Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

A fragrância do cristianismo

Da edição de março de 1981 dO Arauto da Ciência Cristã


Nem sempre se sabe de onde provém uma fragrância agradável. Vale dizer o mesmo com referência à fragrância do cristianismo. Talvez se sinta uma atmosfera de alegria e gratidão, um ar de espiritualidade, sem realmente saber como ou através de quem o Cristo está se expressando. Essa é uma das bênçãos especiais de viver o cristianismo ensinado por Jesus. Uma expressão de louvor e gratidão permeia a atmosfera mental e traz consigo uma consciência de bondade e bem-estar.

A atmosfera mental irradiada pelo Cristo sempre foi radiosa. A pessoa não ouve sua própria voz interior, nem está de fato sendo ela mesma como filha de Deus, se não estiver cheia de uma alegria profundamente assentada. Embora determinada circunstância possa provocar muita lágrima, o Cristo está sempre presente na consciência humana a fim de substituir essas lágrimas pela alegria espiritual.

Gratidão é um aspecto da alegria. Muitas vezes a gratidão é o pensamento ascendente pelo qual nos alçamos acima de uma situação humana infeliz e atingimos a pura alegria da consciência espiritual. Quando continuamente cultivada, a gratidão não só mantém diante de nossos olhos o bem pelo qual nos sentimos gratos mas leva-nos à fonte do bem, a Deus. Isso capacita-nos a partilhar quaisquer bênçãos, pois captamos a fonte divina de todo o bem e sabemos que um Deus universal não outorga bênçãos particulares e exclusivas.

Gratidão é essencial à dinâmica de demonstrar Ciência Cristã. A Fundadora de A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, Mary Baker Eddy, instituiu uma reunião semanal em que podemos partilhar experiências nas quais o Cristo substituiu alguma obstinada evidência de materialismo pela alegria que cura. O ideal seria que tais expressões de gratidão fossem mais do que o relato de algum bem humano recebido. Esses testemunhos podem tornar o ouvinte capaz de compreender mais das leis divinas que resultam na cura. Mesmo que não haja aquela percepção consciente de como a cura ocorreu, o ouvinte reconhece a gratidão que flui do testificador. Pode também sentir a gratidão que enche a consciência dos que silenciosamente se sentem gratos e reconhecem humildemente a graça pela qual são salvos.

Num parágrafo referente a Maria Madalena, e que tem por subtítulo marginal “Gratidão e humildade”, a Sra. Eddy fala no “perfume da gratidão”. (Ver Ciência e Saúde 367:10–16.) E em outro de seus livros, Unity of Good, escreve: “Condições mentais como a ingratidão, a luxúria, a malícia, o ódio, constituem os miasmas da terra. Mais repugnantes que fétidos vasos chineses são essas propensões que ofendem o sentido espiritual.” Un., pp. 56–57;

Um indivíduo ciente de que seu estado de gratidão ou ingratidão permeia a atmosfera mental talvez decida dar mais atenção a seu atual estado de pensamento. Não importa quão desanimador seja o quadro, em geral existe algo pelo que podemos ser gratos: a sombra de folhas a enfeitar a parede, o sorriso de uma criança que acaba de despertar, a fidelidade incondicional de um amigo. Isso leva-nos a uma atmosfera rarefeita em que as verdades espirituais podem ser mais rapidamente apreendidas.

No entanto, “o acusador”, nome que na Bíblia designa o diabo ou o mal, faria da necessidade confessa de gratidão um chicote. “Oh, sei que eu devia ser grato”, talvez alguém clame. Talvez até mesmo fique imaginando o que há de errado consigo por não sentir o apreço que julga ser de seu dever sentir, particularmente quando possui muito mais do que outros. Pode-se-lhe asseverar que realmente talvez não esteja tão errado. Ninguém pode ser grato durante muito tempo por coisas materiais apenas. Aquele que se considera ingrato quando gostaria de entreter o doce sentimento de gratidão pode encontrar a ajuda de que necessita ao lançar o olhar para além dos frutos, na direção das leis espirituais que foram demonstradas. Também, volver o olhar para qualidades espirituais, tais como a sabedoria, o amor, a pureza, e darlhes o valor devido, capacitá-lo-á a encontrar uma base mais duradoura para o apreço. Tais qualidades, ao contrário da beleza e da prosperidade materiais que flutuam, são eternas.

Existe outra malversão da gratidão e devemos estar alerta quanto a ela. É a que suspira e diz: “Oh, sinto-me tão grato porque tudo acabou!” Em tais casos, o pensamento concentra-se naquele “tudo” e não nas leis de Deus que o desenlearam. Uma pessoa bem poderá abster-se de dar uma expressão pública de gratidão até que o problema tenha recuado ao ponto de que sua nulidade se torne mais aparente.

A alegria pura que não necessita de gratidão para manifestar-se, é a consciência real do homem. As palavras de Cristo Jesus proferidas junto ao túmulo de Lázaro são freqüentemente citadas como a maneira ideal de dar graças, pois ele agradeceu a Deus antes que tivesse prova de haver vida em Lázaro (ver João 11:41). Evidentemente não lhe era preciso partir da prova dos frutos humanos para reconhecer a bondade de Deus. Antes, sua percepção constante da eterna presença de Deus, o bem, trouxe-lhe os frutos. Algum dia todos haveremos de estar tão completamente unidos a Cristo que não necessitaremos de coisa alguma humana para expressar nossa gratidão.

Há quem diga, hoje em dia, que o mundo está azedo, que pagaremos uma penalidade pelo narcisismo da década de 1970, quando o amor a si próprio nos fez esquecer a exortação contida na epístola aos efésios: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus em aroma suave.” Efésios 5:1, 2.

Pungente é, de fato, o aroma da ingratidão. A qualquer momento, porém, tal estado mental pode ser rapidamente destruído e substituído pelo perfume da gratidão. Pois tal perfume é uma manifestação do “aroma suave” que o Cristo sempre manifesta: a atmosfera que Jesus exalava.

Quão suave é a nossa gratidão? talvez tenhamos de nos perguntar muitas vezes. Nunca precisaremos nos contentar com a doçura do artificialismo, de tentar parecer gratos, mesmo a nossos próprios olhos, quando não o somos. Antes, o perfume da gratidão é o aroma puríssimo de uma chuva de primavera que jorra de vidas que estão abandonando o materialismo e estão humildemente conscientes de que a alegria é de fato espiritual.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / março de 1981

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.