A fim de compreendermos a momentosa afirmação de que o homem não pode cair‚ precisamos conhecer alguma coisa da totalidade de Deus, que é Espírito e é bom e reconhecer que o homem é o Seu reflexo. O homem criado por Deus coexiste eternamente com o seu Criador. Tal homem é incorpóreo e perfeito — mantido à semelhança desse Criador. Nesse estado ordeiro do ser espiritual, o homem nunca cai de seu estado congenitamente puro. Essa lei científica da harmonia, que governa o real, tem primazia sobre o sentido mortal, irreal, das coisas. Mary Baker Eddy, Descobridora e Fundadora da Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss), explica: “A Mente imortal, que tudo governa, tem de ser reconhecida como suprema, tanto no assim chamado reino físico, como no espiritual.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 427.
Esse preceito metafísico pode ser comprovado de muitas maneiras. Ver o universo e o homem reais como a expressão de Deus, refletindo inteligência e governados pela lei divina, traz cura. Estabelece um sentido de segurança e bem-estar em lugar de um sentido precário de sermos criaturas sujeitas ao acaso ou às circunstâncias.
Se entretemos a crença de que caímos fisicamente — de que, como mortais vulneráveis, sofremos acidentes — podemos encontrar alívio, ao mantermo-nos cônscios de nosso status espiritual como idéias na Mente divina. Podemos reconhecer que a Mente que governa suas próprias idéias espirituais também cura, “no assim chamado reino físico”, adversidade ou acidentes de qualquer espécie. Apoiados por essa lógica clara e cientificamente cristã, podemos apagar do pensamento quaisquer quadros falsos remanescentes de termos caído e, desta maneira, anular os resultados que pretendem seguir-se em forma de dor e sofrimento.
Submetendo-nos erroneamente à crença popular de haver vida na matéria e determinada pela matéria, expomo-nos aos perigos que põem em risco a existência humana. Os mortais aceitam a crença de haver vida separada de Deus — a suposição de que o homem tenha decaído da perfeição de Deus. Em realidade, porém, isso não se pode dar. Tal crença é a sugestão destrutiva de uma suposta mente mortal. O sentido verdadeiro do Espírito, Deus, a sobrepuja. Na Ciência do Cristo, o grande realismo de que o homem é a imagem intata de Deus pode ser demonstrado por qualquer um de nós, mediante a apreensão espiritual da realidade, ao darmos testemunho do status eternamente verdadeiro do homem e ao corrigirmos cada pensamento e ato a fim de que se aproximem ao máximo dessa perfeição. À medida que aprendemos a aceitar nossa capacidade individual de sermos sanadores espirituais, vivemos mais completamente em nosso estado verdadeiro, jamais decaído.
Para concretizar e demonstrar essa posição intata do homem, precisamos ver que o homem real nunca pode estar separado de sua Mente genitora. O homem existe permanentemente como idéia espiritual que não pode ser separada de seu Criador, nem de sua própria identidade como imagem divina. A Sra. Eddy escreve: “Deus, o Princípio divino do homem, e o homem como semelhança de Deus, são inseparáveis, harmoniosos e eternos.” Ibid., p. 336. Sobre essa base, somos capazes de afirmar e provar que não podemos ser manipulados, influenciados ou controlados por uma mente carnal, ilusória, que pretende contradizer a lei divina.
A Ciência Cristã nos habilita a demonstrar essa lei. Revela que Deus é a única Mente, a única consciência verdadeira, e que o homem, o reflexo de Deus, possui uma consciência que não pode ser subvertida. Quando estabelecemos em nosso pensamento a razão dessa imunidade, temos os meios com os quais nos proteger das tendências do pensamento mortal que, tanto no sentido físico como no teológico, constituem a “queda”.
“É a espiritualização do pensamento e a cristianização da vida diária, em contraste com os resultados da horrível farsa da existência material; é a castidade e a pureza, em contraste com as tendências degradantes do sensualismo e da impureza, que gravitam rumo à terra, o que realmente atesta a origem e a operosidade divina da Ciência Cristã” Ibid., p. 272., diz-nos nossa Líder, a Sra. Eddy.
A Ciência Cristã requer que nos defendamos contra toda sugestão mental e nos assegura estarmos habilitados pelo Cristo, o ideal infinito de Deus, a nos defendermos. Esta Ciência ensina que a lei e a ordem do Princípio protegem toda a sua criação, inclusive cada indivíduo. Concede ao homem mortal, quando este desperta ainda que só um pouco para a ordem divina e suas exigências, o seu livre arbítrio moral para resistir às mentiras que militam contra seu domínio. Esta Ciência nos mostra como lidar com todo erro: ver que a suposta atividade do mal tem lugar apenas no falso sentido de existência do indivíduo mortal — ou seja, na ilusão. Essa atividade não tem conexão com a Vida divina e com o reflexo da Vida, o homem espiritual. Portanto, podemos rejeitar e vencer o mal.
Algo que nos ajuda é pensar em Cristo Jesus, o grande Guia. Jesus compreendeu que o homem criado por Deus tem domínio sobre todas as crenças terrenas. Jesus andou sobre as ondas com a mesma liberdade e segurança com que pisava o solo. Compreendeu, mesmo sob as mais severas provações, que a lei de Deus é a lei do Amor e que essa lei o estava sempre sustentando e mantendo. Quando confrontado por uma ameaça agressiva do mal como capaz de destruí-lo, jogando-o de um penhasco, Jesus enfrentou a ameaça com a calma certeza de que a lei espiritual estava presente para salvá-lo: “passando por entre eles, retirou-se.” Lucas 4:30.
Hoje em dia, por meio de uma compreensão do mesmo Cristo, a Verdade, é possível rejeitar a terrível alegação de que há causas más que, como tais, provocam efeitos maus. Dessa maneira, podemos desfazer os aparentes resultados do mal. Paulo, conhecendo essa verdade, venceu a sugestão agressiva da morte. Enquanto ouvia Paulo pregar, Êutico adormeceu e caiu do terceiro andar, sendo encontrado morto. Paulo, com sua profunda compreensão das realidades do ser eterno do homem, ressuscitou-o. Ver Atos 20:9–12.
A Ciência Cristã mostra claramente como a Ciência divina se relaciona com os acontecimentos humanos. Autoriza-nos a reconhecer que essa verdade se aplica a nós tanto física como espiritualmente. Portanto, podemos viver diariamente sob a supremacia da lei divina do Espírito e provar que não há duas forças opostas em guerra na nossa vida.
Uma vez que os Cientistas Cristãos aceitam o ensinamento de que a lei espiritual é a única lei real, segue-se que assumem a responsabilidade de demonstrar esse fato. Podem discernir que a única resposta eficaz para qualquer afirmação contraditória encontra-se em seu viver diário, vivido com honestidade e integridade. Aprendem a prevenir situações que poderiam levar à queda, física ou moral. Cada um de nós pode regozijar-se no fato de que o Amor divino nos sustenta e mantém seguros para sempre. Desse ponto de vista, podemos demonstrar continuamente a grande arte preventiva da Ciência Cristã, ou seja, provar o que significa ter o Amor o controle protetor de tudo.
Aceitemos a premissa de que Deus é Amor, de que somos, como homem, o reflexo do Amor. Esse homem compreende que, de fato, caminha com o Amor, em segurança. Muitas pessoas vivem hoje com a certeza absoluta de que estão em união com o Amor divino, o que elimina as sugestões malévolas da mente mortal de que estejam para cair ou que caíram. Assim podemos sentir-nos serenamente habilitados, em meio ao falso testemunho do erro, a provar o estado do ser inviolado e intato do homem.
