Cada vez mais, a tendência geral desta era nuclear exige respostas radicais que não se restrinjam às suposições costumeiras e aos modelos de pensamento convencionais da mente humana:
• Muitas pessoas temem que sua pátria se transforme em campo de batalhas nucleares.
• Os superpoderes estão recorrendo cada vez mais às pressões psicológicas para obterem vantagens estratégicas — ao terror atômico para preservar a segurança nacional.
• Já existem armas nucleares suficientes para destruir várias vezes os maiores países da terra. Contudo, a corrida armamentista continua em escalada, e as perspectivas adicionais são as de que alguns regimes muito voláteis e, até mesmo, grupos terroristas, venham a adquirir artefatos nucleares.
Entretanto, neste editorial não fazemos comentários sobre tendências militares ou políticas nacionais. Tratamos nele do que nós, individualmente, podemos fazer para impedir que nós mesmos, os nossos entes queridos e, em suma, toda a humanidade, sejamos extintos.
Os perigos nucleares são perigos de outra ordem, diversa das confrontações militares do passado, pois ameaçam tornar a terra inabitável. A sobrevivência exige modos de pensar que sejam novos e radicais.
Não resta dúvida de que um holocausto nuclear acarretaria uma destruição física com caráter de cataclismo. No entanto, se considerarmos todas as atitudes, temores e decisões que haveriam de preceder uma confrontação nuclear e a sua consecução, veremos que a destruição em si seria o resultado de motivações, temores, suspeitas e animosidades humanas que a ela conduziriam. Os perigos atômicos puseram em nova evidência as perversidades da mente humana não regenerada — seus raciocínios e irracionalidades autodestrutivos, as contradições e ilusões que a enganam, os motivos sinistros e as crenças ignorantes que espreitam furtivamente de suas profundezas.
É nisto que está o “x” do problema. É preciso encontrar meios de restringir essas propensões mentais suicidas e purgá-las. As respostas devem vir de fora dos parâmetros do pensamento baseado na matéria. Podem ser encontradas mediante o despertar para a verdade do que a Mente e a Vida e o homem realmente são — mediante novas definições baseadas nos ensinamentos de Cristo Jesus de que Deus é Espírito, todo-poderoso e infinito. A Ciência CristãChristian Science (kris´tiann sai´ennss) oferece essas definições e assim torna acessível a nós, mediante oração científica, o poder governante da lei espiritual.
A única Mente real é Deus — o bem puro, o perfeito Amor ilimitável, que a tudo cria e a todos envolve. Essa é a Mente criadora ou o Pai, a respeito de quem jesus falou e ensinou; cuja influência salvadora e sempre disponível Jesus provou por meio de seus triunfos sobre a tempestade e as ondas, a distância e a fome, a doença, o pecado e a morte.
A infinidade da Mente, o Espírito divino, e sua manifestação — a encher todo o espaço, sem deixar possibilidade alguma a um oposto — mostra a base desde a qual provar que a assim chamada “mente” material dos mortais é um estado de auto-engano que carece de substância. Como explica Mary Baker Eddy no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, a mente mortal é “o nada, que pretende ser alguma coisa, pois a Mente é imortal. ...” Ciência e Saúde, p. 591.
Mediante o entendimento do Cristo, a Verdade, aliado à espiritualização e à regeneração que tal entendimento traz à nossa vida, tornamo-nos conscientes da natureza das leis e das idéias da Mente infinita. Constatamos que essa Mente é o único criador do homem, e que o homem é a imagem espiritual ou idéia que a reflete. Essa Mente divina é a única Mente real que o homem poderia ter, a fonte universal e única da inteligência e da consciência. Seu poder expressa-se em leis espirituais que a tudo governam.
Tendo em vista que a Mente é Amor infinito, a Mente se caracteriza pela unidade e não pelo conflito. Na Mente não existem forças em oposição; suas energias espirituais mantêm seus sistemas de idéias em perfeita unidade. Na perfeição da Mente, não existe elemento autodestrutivo algum; portanto, não pode haver nenhum no homem. A lei da Mente que a tudo governa exclui a discórdia, pois essa lei expressa o Princípio divino. O poder total desse Princípio dá vigência à harmonia e é incontestável.
