Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

O suicídio não é solução

Da edição de agosto de 1982 dO Arauto da Ciência Cristã


Afinal, aconteceu numa manhã nebulosa. Eu estava sentada na cama, pernas cruzadas, e escrevia um bilhete para minha família — era um bilhete de despedida. Eu não conseguia agüentar mais a minha vida.

Com as lágrimas rolando pela face, escrevi que à minha irmã ficaria o meu cãozinho, minhas plantas iriam para a senhora que morava no quarto em frente, e assim por diante. Era uma lista lamuriosa, simbolizando o que eu imaginava ser uma vida lamentável — vida sem esperança.

Havia cerca de um ano que vinha-me perseguindo a forte tentação de acabar com tudo. Eu simplesmente achava que não iria agüentar outro dia!

Pus o bilhete de lado, deixei-me cair na cama de costas e fitei o teto. “Bem,” lembro-me de ter-me dito, “você quer paz, não é mesmo? Quer se ver livre de todos os seus problemas, não é assim?” Um irrestrito “Sim!” foi a resposta imediata. Minha vida estava em farrapos. Eu tinha poucos amigos, estava sendo quase excluída da faculdade, estava quebrada financeiramente. Parecia não haver razão alguma para continuar vivendo.

Veio-me então ao pensamento, muito calmamente: “Tal como o homem adormece, assim acordará” (Ciência e Saúde, 291:23, somente). A princípio, não percebi que relação isso tinha com minha situação, mas, insistentemente, me vinha esse pensamento enquanto eu ali estava deitada. Enquanto meditava nele, percebi que, de fato, era um ponto muitíssimo importante. Quando alguém vai dormir, acorda no mesmo lugar em que adormeceu. Eu havia acreditado que o suicídio me traria paz e o alívio de minhas tribulações. Percebi, então, que eu despertaria tendo ainda que lidar com um conceito mortal da existência. A morte nunca iria resolver meus problemas. A Sra. Eddy afirma claramente em Ciência e Saúde — logo após as palavras que eu havia relembrado: “Tal como a morte encontra o homem mortal, assim será ele depois da morte, até que a provação e o crescimento efetuem a mudança necessária.” (Ver também o que ela diz sobre suicídio em Miscellaneous Writings, p. 52, linhas 18–10.) Essa compreensão deu-me incentivo para lutar pela liberdade e trabalhar para obter a cura.

Em minha experiência, as tendências suicidas muitas vezes pareciam uma atração magnética — era difícil desvencilhar-me delas. O que é que podemos fazer com tais sugestões? Como podemos negar-lhes uma base mental? Provavelmente, o que mais me ajudou foi perceber que eu nunca poderia ser forçada a fazer o que não é direito. A Sra. Eddy tem alguns conselhos muito reconfortantes para os momentos em que estamos receosos de estar desprovidos de controle ou temerosos de que, de repente, este nos possa falhar. Diz: “Saiba, então, que você tem poder soberano de pensar e de agir corretamente, e que nada pode desapossá-lo dessa herança e invalidar o Amor.” Pulpit and Press, p. 3. Que grande ajuda é saber que quando nos volvemos a Deus nunca nos encontraremos numa situação, nem seremos tentados a fazer algo, que não podemos controlar! Qualquer sugestão em contrário não é nada mais do que isto — uma sugestão; nunca é um fato e, certamente, nenhum poder. Nunca estamos sem o auxílio de Deus!

Podemos estar alerta para não ser envolvidos em fantasias — como seria se eu ficasse livre das atuais preocupações, como reagiriam as pessoas à minha morte, como é que, de fato, se comete suicídio, e assim por diante. As sugestões de que estaríamos mais livres, liberados de nossos atuais cuidados, são certamente falazes.

Cristo Jesus deixou bem claro que a morte não iria tornar a vida mais livre. Sabia que é o Cristo, ao revelar a filiação do homem com Deus, que pode fazer isto. Disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” João 10:10. Em 1 Coríntios lemos: “O último inimigo a ser destruído é a morte.” 1 Cor. 15:26. Essas declarações indicam que a morte tem de ser progressivamente vencida, e não procurada, e que podemos trabalhar para essa vitória, ganhando um sentido mais abundante de vida.

Fiz verdadeira descoberta naquela manhã obscura. Levantei-me e rasguei o bilhete em mil pedaços. No decurso de vários meses empenhei-me em obter melhor compreensão da Vida que é Deus. Usei uma concordância dos escritos da Sra. Eddy e procurei várias referências sobre “Vida”. Orei por ânimo e fortaleza para continuar resolvendo meus problemas. O estudo da Bíblia e de livros de nossa Líder revelou-me um propósito para viver. Filiação à igreja tornou-se-me uma influência estabilizadora e útil. Fiz o melhor que pude para pôr em prática o que estava aprendendo e gradualmente todas as sugestões de suicídio se desvaneceram.

Provavelmente a coisa mais significativa que me aconteceu nesse período de progresso, foi minha descoberta de que eu tinha um propósito na vida. Descobri que minha razão de ser é a de expressar a Deus. A natureza de Deus é refletida por Sua criação, o homem. Quanto mais sabemos de Deus — da gentileza, amabilidade e imparcialidade do Amor; da beleza, alegria e tranqüilidade da Alma; da percepção, profundeza e brilho da Mente — tanto mais verificamos que essas qualidades se expressam em nossa própria vida. Aprendemos que essas qualidades de Deus constituem a verdade de nossa existência. Desânimo, desespero e desejo de morrer desaparecem quando vemos mais claramente essa realidade.

Fala-se e pensa-se muito na morte, hoje em dia. São ministrados cursos de tanatologia. Há muitas publicações de pesquisas sobre o que acontece depois da morte. Discussões sobre eutanásia e até aborto atraem nossos pensamentos para o assunto da morte. Como não é incomum verificar que as tendências do pensamento em voga germinam em nossa vida, é muito útil perceber que sugestões de morte não se originam em nós. São, simplesmente, a imposição do pensamento do mundo a pleitear que o aceitemos. Com a ajuda de Deus tais sugestões podem ser expulsas!

Ninguém é vítima indefesa. Quando nos volvemos a Deus, nossa vida torna-se cada vez mais pacífica. Nossos problemas se resolvem e os pensamentos mórbidos de suicídio se vão. E aceitamos avidamente a liberdade de viver.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / agosto de 1982

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.