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A gratidão destrói o medo

Da edição de setembro de 1983 dO Arauto da Ciência Cristã


A gratidão sincera e o medo não se misturam. Uma vez que a gratidão é uma qualidade mental positiva que nos torna alegremente cientes do poder, da presença e do amor de Deus por nós, ela expulsa o medo. Além do mais, a gratidão substitui o medo pela coragem moral e pela fé, que pode ser definida como a expectativa do bem, baseada em Deus como o bem. O hábito de ser grato deixa-nos tão conscientes do amor e do cuidado de Deus, que não podemos acolher o medo. Na verdade, gosto de pensar que a gratidão é um sentimento consciente de amor por Deus, um reflexo do amor de Deus por nós. Diz a gratidão: “Sei que Tu me amas, ó Pai-Mãe, pois tenho visto algumas das Tuas bênçãos, e eu Te amo.”

Numa das suas epístolas, João escreve: “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.” 1 João 4:18. O perfeito Amor, que é Deus, torna-se manifesto no amor de Deus pelo homem e no amor refletido do homem por Deus. A menos que estejamos atentos, talvez não percebamos quão importante é reconhecer que de fato amamos a Deus. A gratidão sincera catalisa nosso apreço pelo terno cuidado que Deus tem por todos os Seus filhos. Oferecendo o sentido espiritual de uma das linhas da Oração do Senhor — “Perdoanos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” Mateus 6:12., a Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “E o Amor se reflete em amor.” Ciência e Saúde, p. 17.

O medo é negativo e tem seu suposto fundamento na ignorância a respeito de Deus. O sentido humano, limitado, vê um problema e, então, ignora ou esquece o poder, a presença e o amor de Deus. O medo insiste em que o homem é vulnerável. Ou, pode argüir que nossos entes queridos são fracos e que talvez estejam fora do alcance da proteção de Deus. O medo é finito e não pode conceber a infinidade.

Não adianta nada repreender a si mesmo por sentir medo. Fazê-lo somente acrescentaria ao medo um sentido de culpa. Tal autocondenação é uma perda de tempo. Nunca soube de ocasião alguma na qual a autocondenação conseguisse remover meu próprio sentimento de medo ou o de alguma outra pessoa. Mas, obter uma profunda convicção do amor, do poder e da presença de Deus, afasta de fato toda expectativa de mal. A gratidão, que reconhece a onipotência de Deus, reforça a confiante expectativa do bem.

Dois aspectos sutis do medo são a preocupação e o desalento. A preocupação está, às vezes, disfarçada de um sentido de cuidado. É quase como se alguém dissesse: “Eu me importo, portanto me preocupo. Preocupo-me de não fazer um bom trabalho no serviço, ou preocupo-me pela segurança dos meus filhos”, e assim por diante. Há inúmeras coisas pelas quais um ser humano ultra-ansioso se pode preocupar. Mas é praticamente impossível preocupar-se e ao mesmo tempo estar verdadeiramente grato, estar consciente do vigilante amor de Deus.

Cristo Jesus sempre esteve consciente de seu parentesco com Deus. Estava seguro do amor de Deus por ele, e queria que aqueles que o escutavam estivessem cientes da presença de Deus. Jesus estava tão continuamente grato que agradeceu a Deus antes de alimentar as multidões e antes de ressuscitar Lázaro. Tinha tanta certeza do amor de Deus por todos os Seus filhos que consolou seus seguidores, dizendo: “Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino.” Lucas 12:32. Não havia nessa declaração um falso sentido de cuidado, mas sim uma profunda verdade que destrói a preocupação.

O desalento nem sempre é reconhecido como medo, mas é medo. O desalento diria: “Nunca conseguirás atingir teus objetivos, não importa o quanto tentes, porque não os conseguiste até agora.” Tais sugestões contêm implicações de que o bem não seja contínuo e, portanto, esteja fora de alcance. Pretendem impedir ou destruir a coragem moral que confiantemente aguarda o bem.

Aqui novamente a gratidão a Deus derrota o desalento, pois a gratidão sincera não é um sentimento fantasioso. Está fundamentada na experiência. Uma criança procura os pais em busca de conforto e auxílio, geralmente porque recebeu proteção carinhosa no passado e está confiante de que a vai continuar recebendo.

Se nos confrontam perigos ou dificuldades, podemos volver-nos confiantemente a Deus em busca do conforto e da orientação de que necessitamos e que desejamos ganhar. Nossa gratidão, uma contínua expectativa do bem, é também nosso reconhecimento do bem que recebemos no passado. É sábio manter nossas “gratidões” atualizadas. Isto é, podemos ser gratos pelo bem recente, assim como pelo bem recebido num passado mais distante.

Um dos patrimônios que mantém nossos pensamentos cheios de gratidão encontra-se nos testemunhos de curas e reconhecimento da proteção de Deus publicados nos periódicos da Ciência Cristã. Todos os anos são publicados aproximadamente trezentos desses testemunhos. Muitas vezes penso que, em vista disso, tenho pelo menos mil motivos de gratidão recente — pelos trezentos publicados no ano passado, os trezentos publicados neste ano, e os trezentos a serem publicados no ano que vem, além de todas as demonstrações que eu próprio tive ou que testemunhei. Esta não é só uma abordagem estatística, é uma abordagem repleta de gratidão.

É reconfortante darmo-nos conta de que, a qualquer hora, alguém, nalgum lugar, está reconhecendo a presença e o amor de Deus. Se outra pessoa o está fazendo, cada um de nós também pode fazê-lo, pois Deus ama cada um de nós com muita ternura. Podemos dizer para qualquer pessoa: “Gosto de ti, mas lembra-te de que Deus te ama ainda mais.” Como Ciência e Saúde declara: “O Amor é imparcial e universal na sua adaptação e nas suas dádivas. É a fonte aberta que clama: ‘Ah! todos vós os que tendes sede, vinde às águas’.” Ciência e Saúde, p. 13.

Podemos encher de tal maneira os nossos pensamentos com a gratidão, a consciência do amor e da orientação de Deus, que não restará neles lugar para sugestões de medo, preocupação ou desânimo. A gratidão não só bane como destrói as sugestões do erro. Não há lugar para o medo numa consciência que ama e que tem acesso a milhares de motivos para gratidão.

Davi não teve medo de enfrentar Golias. Já havia sentido o amor e a presença de Deus ao subjugar um leão e um urso que haviam tentado atacar suas ovelhas. Ver 1 Samuel 17:34, 35. Esses acontecimentos lhe haviam mostrado a presença de Deus, portanto Davi, cheio de confiança, podia dizer a Golias: “Tu vens contra mim com espada, e com lança, e com escudo; eu, porém, vou contra ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado.” 1 Samuel 17:45.

Na medida em que estamos cientes de ter tantos motivos para gratidão, podemos enfrentar os leões, os ursos e o Golias do medo, com a confiante expectativa do bem. Estamos seguros do amor de Deus e de nosso refletido amor a Deus. O medo é banido e permanece banido. Nossa vida concorda com o que consta em 2 Timóteo: “Deus não nos tem dado espírito de temor, mas de poder, de amor e de uma mente sadia.” 2 Tim. 1:7. (Conforme a versão King James). A gratidão mantém-nos conscientes desse poder, do amor e da saúde mental.

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