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A quem cabe a responsabilidade pela saúde?

Da edição de março de 1981 dO Arauto da Ciência Cristã


O desafio de Caim: “Acaso sou eu tutor de meu irmão?”  Gênesis 4:9; tem significado especial hoje quando os governos lutam com a questão da responsabilidade de proporcionar cuidados pela saúde e de como provê-los. Aqueles que têm de tomar tais decisões debatem-se entre o que é considerado o direito do indivíduo a cuidados de qualidade e os efeitos econômicos desconcertantes em provê-los numa base nacional.

O que se apresenta como necessidade de recursos, programas e subsídios para os cuidados de saúde é, de fato, o chamado a uma compreensão mais profunda do cuidado de Deus pelo homem. As pessoas voltam-se para fontes materiais em busca de cuidados de saúde por considerarem que as próprias pessoas e suas necessidades são materiais. Ora, a existência material é como um cenário cinematográfico, no qual não há nada de verdadeiro nem de substancial. De fato, é apenas uma noção falsa das coisas.

Quando rompemos essa fachada mental por lhe negar realidade, começamos a ver a natureza espiritual do homem como reflexo de Deus. Esse reflexo, ou idéia, é preciso, claro e inseparável de sua fonte. Tudo o que o homem é ou necessita está na Mente divina e dela procede. E a solicitude da Mente é infinita; não existe limite ao número de idéias de que Deus cuida conscientemente nem aos meios pelos quais Ele manifesta o Seu cuidado. Alguém que percebe o cuidado perfeito de Deus para com Sua progênie pode prová-lo agora.

A Bíblia está repleta dessas provas e a Ciência Cristã explica plenamente sua base científica. Mostra que, por ser Deus Princípio, Seu cuidado para com o homem é imparcial e justo. Não provê melhor saúde a algumas idéias em detrimento de outras. Sendo a criação inteiramente espiritual, não existem leis de hereditariedade física nem ambiente material ou circunstância que vitimem o homem.

Por ser Deus a Vida que se sustenta a si mesma, Sua imagem nunca pode depender de nenhuma forma de matéria para ter vida e sustento. Porque Deus é Amor, nosso Pai-Mãe, Ele preserva e acalenta cada uma de Suas idéias. E a solicitude de Deus impede que o homem passe necessidades.

Nossa Líder, a Sra. Eddy, explica-o desta maneira: “Inteiramente à parte desse sonho mortal, dessa ilusão e embuste dos sentidos, a Ciência Cristã vem revelar o homem como a imagem de Deus, Sua idéia, coexistente com Ele — Deus dando tudo e o homem tendo tudo o que Deus dá.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 5;

Nessa base, Cristo Jesus curou paralíticos e enfermos, aleijados e doentes mentais. Suas curas provaram que as pessoas sempre podem se voltar para a Verdade divina em tempos de necessidade física e seguramente encontrar ajuda. Mostraram que a saúde verdadeira é um estado de consciência divino. Nada tem a ver com os assim chamados órgãos, tecidos e músculos, mas tem tudo a ver com o pensamento à similitude do Cristo.

A saúde física é, de fato, responsabilidade do próprio indivíduo. Mas, só podemos tomar a nós essa responsabilidade quando aceitamos a responsabilidade pelos nossos próprios pensamentos. Ter consciência de que o homem é feito à semelhança de Deus é a fonte da saúde física. Cientes de que somos idéias de Deus, cercadas do Seu cuidado infinito, sabemos que não existe poder chamado doença que nos possa atacar, nem mal a ser-nos transmitido, nem quaisquer meios para tal transmissão, nem nada em nós que ceda a qualquer suposta tentação de adoecer. Os fatos espirituais do ser, quando mantidos, curam a doença ao substituírem o conceito de que a saúde seja um estado imprevisível e vulnerável da matéria, pela idéia de sua base invariável, Deus.

A Sra. Eddy escreve: “A Ciencia Cristã faz desaparecer da mente dos inválidos a sua crença errônea de que vivem na matéria ou devido a ela, ou que um pretenso organismo material controla a saúde ou a existência do gênero humano; induzindo-os a confiar em Deus, o Amor divino, que cuida de todas as condições necessárias ao bem-estar do homem.” Rudimentos da Ciência Divina, p. 12; Visto nessa luz, o homem não é tutor de seu irmão nem seu irmão é responsável por ele. Esse fato, porém, não é desculpa para se ignorarem as cruéis necessidades da humanidade.