Como a Mente é inteligência infinita, não inclui terror nem pânico, nem há nela possibilidade de julgamento errado ou de acidente, nem de paixões descontroladas. Como a Mente é a luz pura que ilumina tudo o que ela cria, na Mente ou nas idéias da Mente não existem recantos obscuros do pensamento, onde alucinações, contradições, insanidade ou intentos maldosos possam existir.
Essas verdades, quando compreendidas, só podem trazer como conseqüência a purgação do pensamento humano dos males que o infestam, bem como o governo efetivo, mediante a lei da Mente, de quaisquer motivos mortais que haveriam de causar dano à humanidade. Como o diz o Salmista: “Deus é o meu escudo; ele salva os retos de coração.” Salmos 7:10.
Jonathan Schell, observando em seu novo livro, The Fate of the Earth, a tendência atual de “confiar em preparativos aniquiladores a fim de prevenir o aniquilamento”, comenta: “O resultado de confiar nesse sistema contraditório ... é o nosso mundo atual meio amortecido, meio paralisado pelo terror. ...” The Fate of the Earth (Nova Iorque: Alfred A. Knopf, Inc., 1982), pp. 208–209. Mas a conscientização da onipresença da Mente exclui o medo que paralisa. Não existe terror estupefaciente na oniação da inteligência suprema.
Para o sentido mortal, o homem é um ser feito de carne que habita na matéria e cuja vida, sensação e inteligência estão baseadas na matéria. Ora, a Ciência mostra que a Vida do homem é Deus, inteiramente independente da matéria e nunca sujeita a condições materiais. A Vida é Espírito — indestrutível, infinita, que se sustém por si mesma, caracterizada pelo bem que se desdobra continuamente.
Como o homem é a idéia de Deus, mantido para sempre na Vida que é Espírito, nosso ser e nossa individualidade reais não abrigam impulsos destrutivos nem estão sujeitos a serem obliterados por assim chamadas forças materiais. A substância, as energias e a inteligência do homem são emanações da Vida infinita, o Espírito. Como emanação da Vida, da Verdade e do Amor, o homem não está à mercê da violência física mais do que o está um raio de sol. A segurança do homem reside no fato de que ele vive “no esfconderijo do Altíssimo” Salmos 91:1. como idéia espiritual de Deus e é imortal. Uma idéia espiritual não está sujeita à radiação atómica ou à destruição atômica mais do que a tabuada de multiplicar está sujeita a ser explodida pela dinamite.
A Vida infinita expressa sua própria glória e permanência no homem. Ela o sustém, nutre e mantém em perfeita ordem, inteireza e bondade. Onde a Vida está, o Amor está; e, portanto, a Vida e seu objeto nunca podem ser vítimas do mal mental ou de forças materiais em conflito. Onde a Vida está, a Mente está; e, portanto, a Vida do homem nunca está a mercê de agentes destrutivos cegos, carentes de inteligência. Nenhum deles existe na onipresença da inteligência divina.
A ameaça nuclear amplifica numa escala global o desafio derraderio, apresentado pela mente mortal, de autodestruição e de esquecimento. Nossa Líder, a Sra. Eddy, porém, garante-nos no livro-texto: “O único poder do mal é destruir-se a si mesmo. Nunca pode destruir nem sequer uma partícula do bem.” Ciência e Saúde, p. 186.
A experiência já torna claro que isto pode ser comprovado mediante a oração cristã científica, tendo sido confirmado muitas vezes em termos de proteção e cura, e na pacificação de discórdias individuais. Pode ser demonstrado numa escala maior, também, porque a lei espiritual universal utilizada em tal oração e manifestada em tais provas expressa a Verdade que é Tudo-em-tudo.
Ao orarmos pela humanidade, cada um de nós pode promover essa obra momentosa de demonstrar o poder de proteção e de preservação que o Amor divino tem para toda a humanidade, pois, como o afirma Ciência e Saúde, “... o mundo sente, por todos os poros, o efeito alterante da verdade” Ibid., p. 224..
