Numa tarde de ventania, na praia, tive um vislumbre maravilhoso da natureza da lei de Deus — a lei do Amor. Um marreco preto, muito esperto, foi o instrutor.
Eu havia caminhado pela areia, maravilhando-me com os reflexos do sol que brilhavam no oceano prateado. Escutava o ritmo das ondas e finalmente parei um pouco, tornando-me mais consciente da presença de Deus.
Foi então que notei o marreco flutuando em cima da água, de frente para as ondas que vinham quebrar-se. Mergulhava repetidamente na água apenas alguns segundos antes da onda quebrar em cima dele. A precisão com que mergulhava era de pasmar.
Percebi que, obedecendo ao seu instinto natural de mergulhar no momento certo, chegava à sua fonte de proteção — e de alimento. Compreendi que, de igual modo, ao obedecermos à lei inteiramente bondosa de Deus, em todos os momentos, ficamos capacitados a enfrentar as investidas da mente mortal — a causa aparente do mal, do medo ou da doença — na maneira correta.
O erro, ou mente mortal (termos usados na Ciência Cristã para designar tudo quanto seja diferente de Deus, o bem), parece surgir em forma de nossos próprios pensamentos ou sentimentos. Pensamos: “Sinto-me doente.” “Estou preocupado com meus negócios.” “Estou ofendido com a crítica, ou ingratidão, daquela pessoa.”
Essas sugestões deprimentes podem argumentar com muita agressividade. Mas, são afirmações falsas acerca da realidade. O homem, a imagem e semelhança de Deus, Seu filho bem-amado, está sempre refletindo Deus, a única Mente, e o homem é querido neste exato momento, está completo e é feliz.
Quando nos desafia a aparência, ameaçadora para o sentido mortal, de doença, dor ou carência, somos, às vezes, tentados a ignorar o caso. Pensamos: “A doença seguirá seu curso, e depois ficarei bom.” “O chefe vai acabar esquecendo que esteve irritado comigo.” “O tempo vai me ajudar a superar essa tristeza.” Seguir tal maneira de pensar viria diretamente em contrário à lei do Amor. Cristo Jesus, nosso Mestre, revelou essa lei em sua incisiva afirmação: “O reino de Deus está dentro em vós.” Lucas 17:21. Agora mesmo!
Outra atitude que por vezes ficamos tentados a adotar, é a de usar de expedientes, força de vontade ou manipulação para melhorar uma situação má. Com tal raciocínio poderíamos procurar diagnóstico médico; depender excessivamente de determinada pessoa ou lugar para nos sentirmos completos ou termos companhia; ou envolver-nos em jogos políticos do escritório.
Mas, com seu ensinamento e exemplo, Jesus deu-nos mensagem diferente: “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.” Mateus 5:5. A mansidão não inclui opor nossa vontade ou capacidade pessoais contra alguma força aparentemente tremenda. Jesus provou em cada uma de suas curas e em sua vitória sobre a morte, o poder que há na lei de Deus para destruir qualquer ilusão de existirem outras leis que pretenderiam condenar ao pecado, à doença e à morte a idéia bem-amada de Deus.
Que lição aprendi, então, da ave mergulhadora, naquele dia, na praia?
O que fazia o marreco? Mergulhava fundo no oceano. Dessa forma a força das ondas não o tocava. E, de quebra, em resultado de seu ritmo perfeito, a ave achava pequenos siris para o jantar, no fundo do mar (que aquelas mesmíssimas ondas haviam revolvido).
Ao mergulhar mais fundo que a aparência da superfície, e “perscrutar profundamente o realismo”, como a Sra. Eddy aconselha no livro Ciência e Saúde, encontramos a verdade espiritual imutável. Exatamente onde parece haver problemas, há, na realidade a perfeição da criação de Deus. Esse conhecimento compõe a atividade do Cristo. Nosso amor a Deus, nossa confiança em Deus e a disposição de nos deixarmos curar, chega à iluminação pelo Cristo. E, se somos governados por Deus, a Mente, nossa obediência ao Cristo resulta em cura. A afirmação completa da Sra. Eddy é a seguinte: “Precisamos perscrutar profundamente o realismo, em vez de aceitar apenas o sentido exterior das coisas.” Ciência e Saúde, p. 129.
Podemos aprender a obedecer à lei de Deus, natural, constante e voluntariamente. Podemos dar prova de que o erro não tem poder, e de que à alegria da obediência segue-se renovação de vida, domínio sobre os desafios, e a consciência sempre mais profunda do amor ilimitado de Deus.
