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Mulher: Eva, ou filha imortal de Deus?

Da edição de janeiro de 1983 dO Arauto da Ciência Cristã


Sra., Srta., como você se vê? Como uma identidade mortal física e mentalmente mutável, dotada de estrutura orgânica sujeita a cansaço, desconforto e sinais de envelhecimento? Deus não a vê assim. Mas se essa descrição lhe parece familiar, anime-se. Seus sofrimentos revelam uma falsa visão de mulher, apresentada pelo sentido material. O Cristo revela o sentido espiritual, o sentido verdadeiro.

As Escrituras descrevem aquela que antecedeu essa mortal na história de Eva. Ver Gênesis, caps. 2–4. O relato é uma alegoria. Eva é a contrafação hipotética da mulher imortal, é caráter fitício que ilustra a crença mesmérica no que é finito e na origem material da humanidade.

A realidade é a de que Deus, o Espírito, criou o homem, macho e fêmea, à Sua imagem. Deus é Tudo. Não há outra Mente, nem poder ou presença que possam alterar a perfeição infinita de Seus filhos. A verdadeira mulher não é nenhuma Eva. A Sra. Eddy declara: “Há um só criador e uma só criação. Essa criação consiste no desdobramento de idéias espirituais e suas identidades, que estão abrangidas na Mente infinita e são para sempre refletidas. Essas idéias se estendem desde o infinitésimo até o infinito, e as idéias mais elevadas são os filhos e as filhas de Deus.” Ciência e Saúde, pp. 502–503.

Embora as mulheres tenham alcançado certo grau de liberdade social, civil e política, em muitas regiões do mundo, durante este século, há ainda muito a ser feito. Acima de tudo, precisa ser reconhecido que a verdadeira liberdade tem sua origem na espiritualidade. À medida que as mulheres despertam, individualmente, para sua verdadeira identidade e vivem como filhas de Deus (o que sempre foram), a espiritualidade viceja.

Liberdade real inclui isenção das penalidades físicas de Eva. Desconforto ou dor periódicos, durante os anos férteis, sofrimento proveniente de alterações que ocorrem na meia-idade e aflições provocadas pela velhice são, com muita freqüência, aceitos como inevitáveis. Devido ao sofrimento, ou por compaixão por todas as mulheres, as pessoas protestam: “Não é justo!” Também não é necessário. Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy explica: “A Mente divina, que forma o botão e a flor, cuidará do corpo humano, assim como veste os lírios; não interfira, porém, nenhum mortal no governo de Deus, interpondo as leis dos falíveis conceitos humanos.” Ibid., p. 62.

A verdade, compreendida, age como lei do Espírito, refutando “as leis dos falíveis conceitos humanos”, ajustando e harmonizando nossa experiência. As funções e mudanças do corpo, correntemente aceitas como normais, passam, então, quase despercebidas e não causam nenhum desconforto.

Como pode a mulher obter o sentido mais elevado de feminilidade e livrar-se dos conceitos errôneos associados com Eva? Não será procurando alívio na matéria, nem mediante esforço intelectual de reorganizar o pensamento humano, mas mediante o Cristo, a Verdade.

O Cristo está sempre falando à consciência humana, desenvolvendo o sentido espiritual, destruindo um conceito falso e material e guiando o pensamento a Deus, como origem e síntese de todo o ser. Por meio do profundo desejo de progredir em nossa compreensão da verdadeira feminilidade e de praticar essa compreensão em nossa vida, podemos tornar-nos conscientes da influência do Cristo que cura. Desejo, porém, não é suficiente. Vigiando, estudando, praticando e orando, nossa visão da mulher é corrigida. Cedemos ao sentido espiritual da Vida. Vivemos mais coerentemente como filhas de Deus.

A Ciência Cristã mostra como nos identificarmos corretamente. Para tanto, precisamos estar alerta a fim de não aceitarmos as sugestões que compõem uma Eva. Estamos pensando e agindo como Eva — por exemplo, com explosão temperamental ou mostra de possessividade, aceitando dor e outras fraquezas? Então podemos melhorar nossa ação agora mesmo, pensando a partir de um ponto de vista espiritual, ao invés de material. Essa é uma mudança que teremos de fazer.

