Muitos dos filmes de horror e de mistério têm um elemento em comum: geralmente as vítimas da brutalidade são mulheres e os agressores são homens. Repetidamente, essas representações de hostilidade reforçam a imagem de ser a mulher o alvo natural da violência e a de ser o homem o seu perpetrador natural. Quantos de nós de fato questionam com resultado esse estereótipo?
Aquilo em que cremos ou que toleramos, seja consciente ou inconscientemente, afeta, de fato, nossa vida. Cenas que reforçam tais estereótipos, tendem a apoiar uma atmosfera de pensamento que convida à violência.
Se compreendemos que as imagens, tal como as idéias, afetam nossa vida, o que podemos fazer? Nosso protesto pode ir muito além de um boicote individual aos meios de comunicação que exploram a violência. Realmente, nosso protesto precisa ir mais além, se quisermos que tenha o maior efeito. Para combater com êxito o ódio, o sadismo e a violência de todos os tipos, temos de atacar suas causas.
Quais são elas? A pobreza? Uma sociedade corrupta, dominada pelo elemento masculino? Má educação? Hereditariedade? É possível que todos esses sejam fatores a considerar, mas não há razão para não irmos mais a fundo e desenraizarmos a causa básica do mal sob qualquer de suas formas: a consciência falsa na qual o mal parece tão real e poderoso quanto o bem. Essa consciência finita é chamada, na Ciência Cristã, “mente mortal”. Todo sentido de mal começa e termina com essa assim chamada mente e sua objetivação, a matéria. Cristo Jesus falou da personificação do mal como o diabo, que era “homicida desde o princípio” e que “jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade” João 8:44..
O assassino, o traficante de violência cujas ações temos de eliminar, é essa consciência falsa que considera o mal como um oposto de Deus, oposto real e poderoso. Para destruir o mal, portanto, temos de começar por substituir uma consciência individualizada dele por uma expressão genuína do bem.
Isso pode parecer tarefa monumental. O mal em todas as suas formas e maneiras parece deveras real e concreto. Mas o Cristo pode mudar, radical e fundamentalmente, o pensamento de uma base material para uma base mais espiritual, trazendo à luz a realidade de Deus. Como? Por meio da oração, por meio de nossa rendição ao poder transformador do Cristo e por procurarmos a consciência verdadeira da realidade, consciência que Deus outorga. Cada um de nós pode conhecer e expressar cada vez mais a Mente que é Deus, a Vida divina, a bem-aventurança e a alegria ilimitadas.
A Bíblia nos anima: “Que haja em vós a mesma mente que houve também em Cristo Jesus.” Filip. 2:5 (conforme a versão King James). Essa Mente, a Mente de Cristo, é sua Mente e minha Mente, sua Vida e minha Vida, e pela Ciência do Cristo podemos reconhecê-la. A Mente divina, a Vida, está de contínuo conferindo a verdadeira consciência do ser que nos habilita a subjugar o sentido material de existência. Quando captamos o que é a Vida, a aparente substancialidade do mal desaparece, por se destruir a fascinação por ele ou o medo a ele.
Essa foi uma das descobertas da Sra. Eddy na Ciência Cristã. Escreve: “O homem que conhece a Vida como esta é, ou seja, Deus, o bem eterno, não adquire meramente uma sensação de existência, mas uma consciência concomitante de poder espiritual que subordina a matéria e destrói o pecado, a doença e a morte.” Miscellaneous Writings, p. 189.
Por meio da oração e do viver diário iluminado pela Verdade divina, cada um de nós pode refletir mais da Mente de Cristo e descobrir, assim, as dimensões infinitas da Vida. A verdadeira consciência da Vida dá-nos poder para vencer o mal. Insanidade, violência e ódio têm de ceder às doces realidades da Vida real, compreendidas.
Os pensamentos que entretemos, a própria maneira em que vivemos, podem fazer protesto contínuo — não apenas contra a glorificação da violência, mas contra toda a ênfase agressiva dada aos extremos da existência material. Ao tornarmo-nos mais conscientes da Mente real, veremos crescente evidência das dimensões infinitas do Espírito e da vida espiritual. Domínio cada vez maior sobre o mal de toda espécie nos assegura que, um dia, toda limitação irá ceder à consciência infinita. Então, o homem será visto como de fato é: com uma Mente e à imagem dessa Mente — semelhante a Deus, e livre.
