Não resta dúvida de que uma das coisas mais importantes que se pode aprender é a de detectar e anular influências mentais maléficas. A Sra. Eddy, que descobriu a Ciência Cristã, ressalta: “O mundo todo precisa reconhecer que as formas mais brandas do magnetismo animal e do hipnotismo estão dando lugar às suas formas mais agressivas.” E continua: “As pessoas podem escutar complacentemente a sugestão inaudível da falsidade, sem perceber o que as está lesando ou que estão sendo lesadas. Esse veneno mental não pode aturdir, obscurecer, nem desorientar a consciência, quer física, moral ou espiritualmente, se o indivíduo sabe o que está agindo e o poder que tem sobre isto.” Message to The Mother Church for 1901, pp. 19–20.
A Ciência Cristã capacita-nos a reconhecer quando nosso pensamento está sendo adversamente afetado e a resistir com sucesso à pretensa influência do mal. A Ciência ensina o fato sublime de que a Mente divina é de fato a Mente do homem e que o homem, portanto, inclui, como a própria expressão da Mente, o desdobramento de todo o bem. É nosso privilégio comprovar que nada pode interpor-se entre Deus e Sua idéia, não importando quão sutil ou imperiosa pareça ser a influência mental. Nossa clara percepção desta verdade individualiza o poder deífico. Nossa individualidade espiritual, verdadeira, é imbatível e não conhece susceptibilidade às sugestões hipnóticas ou à manipulação mental.
Quais são alguns exemplos concretos da maneira em que o magnetismo animal — a crença de que o mal é capaz de estar ativo e ter poder em nossa vida — está desorientando o pensamento hoje em dia? Eis alguns: Alguém toma conhecimento de que uma pessoa após outra sucumbiu a determinada enfermidade e teme: “E se eu for a próxima?” Um adolescente vê amigos abandonarem um padrão moral de sexualidade e pensa: “Melhor eu fazer o mesmo ou não serei popular.” Um negociante impressiona-se com o quadro econômico de sofrimento descrito pela imprensa e preocupa-se: “E se o meu negócio também for água abaixo?”
A maioria das pessoas jamais aceitaria ingerir veneno se lhes fosse oferecido. Contudo, concordar com as crenças coletivas insensatas pode ser igualmente mortal ao bem-estar físico, financeiro e moral do indivíduo. Cerra-lhe os olhos à presença eterna de Deus e obscurece o Cristo, que está presente em todos. Pecado, doença, limitação, tudo isto é anormalidade. Não faz parte do homem e da mulher criados por Deus para expressar Sua pureza, inteireza e abundância que não flutuam.
Você e eu podemos aprender a lidar com as influências mentais maléficas com uma certeza cada vez maior, porque realmente estamos em união com a Mente que tudo sabe e sempre dirige. Deste modo, a voz de Deus pode ser ouvida a toda hora, em qualquer lugar, sob qualquer circunstância.
Um relacionamento crescente com Deus, o bem, traz a nós mais da notável capacidade que Cristo Jesus possuía de discernir as pretensões do erro e, no entanto, não ser afetado por elas. Apresentando comentários sobre a cura de uma mulher que sofria de hemorragia e a quem Jesus curara, a Sra. Eddy diz em Unity of Good: “Quando Jesus se voltou e disse: ‘Quem me tocou?’ devia ter sentido a influência do pensamento da mulher, pois está escrito que sentiu que ‘dele saíra poder’. Sua consciência pura, cheia de discernimento, proferiu esse veredicto infalível; mas ele não aceitou o erro da mulher nem por afinidade nem por debilidade, pois o erro foi descoberto e rejeitado.” Un., p. 57; ver Lucas 8:43–48.
Sempre que a mente carnal tenta usurpar o governo de Deus sobre nossa vida desviando nosso pensamento, parte ela basicamente de duas premissas: (1) de que a solicitude de Deus por Seus filhos pode falhar por vezes, e de que nossa harmonia corporal, mental ou financeira pode sofrer interferência; (2) de que nossa felicidade será sublimada se entronizarmos a matéria em lugar de o Espírito, Deus.
