Desaquecimento ... recessão ... desemprego ... futilidade ... essas sugestões desanimadoras permeiam muito do noticiário atual e assaltam indivíduos e nações como miasma mortífero. No entanto, há resposta a esse contágio eivado de temor e às circunstâncias que parecem justificá-lo.
Com a pura compreensão da Verdade e do Amor podemos enfrentar, baseados no domínio que Deus deu ao homem, a tentação de crer em incertezas pessoais e perigos econômicos. A Ciência CristãChristian Science (kris'tiann sai'ennss) torna claro o que significa para nós a onipotência do Amor divino. Mostranos como dar prova prática da ação da Verdade. Quando compreendemos a Verdade em sua Ciência prática, verificamos que ela afasta o medo, realiza ajustes acertados, substitui a carência pela abundância.
Que a ajuda divina está disponível em meio à escassez e à desordem social é um dos temas principais das Escrituras. Grande turbulência prevalecia nos tempos bíblicos. Contudo, o triunfo do poder espiritual sobre as condições materiais brilha através dos ensinamentos proféticos e é ilustrado repetidamente pelos personagens do Antigo Testamento ao se sobreporem a perigos e adversidades. É ainda melhor iluminado e confirmado inequivocamente nos ensinamentos do Novo Testamento — e, particularmente, nas portentosas provas de suprimento e provisão concedidos por Deus, provas dadas por Cristo Jesus e seus seguidores.
Aquilo que procura ocultar a evidência da abundância de Deus e do Seu cuidado infalível é a idolatria do pensamento mortal — é a determinação de resolver as coisas mediante o raciocínio humano, ao invés de resolvê-las pela compreensão espiritual; é a confiança nos meios e recursos materiais, ao invés de confiar na orientação da Mente divina.
Será que nos voltamos para outras fontes e supostos poderes que não o Amor todo-abundante ou a Mente suprema? O que precisamos é a disposição de fazer da onipotência do Amor divino o ponto de partida de nosso modo de pensar. A receptividade espiritual abre nossa visão para a soberania inexpugnável e a ação salvadora da lei de abundância do Amor. Cristo Jesus indicou o caminho: “Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas.” Mateus 6:33 (conforme a versão King James).
O ilimitado universo do Amor caracteriza-se pelo bem que jorra sem cessar. Porque o bem é infinito, ele é infinitamente diverso em expressão. E sendo infinito, todo o bem está em toda parte, assim como todo o bem está exatamente aqui. O bem divino encontra expressão na imensurável abundância de idéias espirituais da Mente. A infinidade dessas idéias dá testemunho da inteireza e da inteligência suprema da Mente. Sua diversidade sem limite dá prova de que seja qual for a idéia espiritual alguma vez concebida como necessária, ela já existe na Mente. Portanto, a carência é desconhecida na presença de Deus.
Além disso, a infinidade e a diversidade das idéias de Deus asseguram a inteireza, o estado impoluto e a perfeição do homem, que é o reflexo completo, ou seja, a imagem, da Mente. A consciência que o homem tem das idéias da Mente é a substância real do homem. Essa verdadeira consciência — a Mente a refletir sua própria natureza, seu conteúdo e sua plenitude — não tem limite. Constitui o reino dos céus, o qual Jesus disse estar dentro em nós — dentro, na verdadeira consciência e no ser do homem.
A Ciência Cristã mostra que essa consciência e substância espirituais estão ao nosso alcance agora, em nossa experiência humana no presente, mediante a compreensão de Deus revelada, e proporcionada pelo Cristo e pela Ciência Cristã. Ao percebermos a plenitude do ser do homem, que lhe foi dada por Deus, temos os meios espirituais para enfrentar eficazmente todas as pretensões mortais de carência.
Por vezes, a pretensão inicial de carência concentra-se em não se saber exatamente o que fazer — falta de um sentido de direção. No entanto, a completa disposição de trabalhar com Deus em espírito de oração, depositando irrestrita e inabalável confiança em Deus, ilumina o nosso sentido espiritual. Então estamos preparados para ouvir a orientação da Mente onisciente; estamos prontos para responder àquelas intuições celestiais que nos mostram o caminho certo a seguir.
Ou então, o obstáculo parece ser uma opinião negativa a nosso próprio respeito: a falta de um sentido de valor. A Ciência Cristã soluciona tal coisa — não com edificar um sentido mortal do eu com base num ego humano, mas com despertar-nos para perceber o domínio, a pureza e a glória da natureza real do homem como representante de Deus.
Quanto mais aprendermos da plenitude e da perfeição do Amor divino, tanto mais claramente reconheceremos a grandeza e o valor do homem como idéia de Deus. E essa é a nossa verdadeira identidade agora, apesar do que o sentido mortal atesta. Realmente não somos entes finitos em luta para progredir, impelidos pelo egotismo ou pelo medo mortal. Dado a ele por Deus, o homem tem um eu espiritual que se desdobra sempre devido ao incessante impulso carinhoso da Alma infinita, ou Mente.
Para o sentido mortal, o que se faz premente parece ser solucionar a falta de emprego. Para o sentido espiritual desperto, porém, há este reconhecimento, como Mary Baker Eddy o coloca: “O homem é a expressão do ser de Deus.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 470. Claro é que a “expressão do ser de Deus” não pode estar senão empregada — não pode estar senão perpetuamente ativa; nunca está separada do propósito e das capacidades que lhe foram outorgados por Deus nem excluída da oportunidade de expressá-los. O homem nunca poderia ficar separado de realizar o propósito divino, para o qual Deus o criou.
O homem pode parecer estar à procura de maior quantidade de substância. Contudo, a Ciência Cristã demonstra que a substância do homem é imensurável porque é, no seu sentido mais original, o Espírito infinito e o Amor ilimitável. A substância real do homem nunca está confinada à matéria nem cerceada pelas circunstâncias materiais. Irrompe através desses limites ilusórios de concepções finitas, porque existe no Deus infinito e pertence ao Deus infinito. Como a Sra. Eddy explica: “A Alma tem recursos infinitos para abençoar a humanidade, e a felicidade seria alcançada mais facilmente e estaria mais segura em nosso poder, se a buscássemos na Alma.” Ibid., p. 60.
Que dizer de uma aparente falta de iniciativa, de motivação, de vigor ou do poder espiritual que salva e cura? Quem ou o que pode resistir às energias infinitas do Amor? O que poderia, alguma vez, reduzir à inatividade a oniação da Mente, as forças incomensuráveis da Alma? Pontos de vista limitados a respeito de nosso Deus infinito precisam ceder à percepção engrandecida de Sua ilimitada bondade e de Seu ilimitado poder, percepção de que Deus governa incontestavelmente Sua criação, e de que o homem expressa a inteligência e as energias divinas.
A única conclusão possível, na Ciência Cristã, é a de que as energias da Verdade, contra as quais não pode opor-se coisa alguma, estão sempre a se expressar na economia divina — com espontaneidade, de modo frutífero e com poder irresistível. Os recursos ilimitados da Alma manifestam-se para sempre no cumprimento do propósito eterno de Deus de expressar a Si Próprio, e isto pode ser comprovado mediante a Ciência do Cristo, em nossa vivência no presente.
Essa oniação, essas forças espirituais, essas energias divinas, esses recursos ilimitados do bem — todos eles estão agora e eternamente manifestados na própria auto-expressão do Amor divino e essa auto-expressão é o homem. Nessa verdadeira identificação de quem e do que somos e de quem e do que são todos os demais, encontramos a realização de nosso ser individual. A carência cede lugar à abundância, e o medo cede ao domínio e à satisfação espiritual do homem.
