A indústria do entretenimento vem oferecendo-nos, há décadas, muitas coisas que são boas. No entanto, hoje, como nunca dantes, os filmes, a televisão, as revistas e os livros colocam diante das pessoas imagens ofensivas e assuntos os mais escabrosos. Claro está que as pessoas vêem as coisas de ângulos diferentes, e o que para uma pessoa é ofensivo pode comover profundamente outra pessoa, até mesmo mudar-lhe a vida, levando-a a um caminho mais construtivo. O motivo e o tom do pensamento subjacente a um projeto têm muito a ver com o seu mérito. E os nossos próprios motivos, os quais nos levam a ver e a ler algo, são de importância vital.
Portanto, a questão sobre o que é conveniente para nosso consumo não está previamente definida. Isto, porém, não significa que estejamos desprovidos de um padrão moral que se aplique, de maneira prática, ao entretenimento. A Bíblia dá-nos orientação definitiva sobre esse assunto. Paulo disse: “Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.” Filip. 4:8.
Podemos considerar as palavras de Paulo menos como restrições que nos são impostas, do que como um alerta para assumirmos pontos de vista mentais mais sábios. Se ocupamos o pensamento com “isso” e assim vivemos, alinhamo-nos com o poder e a bondade de Deus e nos defendemos das imagens mentais que tendem a promover a discórdia em nossa vida.
Quer dizer que devemos ignorar a violência e a imoralidade representadas na tela e na literatura? Não. Se vamos ajudar a nós e a outros, temos de reconhecer esses problemas de caráter humano e lutar para vencê-los, seguindo o exemplo de Cristo Jesus. Ora, os ensinamentos de Jesus também nos lembram que é preciso cultivar um sentido de vida mais profundo e mais puro, familiarizar-nos melhor com Deus. “Bem-aventurados os limpos de coração,” disse o Mestre, “porque verão a Deus.” Mateus 5:8. Como podemos ver a Deus, como podemos começar a entendê-Lo e sentir o bem que Deus transmite, se nossa consciência está perpetuamente nublada pelo oposto de Deus, se consentimos em nos deixar fascinar pelos aspectos sórdidos da existência que são apresentados para o consumo do público?
A Sra. Eddy escreve: “Todos nós somos escultores, que trabalhamos em formas variadas, modelando e cinzelando o pensamento. Qual é o modelo que está diante da mente mortal?” E, mais adiante, pergunta: “Não ouves todo o mundo falar do modelo imperfeito? O mundo põeno continuamente diante de teus olhos.” E diz: “Precisamos formar modelos perfeitos no pensamento e contemplá-los continuamente, senão nunca os esculpiremos em vidas sublimes e nobres.” Ciência e Saúde, p. 248.
O que atualmente vemos e lemos pode conduzir a idéias inspiradoras ou colocar-nos mais a par dos problemas que necessitam de atenção. No entanto, precisamos cuidar de que não estejamos adotando inconscientemente um ponto de vista distorcido a respeito da vida. Nos dias atuais é por demais freqüente que se nos ofereçam provas (ou nos bombardeiem com provas) de que o mal é uma força universal, fascinante, que o homem nada mais é do que um animal, motivado pela sensualidade e pelo egotismo.
Esse, porém, é um ponto de vista errado a respeito do homem, cujo verdadeiro ser está infinitamente acima do conceito pervertido que tantas vezes fascina o pensamento humano. Em realidade, o homem expressa a natureza de seu criador, Deus. Portanto, o homem é puro, inteligente e está satisfeito. Porque Deus é Espírito, o homem é inteiramente espiritual, indestrutível, embora os sentidos físicos insistam em que ele seja exatamente o oposto.
Devido a essa verdade libertadora de nosso ser, talvez queiramos nos indagar muitas vezes se o que estamos aceitando obscurece a nossa percepção natural de que o homem é a imagem correta de Deus. Se assim for, talvez nos convenha ser mais exigentes no que escolhemos para entretenimento ou mais ativos em questionar o que vemos e ouvimos.
Importante é que estejamos alerta às imagens que entretemos. Ao formarmos modelos perfeitos e vivermos de acordo com eles, não só estaremos ajudando a nós mesmos, mas contribuiremos para uma atmosfera mental que promove a qualidade no entretenimento e em todas as outras áreas em que o ser humano põe o seu empenho.
Atentarei sabiamente
ao caminho da perfeição...
Não porei cousa injusta
diante dos meus olhos.
Salmos 101:2, 3
