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Quando formos tentados

Da edição de janeiro de 1983 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando alguém procede mal, ou peca, sua tendência é a de se culpar a si mesmo. Isso produz dolorosa sensação de culpa. Na verdade, é preciso lamentar o pensar, o falar e o agir errados, deles arrepender-se e renunciar a eles. Mas no arrependimento adequado não existe condenação pessoal.

Uma das pedras fundamentais do cristianismo científico é o fato de que o indivíduo, sendo em realidade o descendente espiritual de Deus, o bem, nunca é destruído, mas que o pecado — pensamentos e atos contrários ao bem, o Deus onipotente — só é expiado se é destruído. Esse ponto de vista a respeito do pecado é tão importante que encontra expressão num dos artigos de fé estabelecidos pela Sra. Eddy e subscrito por todos os Cientistas Cristãos: “Reconhecemos que o perdão do pecado, por parte de Deus, consiste na destruição do pecado e na compreensão espiritual que expulsa o mal por ser este irreal. A crença no pecado, contudo, será castigada enquanto ela perdurar.” Ciência e Saúde, p. 497.

A fim de acontecer, o pecado precisa ser perpetrado, e é nesse ponto que entra a tentação. Para resistir à tentação faz-se necessário compreender que os estilos de agir do pecado, os quais parecem estar proliferando, são menos importantes do que o impulso essencial de pecar. Embora para vencer o pecado geralmente se faça necessário esforço repetido, se nos estamos volvendo para Deus em busca do perdão (da cura) do mesmo pecado repetidas vezes, sem obter progresso evidente, algo pode estar errado com nossa maneira de encará-lo. Não se daria o caso de termos entendido a nulidade de um mal específico mediante a conscientização de que a Mente divina é Tudo, mas descurarmos de negar a crença mortal a respeito da própria tentação?

A mente mortal, a consciência falsa que pretende ter atividade separada de Deus — do Deus infinito — é mítica. Como Deus, o bem, é a Mente única, o pecado ou o mal não possui inteligência, e uma não-inteligência não tem capacidade de atrair. Carecendo de substância, a mente mortal procura sempre a satisfação própria. Mas isto é impossível; o irreal, insaciável, nunca pode ter satisfação. Quando negarmos cada partícula de validade a essa mente totalmente falsa, a tentação diminuirá em nossa vida. “Quando tentados a pecar,” escreve a Sra. Eddy, “devemos saber que o mal não procede de Deus, o bem, mas que é uma crença errônea dos sentidos pessoais; e se negamos as pretensões desses sentidos e reconhecemos que o homem é governado por Deus, o Espírito, e não por leis materiais, a tentação desaparecerá.” Miscellaneous Writings, p. 198.

Não nos enganemos: todos têm em seu coração uma centelha do desejo de se verem livres do mal, de deixarem de violar os mandamentos, de deterem o pecado e as suas tentações. Mas para que possamos reconhecer esse desejo, talvez seja preciso um despertar; e então escapar ao pecado pode parecer demasiado difícil. Estaremos sucumbindo ao freqüente assédio da tentação de crer que é necessário, até mesmo ao melhor dos mortais, pecar de vez em quando? Então precisamos negar vigorosamente que sejamos mortais. Em realidade somos, neste exato momento, as filhas e os filhos da Alma imaculada do universo, Deus. Não temos impulso intrínseco de pecar, porque nosso Pai é também nossa Mente. Deus não é um supermortal. Deus é Espírito onisciente, Vida, caracterizado em pureza e vitalidade, sabedoria e harmonia. Seus filhos — lembremo-nos de que estes somos nós, a todo momento — são idéias espirituais, a corporificação perfeita das qualidades do Amor todo divino e corporificam somente essas qualidades. Cada um de nós é íntegro, está inteligentemente satisfeito e é suprido com abundância — cada um é uma testemunha espiritual muito querida do poder eterno de Deus. A Mente e seu reflexo, o homem, constitui a inteireza universal.

Por vezes, a tentação insinua uma ameaça. Parece dizer: “Deus não o ajudará. Ou você me adora, ou vai sofrer.” Há muitos casos na Bíblia que mostram como uma resistência corajosa à tentação pode resultar em proteção total. Apesar de um decreto público, proclamando a morte por fogo aos que deixassem de adorar uma imagem de ouro que Nabucodonosor havia erigido, Sadraque, Mesaque e Abednego não puderam ser demovidos da confiança inabalável na justiça de Deus. Seu exemplo é o de coragem moral elevada e não o de coragem animal. Até certo ponto, esses três homens devem ter percebido que confiar na justiça divina assegura a mais alta segurança que a humanidade pode conseguir.

A mente mortal procura anuviar a distinção entre a proposta da tentação e sua aceitação no pensamento. A esses três homens estava claro o conhecimento de que seu amor por Deus e sua obediência a Deus não os tinham levado a um ponto de sofrimento. Se não tivessem tido tal conhecimento, se tivessem aceito a punição como parte da vontade de Deus, é duvidoso que viessem a ser capazes de provar que o homem, sendo espiritual, não pode ser tocado pelas chamas consumidoras da mente carnal. Ver Daniel, cap. 3.

Emoções negativas, que vêm a nós para serem validadas — a luxúria, a cobiça, a inveja, o medo — talvez se pareçam com uma fornalha sobremaneira acesa. Mas habitando no amor eterno de nosso Pai, podemos destruir esses estados mentais errôneos, negando-lhes expressão sob a forma de más ações ou doença. A Sra. Eddy declara: “Por mais diligentes que os Cientistas Cristãos sejam em vigiar, por mais cuidadosos em cerrar suas portas, ou por mais fervorosos em orar a Deus, para se libertarem das pretensões do mal, nunca o farão em demasia. Assim fazendo, os Cientistas Cristãos imporão silêncio às sugestões do mal, exporão os métodos deste e porão fim à influência oculta que exerce sobre a vida dos mortais. Ficai certos de que Deus, em Sua sabedoria, porá à prova a humanidade toda em todos os pontos; e então, se encontrados fiéis, Ele nos livrará da tentação e nos mostrará a falta de poder do mal — isto é, sua absoluta nulidade.” Mis., p. 114.

Ora, isto levanta uma questão: Haverá na tentação algum valor atual para a raça humana? Sim, há valor em resistir à tentação. Tudo em Deus, a Verdade eterna, é bom, e Deus é tudo o que realmente existe. Toda vez que resistimos aos convites do pecado por reivindicarmos nossa pureza natural como descendentes de Deus, afirmando apenas Seu controle e influência como reais, estamos demonstrando que o mal, a matéria, não tem poder, e estamos dando um passo de progresso espiritual.

Durante épocas difíceis acalentemos a certeza que a Bíblia oferece e que pode apagar a condenação de si mesmo e o medo: “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel, e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças.” 1 Cor. 10:13.

O Próprio Deus nunca nos tenta, e o Cristo eterno, a Verdade, que Jesus sintetizou, está ativo em todo peito humano, instando-nos continuamente à moralidade e à bondade e à rejeição do mal, pois este não faz parte do verdadeiro ser. Nisto, a Ciência Cristã é nosso guia capaz. Proclama nossa Líder, a Sra. Eddy: “Só aqueles que são tentados na fornalha refletem a imagem de seu Pai.” Mis., p. 278.

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