Com profunda gratidão por ter sido criada na Ciência Cristã, passo a relatar uma cura que, segundo a entendo, solidificou para sempre minha fé no Cristo, a Verdade. O período correspondente ao verão que precedeu meu penúltimo ano na escola secundária foi de grande aprendizado para mim. Eu havia concluído o ano anterior como quarta colocada no torneio estadual de tênis e, para minha alegria, recebi convite para trabalhar com o treinador de minha escola, ministrando aulas de tênis durante o verão. Aproveitei a oportunidade, ciente de que poderia utilizar as muitas horas de folga durante o dia para melhorar minhas próprias habilidades de atleta. Minha meta para o ano seguinte era a de tornar-me campeã estadual de tênis.
Próximo ao final do primeiro mês de férias, no entanto, comecei a perder toda a sensibilidade nos pés. Ao invés de refutar essa mentira com as verdades do ser espiritual perfeito, eu apenas a coloquei de lado, atribuindo-a às longas horas de atividade vigorosa. Depois de algum tempo, entretanto, meu estado piorou consideravelmente. Parecia que eu estava ficando completamente aleijada. Certo dia, por acaso, li numa revista um artigo que descrevia a esclerose múltipla. Percebi que estavam se manifestando quatro ou cinco dos sintomas mencionados.
Naquela época, uma praticista da Ciência Cristã me auxiliava com trabalho diário. Eu também estudava e orava diariamente por muitas horas, com o fim de destruir a sugestão mesmérica de doença. Um artigo que li no Christian Science Journal sobre a verdadeira saúde, enfatizava a necessidade de destruir o falso conceito acerca da origem de nossa saúde. Demonstrava ser a crença baseada na ilusão de que a saúde seja uma condição física tão indigna de confiança quanto a crença na doença, pois ambas estão edificadas nas areias da instabilidade humana e não têm fundamento na Verdade. Isso me ajudou a ver que a saúde é realmente espiritual e, por tal razão, nunca pode oscilar, falhar, extinguir-se ou envelhecer. Ganhei muito com a leitura dos trechos esclarecedores daquele artigo.
Como morávamos numa comunidade pequena e muito unida, a notícia do meu problema, e a subseqüente preocupação por mim espalhou-se de maneira descontrolada. Freqüentemente alguém me perguntava sobre o meu estado, algumas vezes pessoas que mal me conheciam. Logicamente, eu tentava acalmar e tranqüilizar a todos. E, enquanto eu aprendia a ser grata pelo interesse sincero, reconhecia que a minha oração e a confiança incessante em Deus não seriam influenciadas.
Com o passar do verão, o problema não cedia. Eu estudava, orava e ficava imaginando por que ainda não tinha me libertado daquela crença falsa. Como estudantes de Ciência Cristã, aprendemos que a primeira coisa a destruir por meio da oração é o medo. Vim a associar o medo com falta de confiança em Deus e compreendi que o medo persistente de que eu pudesse levar toda uma vida inativa era essencialmente falta de confiança no cuidado sempre presente de Deus por mim, Sua filha. Enfrentar o medo dessa maneira me ajudou a superá-lo.
Meus pais apoiaram com muito amor minha decisão de receber tratamento pela Ciência Cristã. Eram pacientes e encorajadores quando eu me sentia desapontada, quando me faltava o ânimo. Certo dia, meu pai observou: “Você não é filha de Deus por sua própria escolha; você não tem escolha no assunto. Você é filha de Deus e só precisa aceitar esse fato sem questioná-lo.” Por essas palavras de confiança e por todo o seu amável apoio, agradeço ao meu pai e à minha mãe.
Passei a última semana das férias de verão na casa da praticista que me estava dando assistência. Lá estudei Ciência e Saúde de autoria de Mary Baker Eddy, em especial da página 390 à 393, onde ela nos diz claramente o que fazer assim que descobrimos sintomas de doença. Ainda que eu tivesse deixado de tomar essas providências no início, as instruções de nossa Líder vinham agora em meu auxílio e me empenhei em obedecê-las todos os dias, obedecer cada uma delas, individualmente. A Sra. Eddy diz-nos (p. 393): “A Mente exerce autoridade sobre os sentidos corpóreos e pode vencer a doença, o pecado e a morte. Exerce tu essa autoridade conferida por Deus. Toma posse de teu corpo e governa-lhe a sensação e a ação.” Também estudei “a exposição científica do ser” à página 468, que apresenta claramente a verdadeira identidade do homem e apreende a essência de toda oração verdadeira.
Durante aquela semana, comecei a me sentir alegremente grata pelo extraordinário crescimento espiritual obtido nos três meses que se haviam passado. Ao tomar o ônibus de volta a casa, ao final de minha estada, a praticista me animou a não me preocupar e deixar que a lei de Deus operasse. A partir de então, a doença começou a desaparecer lentamente, até que todos os seus efeitos sumiram e recobrei meu bemestar.
Nunca cheguei a ganhar um título estadual de tênis, mas recebi muitas outras manifestações de reconhecimento, tendo sido eleita a Atleta do Ano quando estava no último ano. Todos os prêmios e elogios, entretanto, não se podem jamais igualar à satisfação de reivindicar minha verdadeira saúde e as oportunidades de crescimento na Ciência Cristã que os anos entremeados de atividades desportivas na escola me propiciaram. Estou certa, sem qualquer sombra de dúvida, de que Deus é minha única Vida, e de que praticar a Ciência Cristã é a melhor maneira de expressar as qualidades procedentes do nosso Pai celeste.
Washington, Distrito de Colúmbia, E.U.A.
Posso comprovar o testemunho de Shannon, por ser a praticista que trabalhou com ela durante toda essa experiência.
Shannon telefonou-me em julho e descreveu os sintomas que se manifestavam. Eu havia trabalhado anteriormente num caso que apresentava os mesmos sintomas e que tinha sido diagnosticado pelo médico como esclerose múltipla. Eu não sabia, até ler o testemunho de Shannon, que ela ou os pais estavam cientes do que os sintomas poderiam indicar. Não mencionei a doença e assim evitei inculcar suas imagens mentais no pensamento deles. Certamente, o bondoso apoio de toda a família foi um fator curativo nessa experiência.
Em minha oração por Shannon refutei todas as pretensões atribuídas especificamente a essa doença. Declarei que, pelo fato de não existir doença, os sintomas só podiam ser sugestões. Em conjunto, Shannon e eu raciocinamos que, como a matéria nunca tinha tido o poder do movimento, não poderia perder o que nunca lhe havia pertencido. O verdadeiro movimento é a manifestação infinita da Mente infinita.
Conheço Shannon desde pequena e sabia que ela era uma atleta entusiástica, com grande desejo de vencer. Baseei parte do meu trabalho em trazer à tona as qualidades amáveis que ela sempre possuíra e que precisava expressar, até mesmo na quadra de tênis ou de basquete. Na primavera que se seguiu a essa cura, Shannon formou-se na escola de segundo grau e recebeu o troféu concedido à mais valorosa atleta do ano.
