Quando oramos, em Ciência CristãChristian Science (kris'tiann sai'ennss), o que estamos procurando? Estamos buscando em primeiro lugar a cura física? A solução de um problema pertinaz? Ou, será um profundo desejo de conhecer Deus melhor o que impele nossa oração? Cura ou compreensão — qual é mais importante? A resposta tem importância significativa nos resultados de nossa oração.
As demonstrações incomparáveis de Cristo Jesus são nosso exemplo supremo do que pode acontecer quando se ora eficazmente. A fé inabalável de que todas as coisas são possíveis a Deus é a pedra angular de suas instruções sobre a maneira de orar. Mas ele ensinou que a oração não deve ser primordialmente motivada pelo desejo de coisas objetivas — alimento, roupa, abrigo ou mesmo uma cura física necessária. Essas necessidades não devem ser ignoradas; mas, Jesus aconselhou colocarem-se em primeiro lugar as coisas mais importantes. “Buscai em primeiro lugar o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas” Mateus 6:33 (conforme a versão King James)., eis como descreveu o motivo adequado para orar.
Jesus provou que Deus é a Verdade imutável, a única fonte infalível de tudo o que é realmente verdadeiro a respeito do homem. Quando alguém vinha a ele em busca de cura, Jesus reconhecia que o estado físico discordante não era a realidade mas o meio de a mente mortal expor suas crenças errôneas a respeito do homem. Mostrou que o afastar-se prontamente do erro e compreender espiritualmente o que Deus está fazendo e o que Deus está tornando manifesto através de Seu reflexo, o homem, resulta em cura. Mary Baker Eddy explica em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Jesus via na Ciência o homem perfeito, que lhe aparecia ali mesmo onde o homem mortal e pecador aparece aos mortais. Nesse homem perfeito o Salvador via a própria semelhança de Deus, e esse modo correto de ver o homem curava os doentes.” Ciência e Saúde, pp. 476–477.
Como conseguia Jesus obter essa visão espiritualmente clara e demonstrar seu poder de curar? O Mestre disse: “O Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz.” João 5:19. Eis aí o ponto de partida da oração: ver o que o Pai está fazendo. Deus, o Princípio perfeito, é refletido para sempre e sem falhas em Sua idéia, o homem. Portanto, a realidade do homem, a semelhança de Deus, é a de que o homem só pode fazer, ou manifestar, aquilo que o Próprio Deus está fazendo. Deus expressa-Se incessantemente como a única Mente infinita, a única Vida, Verdade e Amor; e o homem é essa expressão infinita: o produto ideal de Deus. Não é de admirar que o Mestre não se tenha deixado perturbar pela maneira com que a mente mortal obscurece à perspectiva humana o homem real, pois sabia que o homem nunca pode fazer, nem incluir, coisa alguma que não esteja sendo feita pelo Pai.
Isso é ilustrado pelas curas notáveis realizadas por Jesus. Consideremos, por exemplo, a ressurreição de Lázaro. Para o sentido mortal não havia possibilidade de Lázaro voltar a viver. Lázaro estivera doente, havia morrido, e tinha estado no túmulo por quatro dias. No entanto, Jesus não se deixou intimidar por essa evidência. O Mestre deu a Lázaro a ordem de levantar-se, e este assim o fez, completamente são, curado. Em Ciência e Saúde lemos sobre esse retorno à vida: “Quem ousará pôr em dúvida essa prova consumada do poder e da vontade da Mente divina, de manter o homem para sempre intacto no seu estado perfeito e de governar a atividade inteira do homem?” Ciência e Saúde, pp. 493–494. Poderíamos dizer cientificamente que o Filho viu o que o Pai estava fazendo e sabia que, como conseqüência, a Vida harmoniosa perpetuada por Deus tinha de ser verdadeira a respeito de Lázaro.
Que modelo maravilhoso para nossa própria oração! Também nós podemos nos afastar da crença na evidência do estado físico que está a pedir atenção, e raciocinar: “Pai, Tu estás aqui. O que fazes Tu, ao invés daquilo que a mente mortal pretende estar realizando?”
Será possível entendermos com suficiente clareza o que a Mente divina está manifestando eternamente através do homem, de modo que a cura seja o resultado? Sim, se o desejo sincero de iluminação espiritual é o verdadeiro motivo de orarmos. Temos a garantia de Jesus: “O Pai ama ao Filho e lhe mostra tudo o que faz.” João 5:20.
