Era a tarde de segunda-feira, cedinho. Estava na hora do Sr. Hardy apanhar Sara para levá-la ao seu trabalho de babá, pois, na época, ela estava trabalhando como babá na casa da família Hardy, três ou quatro dias por semana.
O Sr. Hardy chegou um pouco mais tarde que de costume, e trazia o semblante carregado, preocupado. Contou que estivera à procura de Cinzento, o gato peludo da família. O gato havia sumido desde a noite de quinta-feira. Toda a família Hardy estava muito receosa de que o Cinzento não achasse o caminho de volta para casa. A família recentemente tinha se mudado para um bloco de apartamentos em que todos os prédios se viam iguais, e o conjunto de edifícios estava rodeado por enormes plantações de milho.
No carro, a caminho da casa dos Hardys, Sara tentou tranqüilizar o Sr. Hardy. Disse ter certeza de que o Cinzento estava bem e voltaria logo. Mal podia esperar até chegar ao apartamento e ter alguns momentos tranqüilos para pensar no assunto.
Depois de alimentar o bebê e pô-lo para dormir a sesta, Sara sentou no sofá da sala e orou. Começou declarando silenciosamente que há uma Mente só — Deus — e que essa Mente é a única que governa a criação. Pensou: “Nessa criação está incluído o Cinzento. Ele é uma idéia de Deus, e uma idéia não se perde nem pode estar fora de seu lugar na Mente.” Sara sabia que toda e qualquer idéia de Deus vive em segurança e em harmonia na Mente, que o Cinzento existia nessa Mente, naquele exato instante, e que estava sendo orientado pela Mente. Além disso, raciocinou assim: “Todas as idéias de Deus refletem inteligência. Como isso é verdadeiro, posso saber que a Mente está guiando o Cinzento ao lugar a que pertence.” Esse modo de pensar estava de acordo com o que a Sra. Eddy diz em Ciência e Saúde: “Tudo quanto é governado por Deus, nunca está privado, nem por um instante, da luz e do poder da inteligência e da Vida.” Ciência e Saúde, p. 215.
Depois de afirmar silenciosamente essas verdades, Sara não estava mais preocupada e sabia que o caso já estava resolvido. Tanto assim que ficou na expectativa de ver imediatamente o Cinzento em seu lugar costumeiro, no lado de fora da janela do terraço. Mas, infelizmente, quando chegaram as 7:30 hs. da noite e o Sr. Hardy voltou para casa, não havia sinal algum do Cinzento.
À hora em que o pai de Sara chegou para apanhá-la e levá-la para casa, o Cinzento ainda não tinha aparecido. Sara sentiu-se tentada a pensar que talvez a situação não estivesse boa, afinal. Enquanto ela e o pai iam para casa, quase começou a contar a triste notícia a respeito do Cinzento. Mas, logo que lhe veio essa sugestão, Sara pensou: “Não, uma idéia nunca está perdida, nunca está fora de seu lugar na Mente.” Naquele exato momento olhou para fora da janela do carro e, na escuridão do campo de milho, Sara viu um par de olhos brilhando como ouro.
“Pare o carro!” exclamou. O pai atendeu-lhe o pedido e, momentos depois, Sara corria de volta para o apartamento com o Cinzento seguro nos braços.
A caminho de casa, contou ao pai como Cinzento tinha sido encontrado. Sara nunca mais esqueceu a importante lição de Ciência Cristã que aprendeu naquele dia: mesmo que a evidência da harmonia não apareça imediatamente, isso não significa que o caso não tenha sido resolvido. Quando acontece persistir a doença ou a necessidade, mesmo depois de muita oração, a experiência com Cinzento tem-na feito lembrar que não se deve aceitar a sugestão de não ter havido progresso. O que é preciso, sim, é continuar pacientemente a afirmar a verdade a respeito do caso. E com a afirmação perseverante dáse a cura.
