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Aprofundando a experiência humana

Da edição de julho de 1982 dO Arauto da Ciência Cristã


O rio Roaring Fork corre pelo estado do Colorado, nos Estados Unidos. Às vezes como que murmurando nos trechos rasos, outras vezes escavando poços em lugares onde a força da correnteza circunda grandes rochas. Observando esse cenário, veio-me o pensamento de que a experiência humana assemelha-se bastante à de um rio. Tem seus baixios e suas profundezas. De que maneira podemos substituir suas superficialidades por prazer verdadeiro e vivacidade? Como purificar e enriquecer suas profundezas?

Usando a metáfora de um rio, a Sra. Eddy responde-nos essa pergunta em termos metafísicos: “As correntes calmas e fortes da verdadeira espiritualidade, cujas manifestações são a saúde, a pureza e a imolação do próprio eu, têm de aprofundar a experiência humana, até que se veja que as crenças da existência material não passam de insolente imposição, e que o pecado, a doença e a morte cedem o lugar, para sempre, à demonstração científica do Espírito divino e ao homem de Deus, homem este espiritual e perfeito.” Ciência e Saúde, p. 99.

A fim de aprofundar nossa experiência, torna-se necessário ao significado de “verdadeira espiritualidade” irromper em nossa vida diária com a energia de uma corrente que jorra de sua nascente. O importante é o aprofundar. A mente humana admite uma faxina superficial. Pode até mesmo achá-la agradável. Entretanto, muitas vezes deixamos de perceber a satisfação e paz absolutas que advêm de uma purificação das profundezas. Tanta coisa pode estar encoberta aí que nos sentimos inclinados a resistir à ação purificadora da Verdade nas profundezas da consciência. Aí as crenças da existência material encontram-se adormecidas. Aí o pecado, a doença e a morte estão prontos para uma emboscada, e daí devem ser expulsos e exterminados.

Não se trata apenas de metáfora poética. Chega o momento em que cada um de nós deve se perguntar: “Desejo que minhas superficialidades sejam tranformadas em algo verdadeiro? Desejo que minhas profundidades — pensamentos mais íntimos, sentimentos mais ardorosos — sujeitem-se à ação poderosa da espiritualidade?” Mas o que vem a ser espiritualidade? Não será a compreensão da presença e do poder de Deus, o Espírito, como a única origem de nosso ser individual?

Aceitar essa compreensão e suas exigências aprofunda a experiência humana de maneira a mais eficaz, mostrando-nos o que realmente somos. Essa aceitação também mostra aquilo que, como filho ou expressão de Deus, cada um de nós não é, fazendo com que passemos a enfrentar situações que antes evitávamos. Não precisamos nos sentir temerosos. Porque Deus é Tudo, Ele é a única presença, tanto nas profundezas quanto nas alturas. O Salmista cantou: “Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também. ...” Salmos 139:8.

Fazemos a nossa cama no mais profundo abismo quando recusamos libertar-nos de sentimentos de culpa que nos impomos. Fazemo-la quando nos enterramos em lembranças dolorosas do passado e nos recusamos a ser consolados. Mas o Cristo, a Verdade, está presente onde o nosso abismo auto-imposto parece estar. E, em razão disso, não há realmente nenhuma outra presença que tenha o poder de nos impedir de subir “aos céus”, à inocência e harmonia espirituais que dissipam até mesmo a lembrança do pecado e do sofrimento.

Às vezes, sentimos que, a despeito de tais verdades consoladoras, muita coisa ainda se encontra oculta nas profundezas escuras. O que dizer daquilo que preferiríamos não fosse do conhecimento de mais ninguém? Bem, ninguém mais precisa saber. “As correntes calmas e fortes da verdadeira espiritualidade” não dirão nada. E podemos nos libertar mediante sua profunda ação purificadora que age diretamente sobre nossas emoções.

Os elementos terrenos que parecem em suspenso na consciência serão varridos pela ação da Verdade espiritual. O que é bom, rico e belo se estabelecerá em seu lugar correto.

Como podemos acelerar esse processo de aprofundamento? Sem dúvida precisamos olhar para nossa vida imparcial e honestamente e ver de que lixo temos de nos livrar. Entretanto, é necessário mais do que isso. A Sra. Eddy escreve: “Só a Ciência divina pode abranger as alturas e as profundidades do ser e revelar o infinito.” Ciência e Saúde, p. 292. Precisamos compreender a Ciência divina, apreender a verdade do ser espiritual, a natureza de Deus como Espírito, Alma, e a natureza do homem como a de perfeita expressão divina. Essa compreensão é acompanhada pelo vigor das correntes purificadoras. Precisamos nos deixar levar por elas, desfrutar delas, regozijarmo-nos nelas, ao invés de a elas resistirmos.

Não perderemos um só dos valores da verdadeira humanidade. Ainda consideraremos a cordialidade e o encanto vitais e vibrantes. Acharemos a inteligência ainda mais aguçada. Haverá experiência mais maravilhosa que a de perscrutar as profundezas cristalinas da consciência espiritual e ver nelas as únicas profundezas verdadeiras que existem? Perceber no interior delas a realidade de tudo o que conhecemos e amamos? E ver o senso humano das coisas ceder progressivamente ao que é divino?

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