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A oportunidade de perdoar

Da edição de janeiro de 1983 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando somos criticados ou tratados injustamente, qual é a nossa reação? Ressentimento, autojustificação, mágoas ... ?

Quando se está diretamente envolvido em tal situação, é bem mais fácil perceber quão inúteis seriam tais reações. Sabemos, por exemplo, que guardar ressentimento contra alguém que nos tenha tratado injustamente é, por si só, um erro — que acaba causando maior sofrimento e pesar.

Reação humana mais sutil à crítica e aos tratos injustos pode assumir a forma de silenciosa reserva mental — agüentar até receber algum tipo de compensação, esperar por restituição ou retribuição pela “dívida” que se crê ter em haver. Também isto é inútil — e não traz cura.

Sempre que há rompimento de relações humanas, a necessidade é de cura. A brecha nunca precisa ser aumentada pelas nossas reações negativas ou por hostilidades. Acaso não podemos encarar cada circunstância em que fomos criticados ou maltratados, como uma oportunidade para perdoar? Por meio da Ciência Cristã, sempre podemos aprender mais sobre o método do amor crístico — amar aos que nos amam e aos que não nos amam.

Cristo Jesus ensinou a lição básica de várias maneiras. Em seu Sermão do Monte, pregou: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos, abençoai os que vos amaldiçoam, fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos injuriam e vos perseguem.” Mateus 5:43, 44 (conforme a versão King James).

Contudo, não amamos, nem perdoamos o próximo ou o inimigo na expectativa de receber em troca recompensas pessoais ou elogios. A alegria de perdoar é a única recompensa. Perdoar, sem outras conotações, demonstra o amor puro que é o distintivo do verdadeiro cristianismo. Significa que estamos vendo, e, em verdade, usufruindo de, algo mais acerca do homem que Deus criou — na Sua exata semelhança — e que estamos abandonando o falso conceito mortal do homem como pecador desamparado. A bênção do perdão é completa em si mesma, e temos a promessa bíblica: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.” Mateus 5:7.

Mas se, por acaso, pensamos que não podemos perdoar alguém (talvez porque o mal parece grande demais para merecer perdão), estamos, em verdade, aceitando a pretensão errônea de que o homem não é a imagem de Deus, que o homem não é a emanação do Amor. Isto tende a favorecer o conceito errôneo do homem como um malfeitor e da vida como separada da harmonia universal da criação da Verdade divina. De certo modo, poderíamos estar punindo a nós pelo pecado de outrem. Acaso não basta o que temos de fazer para cuidar de nossa própria consciência, não basta nossa própria necessidade de progresso, para ainda acrescentar-lhe a carga do ressentimento e do rancor por causa dos erros de outros?

Isto não significa que descuidamos dos planos perniciosos da mente mortal de causar males e lançar calúnias. Nossa oração é a de erradicar o pecado onde quer que o encontremos — nunca a de tolerá-lo. Precisamos devotadamente cuidar-nos para não ignorar ingenuamente os esforços destrutivos da inimizade pessoal, e para proteger a nós e a outros de sucumbir à maré do ódio ou de sermos provocados a responder do mesmo modo. Por meio de um reconhecimento da verdadeira relação do homem com Deus, podemos anular os efeitos de tais erros e discernir a inocência espiritual daqueles a quem precisamos perdoar.

Nosso claro ministério, como seguidores de Cristo Jesus, inclui presteza e disposição de curar o doente e o pecador. Mas se não expressamos perdão pronto e espontâneo, como podemos curar? O que é que estamos vendo do homem, se ainda não perdoamos ao nosso próximo? “Jesus via na Ciência o homem perfeito,” escreve a Sra. Eddy, “que lhe aparecia ali mesmo onde o homem mortal e pecador aparece aos mortais. Nesse homem perfeito o Salvador via a própria semelhança de Deus, e esse modo correto de ver o homem curava os doentes.” Ciência e Saúde, pp. 476–477. A pessoa que talvez te tenha caluniado, ou tenha difamado alguém de tuas relações, precisa ser amada como filha de Deus. Teu amor por ela, manifestando o amor de Deus, pode abrandar o coração e abrir a porta para que essa pessoa expulse o pecado da calúnia e da malícia de seu próprio pensamento — pode abrir seu coração ao Cristo, à Verdade, que redime e purifica a consciência humana.

Outro ponto a considerar é o de que nossa própria vida fica fortalecida e preservada por uma disposição de perdoar, pois o perdão incondicional aparece como um dos sinais mais verdadeiros da capacidade espiritual de amar. E amar é viver. Não há existência real se não há Amor expressado. Um relato acerca do que ensinou a Sra. Eddy sobre o Amor divino em sua classe de 1888 atribui-lhe as seguintes palavras: “ ‘Deus é Amor; amar é expressar Deus, e como Deus é Vida eterna, se sempre amássemos haveríamos de expressar sempre a Vida, e nunca teríamos uma crença na morte. O ódio é o oposto do Amor, e conduz à morte; por isso, nunca odieis coisa alguma.’ ” We Knew Mary Baker Eddy (Boston: The Christian Science Publishing Society, 1979), p. 90.

A vida de Cristo Jesus, em verdade, não poderia ter sido destruída por aqueles que o pregaram na cruz — ele se recusou a odiá-los como inimigos. Jesus não revidou o ódio com o ódio. Não guardou nenhum ressentimento. O Salvador sabia que as mentiras agressivas que pareciam dirigidas contra ele eram ímpias, impotentes e ignorantes; que o ódio e a animosidade não têm substância nem base na realidade. “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” Lucas 23:34., foi sua oração na cruz. Jesus de antemão já os havia perdoado. A Sra. Eddy escreveu: “O último ato da tragédia do Calvário rasgou o véu da matéria, e desvendou o grande legado do Amor aos mortais: o Amor que perdoa seus inimigos. Este ato grandioso coroou, e ainda coroa, o cristianismo: ... ao sofrimento, dá inspiração; à paciência, experiência; à experiência, esperança; à esperança, fé; à fé, compreensão; e à compreensão, Amor triunfante!” Miscellaneous Writings, p. 1 24.

Os que são misericordiosos alcançarão misericórdia, e a misericórdia infinita do Amor nos é plenamente revelada na promessa da Vida eterna. Jesus o provou. Seguindo o Mestre, também nós encontraremos oportunidades de expressar perdão. À medida que aprendemos a perdoar e a amar de modo curativo igual ao de Jesus, os conflitos serão resolvidos, e veremos mais claramente a realidade e a harmonia do reino de Deus bem à mão.

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