Quem tiver escalado montanhas e andado à altura da linha onde não mais crescem árvores, certamente sentiu-se maravilhado com a vista de uma árvore solitária ou de um grupo de árvores isolado. Parece impossível que a vida vegetal possa sobreviver a tais altitudes, sob condições tão duras de vento, neve e frio. Mas lá estão as árvores — valentes, resistentes, vivas.
Pode-se fazer uma analogia entre essas árvores com tanta capacidade de resistência e os Cientistas Cristãos através do mundo que estão sozinhos ou em pequenos grupos. Ambos têm de fincar raízes profundamente no solo e na rocha para resistir às intempéries e encontrar o alimento de que necessitam. De que modo, como Cientistas Cristãos, fincamos estas raízes e formamos uma base na rocha do Cristo? Uma melhor compreensão acerca de Deus e de nossa relação com Deus é essencial.
O desejo ativo de conhecer Deus melhor traz vitalidade às nossas orações. Compreender Deus requer de nós mais do que uma leitura superficial da Bíblia e dos escritos da Sra. Eddy. Temos de pesquisar e procurar. Um meio de crescer que fortalece as raízes é engajar-se num estudo dos sinônimos de Deus com renovado interesse e perspicácia. Talvez tenhamos limitado nossa compreensão de Deus a dois ou três sinônimos favoritos. Mas, para estarmos firmemente enraizados na Verdade, precisamos ampliar nosso conceito de Deus para aí incluir todos os aspectos de Seu ser. O uso de uma concordância bíblica e da Concordância para as obras da Sra. Eddy pode ser útil no desenvolvimento de nosso sentido espiritual da Divindade e Seus sinônimos.
Mas é preciso lembrar que a sabedoria necessária para aprofundarmos e ampliarmos o conhecimento que temos de nosso Criador provém da própria Mente divina. Uma vez que o desejo de conhecer Deus procede de Deus, nenhum poder pode impedir-nos de desenvolver a elasticidade de pensamento e a disciplina mental necessárias para aprofundarmos nosso estudo acerca dEle. Referindo-se a seu livro Ciência e Saúde, a Sra. Eddy escreve sobre os Cientistas Cristãos: “Em seu livro-texto está claramente afirmado que Deus é Princípio divino e que Seus sinônimos são Amor, Verdade, Vida, Espírito, Mente e Alma, que se combinam em um. O Princípio divino inclui todos.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 225. Claramente, se esses sinônimos “se combinam em um”, não podemos negligenciar nenhum aspecto da natureza de Deus.
Uma compreensão ampliada, mais precisa, de Deus é o fundamento de um melhor conceito de nossa verdadeira identidade. Deus cria transmitindo o que Ele é. Cada uma de Suas idéias O reflete. Em realidade, nossa função é ser a criação de Deus.
Através do sentido espiritual podemos esforçar-nos para ver-nos como filhos imortais da Mente divina, expressando Sua perfeição e inteligência. Como descendentes do Espírito, somos livres. Como reflexo da Alma, somos perceptivos, harmoniosos e confiantes. Podemos usar cada sinônimo de Deus dessa forma. Novas visões de Sua natureza e da nossa como produto Seu certamente surgirão.
Nossa percepção mais clara da realidade provê suprimento espiritual, que fortalece nossas raízes em Deus e nos estabiliza. Então, não importa o problema que surja, é mais provável que permaneçamos equilibrados, imperturbados pelos ventos do erro. Como o Salmista, diremos: “O Senhor, tenho-o sempre à minha presença; estando ele à minha direita não serei abalado.” Salmos 16:8.
Quando somos assaltados pelo sentimento de isolamento, podemos saber que a unidade existente entre Deus e o homem é um fato estabelecido na Verdade. Essa unidade é governada pela lei divina. O homem é a manifestação alegre, saudável, completa e satisfeita de seu Criador — fato que podemos demonstrar.
O problema do isolamento pode decorrer do sentimento de estarmos friamente desligados da vida, das alegrias, dos problemas e tristezas de nossa comunidade. Estamos procurando formas de abençoar nossos vizinhos? A Sra. Eddy escreve: “A única maneira de sermos abençoados, é abençoar outros: mas, é preciso que nos conheçamos, para que, sob a orientação de Deus, façamos Sua vontade, mesmo que nossas pérolas estejam sendo pisadas.” Miscellaneous Writings, p. 127. Quando contribuímos com tempo e idéias para uma atividade comunitária útil, ou participamos sozinhos ou com outros de ações misericordiosas e compassivas, podemos expressar o amor do Amor divino — o amor que nosso Mestre, Cristo Jesus, expressava em tudo que dizia e fazia. Então sentiremos o carinho do Amor por nós. E reconheceremos e ampliaremos a expressão desse mesmo Amor em nosso próximo. O Cristo está ativo no mundo, curando o ódio e a ignorância acerca de Deus. Nós mesmos temos de ser à semelhança do Cristo para termos parte nesse poder redentor. Compaixão e verdadeiro afeto são as características daquele que verdadeiramente compreende que Amor é um sinônimo de Deus.
Barreiras não existem, auto-impostas ou outras, que o Amor não possa remover, pois na realidade espiritual não há barreiras. A unidade de Deus e o homem inclui a fraternidade de Suas idéias. Não há nada para destruir a unidade e individualidade daquilo que pertence a Deus, o Tudo-em-tudo.
Baseados no conhecimento de que Deus nos apóia como expressão do Princípio divino e do Amor, não precisamos nem ocultar nem ostentar nossas convicções. Se alguém sugerir que deixemos de seguir os ensinamentos de Cristo Jesus no que se refere à cura da doença através da oração cristã e científica, nossa compreensão de que o homem nunca está separado da saúde perfeita livra-nos do medo e habilita-nos a resistir a tais pensamentos, com amor mas com firmeza.
Se estivermos vivendo de acordo com o que aprendemos acerca de nossa verdadeira identidade como idéia imortal de Deus, horas de provação tornam-se oportunidades para testar a profundidade de nossas raízes na rocha, a Verdade divina. Podemos estar confiantes de que Deus cumprirá Sua promessa, conforme consta na Bíblia: “Olhai para mim, e sede salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.” Isaías 45:22. Com cada cura obtida apoiando-nos apenas em Deus, estamos também curando a resistência da mente mortal em relação à Ciência Cristã na comunidade, embora no início possa surgir alguma resistência latente. Com cada demonstração individual da Verdade, mais um golpe terá sido dado para enfraquecer a crença do mundo na realidade do mal.
À medida que a resistência é vencida e que surge a oportunidade de explicar como a Ciência Cristã cura, podemos responder do fundo de nossa experiência. Não é Deus, a Mente divina, a fonte de todas as idéias verdadeiras? Não é Ele capaz de dar a habilidade de expressálas? Sabendo disso, podemos responder perguntas de forma clara, inteligente, comunicando-nos numa linguagem que chegará ao coração receptivo.
Quando compreendermos que o homem está embasado no Amor divino, firmemente enraizado na Verdade divina, preocupar-nos-á menos o fato de sermos o único adepto da Ciência Cristã em nossa família ou comunidade. Ao invés, oraremos com a Sra. Eddy: “Oxalá nosso Pai-Mãe Deus, que no passado preparou-nos mesa no deserto e ‘no meio dos nossos adversários’, venha a edificar-nos em fé santíssima, colocar nossos pés com firmeza na Verdade, a rocha do Cristo, a ‘certeza de cousas que se esperam’, e saciar-nos com vida e compreensão provenientes de Deus, e boa vontade para com os homens.” Christian Science versus Pantheism, p. 15.
