Tommy era um bonito gato cinzento. Quando tinha apenas algumas semanas de idade, viera morar com Kátia, Jane e André, e os três gostaram dele imediatamente. As brincadeiras favoritas de Tommy consistiam em correr atrás de uma bolinha vermelha e pular nos pés descalços das crianças. Haviam-no acostumado a ir à cama das crianças todas as noites, antes de elas dormirem, e brincar um pouquinho com cada uma delas. Depois, descia das camas e passava o resto da noite dormindo quietinho na sala de visitas.
Certo dia, Tommy tinha ficado vagando em volta da casa da fazenda e no meio do pasto, aproveitando o sol quente. Era divertido correr atrás dos gafanhotos. Estes zumbiam e pulavam assim que o gato os tocava. Dessa vez, foi mais longe de casa do que habitualmente. Estava se divertindo tanto, correndo atrás dos besouros e das abelhas. De repente, tocou em alguma coisa diferente, que se arrastava pelo chão. Era uma coisa comprida que Tommy nunca tinha visto antes e que o mordeu. Ele voltou mancando para casa.
Kátia, que tinha então nove anos, viu-o voltar. “Mamãe,” disse, ao abrir a porta e pegá-lo nos braços, “Tommy está mancando. Tem duas marcas no rabo, que parecem mordidas. Vou levá-lo ao meu quarto e vou orar a Deus por ele.”
Quando fechou a porta do quarto, com Tommy nos braços, Kátia lembrou-se de algumas palavras de Ciência e Saúde de Mary Baker Eddy. A mamãe, muitas vezes, lera-lhe trechos desse livro em voz alta, e agora Kátia sabia ler sozinha. Pegou Ciência e Saúde de cima da cômoda, e leu estas linhas. Incluem três das afirmações da Sra. Eddy, que resumem aquilo a que chama “proposições fundamentais da metafísica divina”.
“1. Deus é Tudo-em-tudo.
2. Deus é o bem. O bem é a Mente.
3. Deus, o Espírito, sendo tudo, a matéria nada é.” Ciência e Saúde, p. 113.
Kátia ficou pensando nesses fatos espirituais. Se Deus é tudo o que realmente existe, pensou, não há erro; o erro simplesmente não pode existir.
Orou para saber que Tommy fazia parte da criação perfeita de Deus, e a cobra também, e que uma idéia de Deus não poderia fazer mal a outra. Passou-se meia hora antes de Kátia sair do quarto. Quando saiu, tinha o rosto radiante. “Mamãe,” disse ela, “na realidade nada de mal jamais aconteceu com Tommy.” Então repetiu o que tinha lido em Ciência e Saúde, e todos os belos pensamentos que lhe haviam vindo à mente enquanto orava a Deus.
Tommy pulou dos braços de Kátia, e começou a correr atrás da bolinha vermelha que estava em cima do tapete. Naquela noite, bebeu todo o leite de sua grande tigela. Mais tarde, quando Kátia já tinha deitado e Tommy foi lá para dar boa-noite, ele estava ronronando baixinho. “Tenho certeza de que você está muito agradecido”, disse-lhe ela.
Quando o gato veio para a sala de visitas e esticou-se para outra soneca, a mamãe reparou que ele não mostrava nenhum sinal de desconforto físico. “Como podemos ser gratos pelas mensagens de Deus!” pensou mamãe, e lembrou-se destes versículos da Bíblia: “Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte,” e “o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; o bezerro, o leão novo e o animal cevado andarão juntos, e um pequenino os guiará.” Isaías 11:9, 6.
