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Remontando às raízes

Da edição de dezembro de 1981 dO Arauto da Ciência Cristã


Está na moda, atualmente, as pessoas pesquisarem suas origens na sua árvore genealógica através de muitas gerações. Algumas delas têm a esperança de que esse conhecimento esclareça ou justifique seu status na sociedade. Mas a informação histórica jamais pode levar a pessoa às suas raízes espirituais reais, ao manancial de sua identidade espiritual como filho de Deus.

O apóstolo Paulo orou para que os companheiros cristãos fossem “arraigados e alicerçados em amor” Efésios 3:17.. Podemos ampliar esse pensamento para incluir o objetivo de sermos arraigados e alicerçados em sabedoria, vigor, integridade, bondade, justiça, beleza — em um solo muito rico. Essas qualidades, todas elas dadas por Deus, mostramnos a natureza espiritual que é nossa para que a reconheçamos e expressemos.

O homem não é um mortal, condicionado pela hereditariedade, pelo ambiente e pela história humana. O homem é idéia espiritual evoluída do Espírito, ou Deus, sustentado continuamente e nutrido espiritualmente. Assim, pois, quando temos a impressão de necessitarmos confiança e vigor, não precisamos vasculhar o passado, a árvore genealógica e a herança nacional. Em vez disso, voltamo-nos ao nosso Pai-Mãe Deus como a fonte atual, infinita e inexaurível de inspiração e sustento, sempre disponível para cada um de nós. Mary Baker Eddy, quem descobriu e fundou a Ciência CristãChristian Science (kris'tiann sai'ennss), escreve: “Na Ciência o homem é o descendente do Espírito. O belo, o bom e o puro constituem sua ascendência. Sua origem não está no instinto bruto, como a origem dos mortais, e o homem não passa por condições materiais antes de alcançar a inteligência. O Espírito é a fonte primitiva e derradeira de seu ser; Deus é seu Pai, e a Vida é a lei de seu ser.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 63.

Perpetuar o pensamento na ancestralidade material tende a produzir um modo de pensar rígido, inflexível, capaz de produzir distanciamento entre pessoas de origens diferentes. Por outro lado, rejeitar a ancestralidade material sem substituí-la por algo mais significativo pode causar a impressão de incerteza ou de não se ter quaisquer raízes. Mas o conceito radical de que o homem é descendente do Espírito, a Mente, mostra que a individualidade é de natureza infinita e, portanto, está continuamente aparecendo em novas expressões.

Aos atenienses, conscientes de sua tradição, S. Paulo explicou: “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, ... de um só fez toda raça humana para habitar sobre toda a face da terra, ... para buscarem a Deus se, porventura, tateando o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós,... como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração.” Atos 17:24, 26–28. Não há nada de exclusivo quanto a ser descendente de Deus. Cada qual, em toda parte, o é; é-o todo indivíduo em todas as eras. Isso torna-se cada vez mais relevante à medida que as barreiras do tempo e do espaço continuam a desaparecer.

Poder-se-á argumentar que a própria Bíblia veio a existir porque uma nação procurou remontar sua herança através das gerações a fim de estabelecer sua identidade separada. Se deixássemos isso nesse ponto, teríamos de ler a Bíblia apenas como história pessoal de reis, sacerdotes, profetas e do povo comum daquele tempo. Mas a Bíblia, lida de um ponto de vista mais elevado, pode ensinar-nos muito mais.

Espiritualmente interpretada, a Bíblia apresenta conceitos divinos universais de imenso valor para todas as pessoas. Ela nos informa sobre a natureza de Deus, que se revela cada vez mais claramente, e sobre o impacto dessa natureza na consciência individual. Quando captamos esses conceitos, começamos a vê-los aparecer em nossa própria vivência. Descobrimos que são justos e poderosos e que são tão aplicáveis agora quanto sempre têm sido.

Por exemplo, será que lemos a história de Moisés como que começando pelo recém-nascido escondido entre o junco do rio Nilo, a fim de escapar à opressão de Faraó? De um ponto de vista mais espiritual podemos ver que essa história demonstra a natureza de Deus como Amor, que protege e cuida de Sua criação. Na travessia do Mar Vermelho, no maná que caiu no deserto, na dádiva dos Dez Mandamentos e em outras provas, vislumbramos o efeito da presença de Deus. A indestrutibilidade do homem como descendente de Deus torna-se mais firme em nosso pensamento. E apercebemo-nos de que nada de real jamais mudou. A indestrutibilidade também aplica-se à nossa identidade real.

