De há muito fomos avisados de que os sentidos são enganosos, e não é preciso ter grande conhecimento de história para perceber-se que as crenças humanas estão sempre mudando. A compreensão espiritual, porém, sendo procedente de Deus, é totalmente digna de confiança e está ao dispor de todos. Tal compreensão é uma qualidade inata do homem criado por Deus; este homem nunca carece de compreensão e apenas percebe o que é verdadeiro. A compreensão espiritual corrige espontaneamente as crenças inverídicas e determina o futuro.
Reconhecer que, em nosso verdadeiro ser, somos realmente descendentes de Deus capacita-nos a aprender os fatos espirituais, fatos que, quando percebidos e utilizados, fazem cessar tanto o afluxo de crenças errôneas como o mero impulso à dúvida. “O Espírito transmite a compreensão que eleva a consciência e conduz a toda a verdade” Ciência e Saúde, p. 505., escreve a Sra. Eddy. E, de fato, podia dizê-lo, tanto em vista de sua própria experiência como devido ao seu estreito relacionamento com os personagens bíblicos que falaram a verdade a respeito de Deus e do homem. A transmissão da compreensão do Espírito é muito mais do que esforço humano. Seu ímpeto provém de Deus.
Mesmo se acreditamos que não sabemos como orar ou pelo que orar, o Espírito moldará nossas orações, quando nos volvermos de todo o coração a Deus — dispostos a aprender, não apenas o que pensamos que queremos saber, mas tudo o que se faz necessário. Paulo afirma humildemente: “Não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis.” Romanos 8:26. Outra versão inglesa traduz esta última frase “com suspiros demasiado profundos para palavras”.
Embora Paulo fale aí da inspiração espiritual que é demasiado profunda para palavras, em Primeiro Coríntios combina essa inspiração com fatos espirituais que entendeu profundamente: “Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera. Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com a mente; cantarei com o espírito, mas também cantarei com a mente.” 1 Cor. 14:14, 15.
Ser inspirado pelas verdades espirituais e usar essas verdades para corrigir a crença material torna prático o nosso entendimento espiritual e muda nosso universo. “Se corrigires a crença material pela compreensão espiritual,” adverte a Sra. Eddy, “o Espírito formar-te-á de novo.” Ciência e Saúde, p. 425. O ato de corrigir envolve mais do que meramente em teoria descrer de inverdades. Retificar é fazer alterações, inverter tendências e restaurar a clareza e a pureza. Podemos estar certos de que a correção espiritual determina qualquer situação.
Num artigo intitulado “Meias-verdades a respeito do futuro”, René Dubos lamenta as negras perspectivas que muitos profetizam para o século vindouro e conclui dizendo: “... os criadores do cenário global devem ter sempre em mente que a admoestação ‘se as tendências continuarem as mesmas’ perde de todo a sua validade, pois, toda vez que se refere a seres humanos, tendência nunca é destino.” The Wall Street Journal, 8 de maio de 1981.
Será que isto não indica o fato de que as condições impostas a nós e ao nosso mundo, por qualquer crença material, podem ser mudadas hoje como resultado de nossa crescente compreensão do Espírito? “O erro mortal se dissipará numa quimicalização moral”, promete a Sra. Eddy. “Essa fermentação mental já começou, e continuará até que todos os erros da crença cedam à compreensão. A crença é mutável, mas a compreensão espiritual é imutável.” Ciência e Saúde, p. 96.
E como conseguimos obter compreensão espiritual? Oramos por ela. Rogamos a Deus por ela. A Bíblia está cheia de orações de petição por entendimento e sabedoria. Tais orações baseiam-se explícita ou implicitamente no fato científico de que por Deus comunicar compreensão, o homem, em realidade, já a tem; pois o homem, como semelhança de Deus, reflete tudo o que Deus dá.
É a partir dessa base que o Cientista Cristão ora e cura. Reivindica seu entendimento espiritual como sendo inalienável e estando intato, pois, em seu verdadeiro ser, ele é o homem, o reflexo de Deus. Há, para nós, poucos fatos cientificamente cristãos mais importantes dos quais nos darmos conta, do que este: o de que cada um de nós (e nossos entes queridos!) em verdade já possuímos compreensão espiritual. É preciso nos apropriarmos dessa compreensão e a desenvolvermos, mas não precisamos ter falta dela. O fato de que podemos cultivar o entendimento espiritual é a esperança que nos impele a buscar essa luz da Verdade. Tal esperança não deve ser arrasada por presumirmos que algumas pessoas têm acesso ao entendimento espiritual, enquanto que outras — devido a idade, aprendizado e história, não o têm.
Cristo Jesus, aos doze anos de idade, assombrou os mestres, os líderes do pensamento religioso, com sua compreensão espiritual. Suas obras posteriores continuam a assombrar toda a mentalidade de pendor material e a inspirar mudanças na vida das pessoas.
Todos nós temos, ao nosso dispor, a compreensão espiritual necessária para corrigir qualquer crença material. Vivendo cada vez mais de conformidade com a verdade imutável, nossa vida determina a tendência do futuro. Essas tendências espiritualmente corretas tornam-se profecia, não de tristezas, mas de bem. E este é o destino.
