Como Cristo Jesus, obviamente, não competia com pessoa alguma, podemos pensar que suas obras não têm aplicação prática em competições esportivas. Pelo contrário, ninguém jamais demonstrou melhor as qualidades de coerência, amor, humildade e isenção do mal — qualidades essas naturais à excelência atlética. As palavras e obras de Jesus oferecem o exemplo supremo de como lidar com as situações humanas, inclusive aquelas que envolvem esforço físico e mental intenso. Os esportes dão-nos muitas oportunidades de demonstrar, com modéstia, hoje, o mesmo poder-Cristo que Jesus demonstrou séculos atrás.
A carreira de Jesus provou que discórdias de todos os tipos — morte, insanidade, tempestades — podem ser destruídas pela compreensão de que Deus é onipotente e de que o quadro material é falso. As curas que realizou são evidência vital de que Deus está continuamente mantendo a perfeição do homem. Por acaso o Princípio que cura mudou? Absolutamente não! Nem mudou nosso direito de demonstrar esse Princípio e podemos fazê-lo por intermédio da Ciência Cristã. Esportes constituem uma área em que podemos começar a provar a harmonia indestrutível da criação de Deus. Reconhecendo que o homem manifesta, de modo contínuo, a onipotência de Deus, podemos desafiar negativismos como crença em vantagem de se jogar no próprio campo, rivalidade exacerbada, crença em má sorte ou qualquer outra crença que nos impediria de dar o máximo.
Os ensinamentos de Jesus ameaçavam de tal modo o pensamento alicerçado na matéria que ele era muitas vezes odiado por ignorância. Embora Jesus tenha cumprido sua missão com os motivos mais puros, foi ameaçado, escarnecido e, por fim, crucificado por aqueles a quem procurava abençoar. No entanto, mesmo durante seu incrível tormento na cruz, assim orou por aqueles que tentavam destruí-lo: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” Lucas 23:34. Que impressionante exemplo de amor imutável! A zombaria ou a intimidação física que irrompe, às vezes, durante um jogo intenso, pode colocar à prova nosso desejo de acercar-nos daquele amor. Podemos sentir-nos tentados a odiar um adversário, um fã, um colega ou o técnico. Nessas horas, lembremo-nos do quanto Jesus suportou, sem retaliar. Por meio de sua ressurreição, mostrou que a identidade real é espiritual e não pode ser ferida ou controlada por ódio e agressão.
Curar o ferimento ou a dor que, de vez em quando, aparecem ao se praticar um esporte é passo importante em provar que a identidade espiritual é um fato e não uma abstração. O time de beisebol do qual eu participava, fazia uma excursão anual de cinco a seis dias, em que jogávamos dez vezes. Como tinham ocorrido alguns problemas em viagens anteriores, preparei-me para essa, afirmando em oração que o domínio outorgado por Deus ao homem é um fato imutável que pode ser demonstrado em qualquer lugar ou situação. Durante um jogo, fui atingido no rosto por um forte arremesso. Imediatamente, pus-me em guarda contra as sugestões mentais agressivas relacionadas com um acidente desse tipo. A Sra. Eddy diz em Ciência e Saúde: “Quando acontece um acidente, pensas ou exclamas: ‘Machuquei-me!’ Teu pensamento é mais poderoso do que tuas palavras, mais poderoso do que o próprio acidente, para tornar real o ferimento.
“Agora inverte o processo. Declara que não te machucaste e compreende a razão disso; verás que os bons efeitos que daí resultam, estarão em exata proporção à tua descrença em relação à física e à tua fidelidade para com a metafísica divina — à tua confiança em que Deus é Tudo, como as Escrituras declaram que Ele é.” Ciência e Saúde, p. 397. Segui essas orientações e consegui terminar o jogo sem perda da capacidade física ou de um dente e sem sofrimento. No dia seguinte, nem mesmo uma equimose era visível. De certa maneira, eu havia seguido o exemplo de Jesus e provado estar livre de leis materiais.
Devido às obras notáveis de nosso Mestre, as pessoas queriam adorar o Jesus corpóreo e glorificá-lo, tornando-o rei. Jesus, porém, resistiu à adulação. A Bíblia declara: “Retirou-se novamente, sozinho, para o monte.” João 6:15. Junto com o sucesso nos esportes pode vir a tentação de desviarmo-nos da verdadeira fonte de força, precisão, inteligência e vigor, e confiarmos na crença de que essas qualidades venham do corpo ou do cérebro materiais. Ora, Jesus compreendia que Deus é a única fonte de poder e explicou que suas obras eram o resultado de seu relacionamento com essa fonte. Disse: “O Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai.” João 5:19. Sua humildade provê um modelo perfeito para nosso pensamento e nossa ação.
Ao enfrentarmos os desafios da vida, inclusive nos esportes, é inspirador estudar o exemplo de Jesus. Mostrou-nos ele como superar qualquer situação difícil com que nos defrontemos.
