Tal reconhecimento consciente de nossa parte significa um porto seguro, e nele permanecemos na medida em que compreendemos a natureza de Deus e o nosso relacionamento com Deus, e vivemos de acordo com essa compreensão.

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