Nota da Redação: Desde os primórdios, formas erradas de apresentar os ensinamentos da Ciência Cristã foram postas em circulação pela crítica. Em anos recentes, essas críticas alcançaram nova amplitude na tentativa de rotular a Ciência Cristã de “culto não-cristão”. Achamos que as seguintes perguntas e respostas sobre pontos-chave, preparadas pela Delegacia de Divulgação, serão de interesse de nossos leitores e de outras pessoas. Apresentamo-las no espírito das palavras de Mary Baker Eddy: “Uma mentira deixada a seu bel-prazer não é tão facilmente destruída como quando se diz a verdade sobre ela.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 130.
Pergunta: Acaso não é verdade que os Cientistas Cristãos separam Jesus do Cristo e afirmam que Jesus foi apenas um bom homem?
Resposta: Trechos típicos dos escritos da Sra. Eddy que jamais ou raramente são mencionados pelos religiosos que a criticam, contêm declarações como estas: “A divindade do Cristo tornou-se manifesta na humanidade de Jesus” e “Esse Cristo, ou divindade do homem Jesus, era sua natureza divina, a santidade que o animava.” Ciência e Saúde, pp. 25–26. A Ciência Cristã faz distinção entre o título divino do Salvador como Cristo e sua história humana como Jesus. No entanto, jamais separa os dois, pois aceita plenamente Jesus como a encarnação ou a corporificação do Cristo.
Por vezes, críticos que se dizem ex-Cientistas Cristãos, lamentam nunca haverem aprendido algo sobre Jesus na Ciência Cristã. É de admirar como essas pessoas podem ter deixado de ler um dos discursos mais comoventes e profundos sobre sua vida até hoje escrito, o capítulo “Reconciliação e Eucaristia” no livro Ciência e Saúde.
Há, por certo, diferença teológica legítima entre Cientistas Cristãos e religiões que acreditam que Jesus é Deus. Mas os Cientistas Cristãos acreditam que Jesus demonstrou completamente e de maneira inigualável a filiação espiritual do homem com Deus. Além disso, consideram que essa filiação espiritual define a verdadeira natureza do homem criado à semelhança de Deus. Cientistas Cristãos amam e reverenciam Jesus não somente como seu Senhor e Mestre, mas também como o Modelo para toda a humanidade. Paulo escreve: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” Filip. 2:5. e entendem que esse “sentimento”, ou motivação, é divino.
Resumindo, reconhecem cheios de gratidão o Messiado de Cristo Jesus, sua relevância humana e divina na história como o mediador entre Deus e os homens, o “único imaculado”, o “mais alto representante terrestre de Deus”, “Jesus, o coroado de Deus, ou o homem divinamente real” Message to The Mother Church for 1901 de autoria da Sra. Eddy, p. 8, e Ciência e Saúde, pp. 52 e 313..
Pergunta: A maioria dos cristãos acredita que o advento de Jesus na carne e sua crucificação e ressurreição foram acontecimentos cruciais na história da humanidade. Quando Cientistas Cristãos dizem que a matéria é irreal, acaso não negam o próprio significado desses acontecimentos, até mesmo que tenham tido lugar?
Resposta: Jamais cristão algum poderia tomar o registro evangélico da vida de Cristo Jesus, inclusive seu nascimento virginal, sua crucificação e ressurreição corpórea, de maneira mais literal e mais séria do que o Cientista Cristão. Esses são acontecimentos históricos no sentido mais amplo do termo.
A Sra. Eddy escreve com referência ao “ceticismo perigoso” quanto a esse assunto: “Cristãos e Cientistas Cristãos sabem que se o Antigo Testamento e as narrativas dos evangelhos nunca tivessem sido escritos, a natureza do cristianismo, tal como foi ilustrada na vida de nosso Senhor, e a verdade contida nas Escrituras, são suficientes para autenticar o cristianismo do Cristo como o ideal perfeito.” Miscellany, p. 179.
O parágrafo anterior ajuda a explicar uma afirmação feita pela Sra. Eddy, a qual invariavelmente é usada fora de contexto pelos críticos religiosos: “Se nunca tivesse existido tal pessoa como o profeta da Galiléia, isso não faria diferença para mim.” Ibid., pp. 318–319. Apesar de seus escritos caracterizarem-se por constantes referências à suprema importância da vida e do exemplo de Jesus, aqueles que a difamam procuram, em vez disso, trechos isolados que se possam ajustar ao significado que eles querem dar. No caso em foco, a Sra. Eddy estava descrevendo o que havia dito a um difamador agnóstico que a havia desafiado a comprovar a existência de Jesus. Após as palavras citadas, ela escreveu: “Eu ainda saberia que o ideal espiritual de Deus é o único homem verdadeiro à Sua imagem e semelhança.” Em termos não completamente dessemelhantes, o evangelista Billy Graham tem afirmado que mesmo “se não houvesse registro histórico da vida e do ministério de Jesus, ele ainda seria real para mim, porque eu o conheço pela minha experiência pessoal e diária” Citado por Robert Peel, em Christian Science: Its Encounter with American Culture (Nova Iorque: Henry Holt and Company, 1958), p. 193..
Com alegria, Cientistas Cristãos enfatizam a importância da ressureição real de Jesus após ter ele sido enterrado, enquanto algumas pessoas de outras igrejas duvidam dessa verdade e ainda assim permanecem de nome no rebanho cristão. A veracidade da ressurreição sustenta a fé dos Cientistas Cristãos na supremacia do poder espiritual sobre o material. E é fundamental à prática da cura por meio da qual procuram comprovar, passo a passo, que a matéria e suas limitações não fazem parte da realidade estabelecida por Deus.
Pergunta: Como podem Cientistas Cristãos dizer que Cristo é apenas uma idéia?
Resposta: Eles não o afirmam. Tal como não afirmam que Deus é “apenas” o Ser Supremo. Cristo é “a idéia de Deus” Ciência e Saúde, p. 565. e não do homem — é a própria presença e o próprio poder de Deus. A Sra. Eddy escreve sobre “a presença viva e palpitante do Cristo” Ibid., p. 351., que cura os doentes, e que “é o Cristo vivo, a Verdade prática, que faz de Jesus ‘a ressurreição e a vida’ para todos os que o seguem em seus atos” Ibid., p. 31.. Talvez o cristão tradicional não consiga compreender facilmente esse ponto, mas o poder do Cristo, o espírito do Cristo, expresso no viver, sempre se faz sentir. Separa decisivamente a cura cristã de toda e qualquer forma de cura pela mente humana e regenera enquanto cura.
No próximo mês: O que ensina a Ciência Cristã sobre o pecado e a expiação?
Dirigiram-se, pois, a ele, perguntando:
Que faremos para realizar
as obras de Deus?
Respondeu-lhes Jesus:
A obra de Deus é esta,
que creiais naquele
que por ele foi enviado.
João 6:28, 29