Não só é o homem o objeto do amor todo envolvente de Deus, como também o reflete. O amor altruísta que sentimos por parentes e amigos é o amor de Deus. E, na medida em que compreendemos mais da universalidade do Amor divino, vemos aprofundar-se nossa manifestação de amor e incluir mais da criação. Quando nosso amor se baseia no mandamento de Jesus: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”  Mateus 22:39;, ele está a salvo dos baixios do sentido pessoal e da atividade humana mal-dirigida.

É um privilégio sagrado amar os outros dessa maneira, porque o mandamento do Mestre é um chamado para identificarmos nosso próximo como reflexo de Deus. Portanto, o verdadeiro amor cristão expressa-se numa solicitude pelos outros que é muito mais do que atos de gentileza. De fato, não é somente o que fazemos por alguém, mas como pensamos a respeito dele que torna cristã a nossa solicitude.

Um cristão científico dá sempre ao próximo crédito por sua espiritualidade, por sua verdadeira saúde e seu vigor. Não se deixa induzir a pensar em outrem em termos mortais, tais como “físico” ou envelhecido ou adoentado. Apóia a compreensão que seu amigo tem de si próprio como filho de Deus, objeto da solicitude de Deus. Reflete o amor de Deus, ilustrando a coincidência do humano com o divino. Às vezes, cuidar de alguém parece ser um trabalho árduo ou ingrato. Mas esta asseveração terna de Cristo Jesus, “Sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”  25:40;, coroa nossa solicitude.

A Sra. Eddy ilumina a base científica e cristã do cuidado de saúde em sua resposta à pergunta: “Pode a senhora cuidar de si mesma?” Escreve: “Deus dá a cada um esse poder; e tenho fé nesta Sua promessa: ‘Eis que estou convosco todos os dias’ — por todo o caminho... Pode haver casos excepcionais em que um Cientista Cristão que tenha de enfrentar mais problemas que outros, necessite apoio, às vezes; então, está correto levar ‘as cargas uns dos outros’, e assim cumprir ‘a lei de Cristo’.” Miscellaneous Writings, p. 39.

A solicitude cristã não é uma questão de transferir cargas de uma pessoa a outra. Levamos as cargas uns dos outros quando vemos que carece de poder a pretensão do erro que oprime ou escraviza nosso próximo — quando vemos a irrealidade desse erro, pois isto apóia nosso próximo em suas orações para anular tal pretensão.

Enquanto eu servia numa comissão de assistência especial de uma filial da Igreja de Cristo, Cientista, uma colega pediu-me ajuda, numa ocasião em que eu mesma estava impossibilitada de ir vê-la e não conseguia achar ninguém que a pudesse ajudar. Sentia grande responsabilidade e preocupação por ela e orei por orientação. O pensamento de que, como idéia de Deus, o homem está sempre sob o cuidado de Deus veio-me com tal clareza que o pensamento mesmérico de mortais em necessidade de cuidado humano desapareceu. Eu simplesmente escutei o que Deus me estava revelando a respeito de Sua natureza e de Sua solicitude para com todos os Seus filhos. Alguns minutos mais tarde, fiquei grandemente aliviada quando a referida pessoa telefonou, dizendo que acabara de receber uma cura maravilhosa e que não havia necessidade de lhe mandar ninguém.

Até que o mundo desperte plenamente para a verdade do ser, o que é conhecido como campo de cuidados de saúde continuará, mas sofrerá muitas modificações. Toda a noção de cuidados de saúde irá, paulatinamente, sendo elevada. Os esforços dos mortais no sentido de ajudar outros mortais por meios materiais serão substituídos pelo reconhecimento, por parte do indivíduo, do amor insondável que Deus lhe tem como idéia Sua, pois só essa conscientização haverá de atender plena mente à necessidade humana. E, na medida em que os indivíduos passarem a sentir mais desse amor, irão irradiá-lo, ajudando a iluminar e a elevar a humanidade toda.

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