O Pai ama a cada um dos Seus filhos. É Seu propósito mostrar a todos nós o que está fazendo. Essa é a razão de o santo Consolador, a Ciência divina, ter vindo à humanidade. Nossa Líder, Mary Baker Eddy, que descobriu e fundou a Ciência Cristã, foi inspirada pelo Pai a registrar no livro-texto, Ciência e Saúde, a declaração completa do que é Deus, e do que Deus está realizando. Esta Ciência está exposta numa linguagem clara, inequívoca. Por nos voltarmos à Palavra inspirada da Bíblia e às claras explicações da Verdade em nosso livro-texto, podemos conhecer a Verdade viva que torna o homem livre. Podemos aprender a entender o que é Deus, melhor do que o entendemos hoje. Podemos conscientizar-nos de que somente o que Deus faz pode determinar o que o homem verdadeiramente é.
E o que é que Deus faz? Deus conhece, sabe. Deus é a Mente única e infinita que tudo sabe. Deus sempre conhece tudo o que se acha incluído na infinidade da Verdade. E tudo o que Deus conhece torna-se manifesto pelo homem, o reflexo pleno da Mente. Os ensinamentos da Ciência Cristã são explícitos nesse ponto. A Sra. Eddy escreve: “Para Deus, conhecer é ser: isto é, o que Ele conhece deve existir verdadeira e eternamente. ... Ele é Mente; e qualquer coisa conhecida por Ele se torna manifesta e deve ser a Verdade.” Não e Sim, p. 16.
Deus conhece tudo o que é verdadeiro a respeito do homem e do universo. Seu conhecimento expressa-se no homem e manifesta o amor de Deus. Tudo o que Deus conhece é bom. Ele não só é um bom Deus; Ele é o próprio bem. Não existe elemento do mal no bem imortal. O mal nunca faz parte do que Deus conhece. Deus não pode conhecer o mal nem mesmo como crença errônea.
Visto não existir mal conhecido da Mente, segue-se daí que não pode existir mal que se manifeste através do homem. Então, a discórdia física que clama por cura não é o resultado do que o Pai está realizando. Científica e literalmente, o mal que alguém possa estar vivenciando é fundamentalmente o efeito da ignorância acerca do Princípio divino e de sua ação harmoniosa. A crença mortal assevera falsamente que o homem pode ser levado a incorporar o mal, mas o mal nunca faz parte do que o Pai está tornando manifesto.
O mal e suas falsas pretensões continuarão a parecer reais e a necessitar de cura até que essa mentira fique totalmente erradicada mediante a compreensão espiritual esclarecida. Nisso reside a importância de que, na oração, se dê primazia às coisas mais importantes — que se ore com o profundo anseio de ver com maior clareza o que Deus é e o que Ele está fazendo. Tal oração é atendida pelo Amor divino, que afasta as nuvens mentais do erro e mostra-nos o que precisamos saber.
“A oração nunca poderia mudar a Deus, nem adaptar Seus desígnios aos modos mortais”, declara nossa Líder; “porém pode, e faz, mudar nossos modos e nosso falso senso de Vida, Amor e Verdade, elevandonos até a Ele.” E, mais adiante, continua comentando sobre a oração e diz: “Faz descobertas novas e científicas de Deus, de Sua bondade e poder. Ela nos mostra mais claramente do que antes víamos, o que já temos e o que somos; e, mais do que tudo, nos mostra o que Deus é.” Ibid., p. 39.
Se alguém vem lutando longa e arduamente para libertar-se do sofrimento e lhe parece que suas orações não têm trazido resultados, talvez convenha que determine: “O que estou realmente procurando mediante a oração?” Se está motivado em primeiro lugar pelo desejo de ser curado fisicamente, talvez precise elevar mais alto o pensamento. Se sinceramente anseia por conhecer Deus melhor e compreender mais claramente o que é ser filho de Deus, é-lhe possível recordar a promessa confortadora do Mestre: “O Pai ama ao Filho e lhe mostra tudo o que faz.”
Nada há de errado em desejar livrar-se do sofrimento. Está inteiramente certo voltar-se apenas para Deus em busca de cura. Mas o resultado curativo da oração será mais certo, e os resultados benéficos mais duradouros, se o aprender a compreender Deus — o que Deus é, e o que Deus faz — formarem o motivo primordial dessa oração.