Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

O pesar não é inevitável

Da edição de novembro de 1982 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando a vida parece particularmente ativa e feliz, talvez desejemos que dure para sempre. Nenhum falecimento, nenhuma mudança deve macular este estado completo, pensamos inconscientemente. No entanto, essa cena de contentamento modificar-se-á eventualmente. A atmosfera material altera-se inevitavelmente. E a felicidade tão fragilmente baseada em circunstâncias humanas vê-se desafiada.

Pela própria natureza da matéria, é certo que ocorrerão mudanças. Contudo, o pesar, a perda e o vazio não são inevitáveis. Podemos encontrar proteção estabelecendo um conceito correto a respeito do criador, Deus, e do homem à Sua imagem.

A oração que transforma conceitos humanos por meio dos fatos espirituais não é uma preparação morosa para a morte ou a mudança. É exatamente o oposto. Significa tornarmo-nos cônscios agora do que realmente a Vida divina é e de como se expressa em nossa vida. Podemos ampliar nossa compreensão de Deus como Vida até que nenhuma perda humana possa abalar nossa convicção espiritual de que a Vida e sua expressão são para sempre completas e imutáveis. Alcançar essa compreensão é semelhante a construir uma ponte antes que se necessite cruzar um rio.

Tal percepção metafísica não requer que deixemos de amar os entes queridos. Antes pelo contrário, assegurará um relacionamento ainda mais feliz com eles. A oração científica remove o medo inconsciente e capacita-nos a abençoar ainda mais aqueles a quem apreciamos.

Para enfrentar cientificamente o desafio do pesar, temos de reorganizar o que percebemos do ser. A fisiologia e a física insistem que o homem é uma composição temporária de substâncias químicas e impulsos elétricos. A Ciência Cristã apresenta e demonstra a identidade incorpórea e eterna do homem tal como está descrita no primeiro capítulo da Bíblia: “Disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.” Gênesis 1:26. E a Sra. Eddy explica essa verdade: “O Espírito é Deus, e o homem é Sua imagem e semelhança. Por isso o homem não é material; ele é espiritual.” Ciência e Saúde, p. 468.

Quando estamos receptivos à revelação que Deus faz de Sua própria natureza e a de Sua criação, inclusive da individualidade imutável composta de família e amigos, passamos a não aceitar nossos entes queridos como meros seres humanos bons, agradáveis, ou, até mesmo, maravilhosos. Deus, o Espírito, dá origem ao bem que há neles. “O homem é a expressão do ser de Deus” Ibid., p. 470., afirma a Sra. Eddy. O bem que amamos nos outros realmente o reflexo da divindade aparecendo na consciência humana. É o amor incessante de Deus por Sua própria criação e Sua criação refletindo esse amor. Nenhum elemento de bondade é material ou mesmo dependente da matéria para sua expressão. Há muitas pessoas que são exemplos de bondade, mas esta não se origina neles. O bem está onde sempre esteve: em Deus, que irradia a idéia de Si mesmo na individualidade infinita, o homem. Percebemos essa bondade até certo grau como entes queridos. Com tal compreensão podemos olhar além das aparências físicas de pessoas e coisas que apreciamos e perceber-lhes a realidade imutável.

Essa bondade, essa agradabilíssima individualização de qualidades espirituais, nunca pode ser tirada de nós ou de nossos entes queridos. Nenhum evento pode jamais separá-la de nós ou deles.

Muitas pessoas se consolam relembrando as coisas bonitas feitas pelos que já faleceram. Mas a identidade imutável e eterna de um indivíduo vale muito mais do que a história de realizações humanas. Estamos alerta o bastante para não materializar nossa lembrança de um ente querido, quando honramos a Deus como a fonte de tudo o que aquela pessoa realmente foi e é. Esta percepção traz receptividade a idéias que curam. Eleva-nos acima de lembranças e objetos materiais.

Essa percepção também nos libertará de permanecermos na dependência desses entes queridos. Temos a necessidade de ver que dependemos primordial e diretamente de Deus, o Amor, e não de uma irmã, um marido, pai, mulher ou mãe. É o Amor que nos faz refletir sua própria atividade, e o Amor está cuidando de nós e protegendo-nos em todos os pontos. Nunca caminhamos sozinhos! Atuamos unicamente por meio da direção de Deus, que está sempre se revelando.

A moderna psicologia também afirma que o pesar não só é normal como necessário, que precisamos sentir o pesar e aceitar a perda e após edificar uma vida nova. Na verdade, nossa vida precisa ser continuamente renovada, reanimada. Mas não precisamos carregar as cicatrizes do pesar. Ele é desnecessário e pode desfazer-se quando despertamos para a terna e imutável solicitude de Deus para com todos e cada um de nós.

Deveríamos despertar e podemos despertar para nossa verdadeira identidade agora mesmo. Essa é uma das lições que Cristo Jesus ensinou. Ao ressuscitar a filha de Jairo e o filho da viúva de Naim, e ao levantar a Lázaro que estivera morto havia quatro dias, Jesus provou que as identidades verdadeiras deles sempre estiveram intatas. Ver Lucas 8:41, 42, 49–56; 7:11–15; João 11:17–44. O pensamento de Jesus estava fixo na individualidade mantida por Deus, como em verdade deveria estar o nosso com referência àqueles a quem amamos. Com respeito à compreensão que Jesus tinha da Vida e de sua expressão, a Sra. Eddy escreve: “Tivesse Jesus acreditado que Lázaro havia vivido ou morrido no corpo, o Mestre teria estado no mesmo plano de crença em que estavam aqueles que enterraram o corpo, e não o poderia ter ressuscitado.” Ciência e Saúde, p. 75.

Não importa quão surpreendente possa parecer, o corpo físico de todos nós, a própria matéria, não vive nem morre. É apenas a crença de que há vida na matéria que parece viver e morrer. O que precisa morrer é essa falsa crença. Deus é a Vida, e o homem expressa a Vida como consciência individual. Na proporção em que compreendemos e comprovamos essa Vida, vivemos seguros e felizes.

Quando mais cedo, começarmos a trabalhar para aplicar a Ciência da Vida em nosso próprio viver, particularmente com relação àqueles a quem amamos mais, tanto mais cedo libertaremos a nós e aos outros da sombra do pesar. Quão animador é pensar acerca de nossos entes queridos em termos das apreciadas qualidades espirituais que integram suas verdadeiras naturezas, em vez de nos ocuparmos apenas com os traços de personalidade ou com uma definição estritamente física. O esplendor de compreender a realidade espiritual tem muito mais calor do que um aperto de mão. Na luz da Vida não há solidão, nenhuma saudade pelo que era. E a Sra. Eddy explica como pode ser isso: “A Ciência divina, que se eleva acima das teorias físicas, exclui a matéria, reduz as coisas a pensamentos, e substitui os objetos do sentido material por idéias espirituais.” Ibid., p. 123.

S. Paulo escreve: “Agora vemos como em espelho, obscuramente, então veremos face a face.” 1 Cor. 13:12. Quando vemos além da crença no que é físico, amamos e apreciamos nossos amigos e familiares ainda mais do que antes. Temos compreensão maior e mais plena da Vida eterna. Aprendemos algo da natureza da verdadeira criação e vemos mais do ser perfeito, o nosso e o daqueles que nos são caros. Então não haverá sentimento de término, nenhuma separação real, nenhuma perda que despedace o coração. Viveremos a Vida divina em sua maior plenitude e veremos o homem intato, completo, e Deus eternamente glorificado.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / novembro de 1982

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.