Outrossim, será que lemos a história de Cristo Jesus como se começasse com a criança nascida na manjedoura porque não havia vaga para ela na hospedaria? A afirmação do próprio Jesus é que ele veio de Deus. Será que damos reconhecimento à dignidade do Filho de Deus, minimizando as condições materiais? Acaso nos apercebemos dessa dignidade a aparecer de novo quando o menino Jesus fala abertamente com os doutores do templo e quando a voz do céu foi ouvida, dizendo: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” Mateus 3:17.? Posteriormente o Mestre mostrou o domínio que lhe fora dado por Deus em face de toda espécie de desafios.

A estatura do homem como filho de Deus pode ficar mais firmemente estabelecida no nosso próprio pensamento. E podemos compreender que essa estatura é nossa porque somos filhos de Deus.

E quanto a nós? Acaso voltamos para nossa própria infância e sua origem material — acaso perguntamo-nos se fomos amados ou rejeitados; sobre nossos ancestrais, nacionalidade, raça, cor, riqueza, dotes? Ou será que remontamos nossas raízes à espiritualidade e percebemos que aquele que todo esse tempo pensávamos ser filho de um mortal era na realidade filho de Deus, dotado de recursos infinitos e de potencial infinito? Acaso temos, por assim dizer, uma fita magnética gravada por nós mesmos e sobre nós mesmos, que tocamos e tocamos vez após vez? Por que não gravar nova fita, espiritualmente fundamentada, e ouvi-la com regularidade, demonstrando cada vez mais o nosso eu real e indestrutível, de maneira mais convincente?

Quando compreendemos que nossa origem está em Deus, não na matéria, sentimo-nos animados a elevar o conceito que temos de nós mesmos e de qualquer outra pessoa, e a viver dentro dessa concepção sublimada. Mas a dignidade do homem como filho de Deus é o contrário da autopresunção, no sentido que comumente damos a essa locução. A Ciência Cristã mostra-nos que o homem não é um mortal importante aos seus próprios olhos, assim como também não é um mortal acanhado, um mortal tímido, um mortal relaxado, um mortal desonesto ou um mortal sem dignidade. Ele não tem ilusões de grandeza nem sentimentos rastejantes de inferioridade, porque ele não é um mortal, de jeito nenhum.

Num trecho dos escritos da Sra. Eddy sobre Deus, encontramos nossas raízes espirituais: “Eu sou o Espírito. O homem, cujos sentidos são espirituais, é minha semelhança. Ele reflete a compreensão infinita, pois Eu sou a Infinidade. A beleza da santidade, a perfeição do ser, a glória imperecível — tudo é Meu, pois Eu sou Deus. Eu dou a imortalidade ao homem, pois Eu sou a Verdade. Incluo e transmito toda felicidade, pois Eu sou o Amor. Dou a vida sem começo e sem fim, pois Eu sou a Vida. Sou supremo e dou tudo, pois Eu sou a Mente. Sou a substância de tudo, porque Eu Sou o que Sou.” Ciência e Saúde, pp. 252–253.

Talvez nos sintamos modestos demais para reivindicar nosso parentesco com tudo isso. Geralmente estamos apenas por demais apercebidos de nossas aparentes deficiências. Mas quando nos lembramos que nossa individualidade é o produto da inteligência infinita e do poder criador de Deus, será que isso é realmente demasiada expectativa? Uma planta não escolhe suas próprias características nem se rebela contra elas; ela apenas invariavelmente as expressa.

Pais, mães, avós e todos os membros desta geração remontam às mesmas raízes. Fazem isso como membros individuais da família universal de Deus, não como rebentos de um ou de outro. Cada um é em realidade uma idéia divina “arraigada e alicerçada” no Amor infinito. Cada um sempre a foi e sempre a será. Quando nos compenetramos disso, sentimo-nos mais capazes de pensar, falar e agir como filhos e filhas de Deus. Então compreendemos que Deus está bem satisfeito conosco, e nós estamos contentes com nossa linhagem.

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