Podemos ampliar as boas qualidades dos outros e recusar-nos a crer que traços mortais pertençam, de fato, a eles ou a nós. Podemos ser mais receptivas ao bem, mais gentis, pacientes, moderadas conosco e com os demais, mais constantes em nossa fé, mais rápidas em negar à crença mortal alojamento em nossa consciência.

Podemos estudar, com a ajuda das Concordâncias da Bíblia e dos escritos da Sra. Eddy, termos como “mulher”, “fêmea”, “Eva”. Podemos ler na Bíblia as histórias das mulheres que se destacaram. Analisando-as melhor, veremos que suas vidas ilustravam profundo amor a Deus, confiança em Deus e compreensão de Deus, ou, em certos momentos, instrutiva falta dessas qualidades essenciais. Sua capacidade de viver com liberdade moral transparece apesar dos costumes e das doutrinas restritivas de sua época.

Abigail, por exemplo, não teve medo de fazer o que achava certo, a fim de impedir que o ungido e futuro rei de Israel cometesse, em sua ira, assassinato. Aproximando-se de Davi com humildade, segundo os ditames da cortesia, trouxe comida para os homens de Davi; coisa que o marido havia recusado fazer. Pediu que Davi perdoasse o comportamento rude do marido e suplicou-lhe que não realizasse sua ameaça, dando a entender que não havia para isso causa suficiente. Seu conselho foi aceito com gratidão. Que sabedoria, visão, coragem e fruição nos mostra a história dessa mulher! Ver 1 Samuel, cap. 25.

Não há fórmula rígida para se orar. Elevando nossos pensamentos a Deus, com louvor e gratidão, reconhecemos como ponto de partida alguns fatos básicos da realidade. O Amor infinito é o Pai e a Mãe de todos. A Mente divina governa suas próprias idéias perfeitas. O Espírito mantém forma e simetria perfeitas. A Alma não muda e os filhos e as filhas da Alma são imutáveis na expressão das qualidades da Alma: amor, alegria, pureza, beleza, criatividade, integridade, sabedoria, vigor, inspiração, sem traço do físico, de hereditariedade mortal, temperamento ou idade. Quando tais reconhecimentos abrem nosso pensamento ao Cristo, as mensagens de Deus fluem livremente.

Se impomos a nós ou a outros uma das tendências de Eva — fraqueza, por exemplo — temos o direito e a capacidade crísticos de negar e inverter essa falha, reivindicando a qualidade dada por Deus, fortaleza espiritual. Isso é mais do que esforço humano. Compreensão metafísica substitui a dimensão física e a evidência da realidade se mostra pela cura.

Se nossa vida parece sem sentido, podemos reconhecer, pela oração, que Deus é Vida, a desenvolver eternamente novas perspectivas em Sua criação, e que as limitações de Eva não são reais. Não têm lugar em nosso ser. Reivindicando nossa herança como filhos e filhas de Deus, encontramos oportunidades sem fim de revelar e desenvolver novas idéias, adequadas ao nosso estágio individual de progresso, cujo resultado pode manifestar-se em uma família, em maior progresso no trabalho, em novo cargo na igreja, em amizade compensadora.

Tal oração também ajudará a elevar os pensamentos da humanidade até ao conceito espiritual de mulher e habilitará todas as mulheres a viverem — em certo grau — mais próximas da realidade divina. A Sra. Eddy explica: “A Verdade, desafiando o erro ou matéria, é a Ciência, que desfaz um conceito errado e leva o homem ao verdadeiro conceito da individualidade e da Divindade, no qual o mortal não fomenta o imortal, nem o material, o espiritual, mas onde a verdadeira masculinidade e feminilidade aparece inalterada e inalterável no esplendor do ser eterno e de Suas perfeições.” Unity of Good, pp. 42–43.

A verdadeira feminilidade “inalterada e inalterável” é demonstrável aqui e agora. Podemos ver-nos como Deus nos conhece: como Sua imagem perfeita.

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