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Curando o medo crônico

Da edição de novembro de 1982 dO Arauto da Ciência Cristã


A ninguém agrada ter medo e o temor nunca é construtivo. Para alguns, o medo ultrapassa uma reação ocasional aos acontecimentos e torna-se uma preocupação. Pode o medo crônico ser curado? Podem os que têm um histórico de tal medo ter esperança de total libertação? Sim, podem. E isso porque a Mente real não é temerosa nem mortal. A Mente real é Deus, e Suas idéias estão sempre em paz.

Uma vez que Deus, o bem, abarca todas as idéias, toda consciência real, o homem não está sujeito à ilusão, ao medo, aos sonhos, à imaginação desenfreada ou a intromissões más de qualquer tipo. Nunca fica inconsciente. Na Mente não há o desconhecido, não há trevas, pois tudo é bom. Essa é a consciência que Deus dá ao homem e é a única consciência que o homem possui, já que Deus é a única Mente do homem.

Essas verdades não se coadunam com nosso sentido humano acerca do homem como medroso e mortal, mas há esperança. Gostaríamos que tais verdades fossem reais e a Ciência Cristã sustenta essa esperança da maneira mais significativa possível: concretizando-a.

O cristianismo nunca foi promessa vazia. Quando Cristo Jesus disse que orássemos: “Venha o teu reino, faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” Mateus 6:10., não estava falando como um transcendentalista que oferece meios de esquecer ou evitar a dor e a feiúra da mortalidade. Jesus ensinou-nos a insistir “na terra”. Ao curar os doentes e ressuscitar os mortos, o cristianismo de Jesus transformou a discórdia em harmonia, de modo que as situações terrenas harmonizaram-se mais com a realidade celestial. Da mesma forma, a Ciência Cristã não oferece simplesmente uma bela maneira de encarar as coisas. Dá-nos as verdades que nos capacitam para seguir o exemplo de Jesus e aniquilar a discórdia humana.

A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “Um conhecimento do erro e de suas maquinações tem que preceder aquela compreensão da Verdade que destrói o erro, até que o inteiro erro mortal, material, finalmente desapareça, e a verdade eterna, isto é, o homem criado pelo Espírito e proveniente do Espírito, seja compreendido e reconhecido como a verdadeira semelhança do seu Criador.” Ciência e Saúde. p. 252. Isso, sem dúvida, envolve mais do que simplesmente ter pensamentos confortadores! “Um conhecimento do erro...” inclui enfrentar o problema, a falsa consciência ou a assim chamada mente mortal.

Para aqueles que têm medo, enfrentar o objeto de seu temor ou obter o “conhecimento do erro” pode parecer insuportável — a última coisa de que seriam capazes. Temos a tendência de evitar aquilo que tememos. Mas com o medo, o que precisamos encarar não é tanto a coisa, a doença ou a situação temida, mas a crença de que a mente mortal ou o corpo controle o pensamento e a vida. É a crença de que o corpo (inclusive a crença de haver mente no cérebro) possa em dado momento fugir ao controle e prejudicar nossa vida, ou que o corpo possa estabelecer condições e limitações às nossas atividades.

A mente mortal, ou a consciência da mortalidade, inclui a crença em um cérebro que recebe e transmite informações pelos nervos, cérebro a ser alterado com produtos químicos, mantido dentro de certos limites devido a seu tamanho, transtornado por recomposição mecânica e exaurido pelo simples uso. A mente mortal dá-nos a evidência fundamental de que o corpo físico é substância e essa assim chamada mente alega ter controle total sobre o corpo, desde a formação dos músculos até o bater das pálpebras. Dentro de seu próprio contexto, pode parecer impressionante, mas o fato é que a mente mortal não tem o controle final de si própria. Atua apenas em crença. Quando doente, não pode se tornar verdadeiramente saudável; quando amedrontada, não pode se acalmar genuinamente e não pode evitar a morte. Tal mente é, afinal, mortal.

Assim, eliminar o medo requer, em grande parte, que a mente mortal se desiluda de si mesma, tornando-se consciente de sua própria impotência e ficando, portanto, mais disposta a abandonar suas crenças e ceder à Verdade. Até que essa disposição apareça, as verdades sobre Deus e o homem serão combatidas como sendo abstratas e remotas, ou como exigindo coragem demasiada para serem praticáveis.

Sob um prisma realista, para alguém que teme descartar-se de um sentido mortal das coisas porque lhe parece estar abandonando uma existência que conhece, a desilusão com a mente mortal é útil. Encoraja-nos a procurar alternativas para as limitações e deficiências da mente carnal. Esse desencanto com a mentalidade material é divinamente impelido Estamos insatisfeitos porque desejamos vida, harmonia e saúde, e a mente mortal não tem sido bem sucedida em conseguilas. Afastamo-nos da mortalidade, porque queremos viver para sempre. Quando algo sai errado, queremos que fique certo, até mesmo perfeito. Com tais desejos, nunca nos sentiremos bem com a mortalidade. Esses desejos nos fazem ficar à vontade com Deus.

O afastamento da mortalidade é inevitável. Não nos deixa num vazio, já que sempre acontece devido a nossa crescente afeição pelo Espírito e maior consciência do Espírito. Essa afeição pode começar com a preferência pela Vida, em vez de pela morte, pelo Amor em vez do ódio, pela Verdade em vez da ilusão. Mas esse simples desejo cresce. Vai desde o anseio até à autoridade que rejeita concepções mortais e errôneas, ou as assim chamadas leis físicas, destruindo, dessa maneira, a evidência mortal. Essa autoridade é a autoridade do Cristo, a Verdade, e, na medida em que obedecemos à Verdade, a evidência de que a Vida é toda harmoniosa torna-se a única evidência. A Verdade destrói manifestações de perigo ou morte.

A Bíblia diz: “Quando te deitares, não temerás; deitar-te-ás e o teu sono será suave. Não temas o pavor repentino, nem a arremetida dos perversos quando vier. Porque o Senhor será a tua segurança, e guardará os teus pés de serem presos.” Prov. 3:24–26. Deus é Tudo. Não existe nenhuma circunstância à qual essa verdade não se aplique. Não existem condições que esse fato não cubra. E quando enfrentamos nossos temores a partir desse ponto de vista, o encontro não e assustador, mas tranqüilizador. Isso não significa que é desnecessária a coragem. Daniel necessitou de coragem na cova dos leões e Paulo precisou de coragem para continuar a difundir sua mensagem, muitas vezes impopular. Porém, a coragem de que precisamos não é um traço de personalidade. É a coragem moral, inspirada pelo nosso amor ao bem, Deus.

Volver-nos do corpo físico mediante nossa consciência de Deus e tratar das necessidades humanas pela oração, são coisas seguras de se fazer. Confiar em Deus para preservar nossa existência não é tentativa cega. Sabemos o que vai acontecer. Cristo Jesus no-lo mostrou ao curar inúmeros doentes e pecadores e ao ressuscitar mortas. Jesus mostrou-nos que Deus preserva a identidade do homem em toda sua perfeição à semelhança de Deus e que destruir a mortalidade não atinge o homem nem significa a morte de nada real.

Separar-nos da imaginação da mente mortal e de sua irracionalidade não é doloroso nem amedrontador, quando a impotência da mente mortal é vista paralelamente à onipotência e incorruptibilidade da Mente divina. A escolha é clara e podemos fazê-la em paz, apoiados no poder total de Deus.

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