A mente carnal, Satanás, argüiu sem sucesso perante Jesus na segunda dessas formas quando nosso Guia encontrava-se no deserto. O embate de Jesus com o diabo oferece-nos instrução no trato com persuasões mentais adversas (ver Mateus 4:1–11). Aprendemos que não devemos cessar de orar até que nos tenhamos libertado de quaisquer sugestões que possam estar assaltando a nossa consciência — até sentirmos a presença de Deus e o Seu governo exclusivo. Também aprendemos que é preciso não ser espiritualmente ingênuos e achar que uma noite de oração desarraiga todas as formas do diabo, de uma vez por todas, de nossa vida. Como o ministério de nosso Guia e sua experiência no Getsêmani ressaltam, encontraremos ainda outras oportunidades de provar que o mal carece de poder e teremos de novo ocasiões de comprovar a supremacia de Deus. Mas, armados do conhecimento do Cristo que deu poder a Jesus para vencer o mundo, nunca haveremos de nos sentir despreparados para enfrentar e vencer com sucesso as sugestões do mal de que lhe demos realidade.
O estudante de Ciência Cristã bem desperto não comete o engano de minimizar ingenuamente as pretensões de poder do erro, bem sabendo como o mal haveria de apresar sutilmente os indivíduos incautos. Mantendo-nos em estreito contato com a Mente divina que tudo sabe e não é passível de ser enganada, percebemos espiritualmente tudo o que precisamos saber para preservar nosso bem-estar, nossa pureza e nosso progresso. Se os pensamentos que estivemos entretendo precisam ser corrigidos pela Verdade, no Novo Testamento é-nos asseverado que, enquanto estivermos nos esforçando para ser semelhantes ao Cristo, Deus revelará a nós tal necessidade (ver Filip. 3:15).
Também seremos capazes de discernir quando a mente mortal está agindo por intermédio de um indivíduo que está dirigindo pensamentos maldosos contra nós. O desvendar dessa forma depravada (mas ainda assim carente de poder) de pensamento errado, por vezes perturbará tanto o estudante que este cessará de fazer o seu trabalho mental devoto. O medo haveria de deixar, em crença, uma pessoa sentir-se mais exposta ao mal do que nunca. Mas a Ciência Cristã desvenda o erro, não para atemorizar alguém, mas para ajudá-lo a ver quão inteligente e efetivamente pode libertar-se desse suposto poder. Ao invés de ficar pasmados ante o que a mente mortal está pretendendo fazer, precisamos anular, até que seja extinta, a mentira de que possa haver alguma influência, em nosso pensamento e vida, que esteja separada de Deus, o bem. Sabendo que nosso ser real é a expressão da Mente deífica, não podemos temer por esse eu. A identidade está tão segura quanto sua fonte eternamente imperturbada, que está continuamente dirigindo e protegendo.
O fator determinante de nossa harmonia, saúde e prosperidade é o que sabemos e reivindicamos da Verdade — nunca o que outra pessoa pode estar pensando. É à porta de nosso próprio pensamento que cada sugestão maléfica precisa ser rejeitada. O magnetismo animal não tem poder, nem presença, nem Princípio ou lei e não é capaz de se elevar à posição da verdadeira consciência. A comunhão científica com o Pai, inclusive o reconhecimento de que nosso verdadeiro eu é espiritual, manterá fechada a porta de nossa consciência aos sussurros — ou às trovoadas — dos sentidos materiais. A Bíblia dá esta promessa que indica o fato espiritual: “Todo aquele que é nascido de Deus ... Deus o guarda, e o maligno não lhe toca.” 1 João 5:18.
A visão clara na similitude do Cristo traz a correta distância, o equilíbrio, a liberdade, aos nossos contatos com outras pessoas. E ela faz com que nos tornemos mais judiciosos. Por exemplo: Manifestamos maior sabedoria em proteger da curiosidade humana nossos planos e metas espirituais — curiosidade essa nem sempre benigna. Nada pode ter maior impacto dinâmico e curativo sobre nossa experiência e sobre o mundo, do que o conhecimento espiritual que estamos adquirindo e aplicando na Ciência Cristã. Portanto, aprendamos a manter a influência e a opinião humanas à distância e a confiar apenas à Mente o desdobramento espiritual de nossa compreensão.
Quão recompensador é cultivar a consciência de que o homem é inseparável de Deus — experimentar nossa união com as forças todo-poderosas do bem e nossa conseqüente desassociação das supostas forças do mal. Cristo Jesus prometeu: “Eis aí vos dei autoridade ... sobre todo o poder do inimigo, e nada absolutamente vos causará dano.” Lucas 10:19. E a Sra. Eddy afirma: “Sabei, então, que possuís poder soberano de pensar e agir corretamente, e que nada pode despojar-vos desta herança e traspassar o Amor. Se mantiverdes esta posição, quem ou o que poderá fazer-vos pecar ou sofrer?” Pulpit and Press, p. 3.
Mediante a Ciência da Mente real, podemos começar hoje a demonstrar maior domínio sobre a influência mental errônea. Nosso progresso espiritual e nosso bem-estar dependem dele.
