Há pouco tempo, um diplomata internacional de primeiro escalão veio visitar o Christian Science Monitor. Sendo ávido leitor desse jornal, perguntara se poderia vir a Boston e conhecer melhor suas operações e seu pessoal.
Aí estando, falou brevemente em um encontro na sala de redação, comentando em essência: “Vocês podem pensar que digo certas coisas por ser diplomata. Mas, asseguro-lhes de fato que o Monitor está fazendo muito mais para levar paz ao mundo do que qualquer outro jornal. Quero agradecer-lhes por seu precioso trabalho e encorajá-los a continuarem com ele.”
Esse homem, intimamente informado dos assuntos mundiais, talvez não soubesse que Mary Baker Eddy estabeleceu o Monitor “para divulgar indivisa a Ciência que opera sem desgaste” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 353.. Não obstante, havia sentido e testemunhado os efeitos desse mandato ao jornal em seu impacto curativo no mundo, vislumbrando algo de sua missão universal.
E nós? Se não vislumbramos, podemos vislumbrar. De fato, precisamos vislumbrar, pois o Monitor — sendo o último dos passos principais dados pela Sra. Eddy para apresentar ao mundo a Ciência divina, o Consolador prometido — transcende a meta louvável do jornalismo objetivo e decente. Em seu sentido mais profundo, faz um chamado à salvação universal. Incorpora literalmente o espírito destas palavras de Isaías: “Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, que anuncia cousas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O Teu Deus reina!” Isaías 52:7.
O Monitor faz parte integrante da missão de sua fundadora, a Sra. Eddy, Líder da Ciência Cristã. Está baseado na Ciência que ela descobriu, Ciência que revela no homem o filho perfeito de Deus — espiritual, não decaído, isento de pecado. Não é um braço de conversão da Igreja, mas é — por sua origem e perspectiva de inspiração espiritual — um agente do Cristo, a Verdade, que eleva as maneiras de pensar e viver do mundo estritamente presas na matéria.
“O surgimento de cada periódico da Ciência Cristã, inclusive The Christian Science Monitor,” escreve um dos biógrafos da Sra. Eddy, “não era meramente uma aventura jornalística ou literária; era uma mensagem espiritual que vivifica, destinada a levar salvação à humanidade, servindo de cunha penetrante que livra da mortalidade, de seus terrores, agonias, desenganos e falhas. Está destinado a levar vida a todos, a entrar na história de cada indivíduo, a reabilitar sua experiência e a moldar seu destino.” Irving C. Tomlinson, Twelve Years with Mary Baker Eddy (Boston: The Christian Science Publishing Society, 1966), p. 99.
O Monitor cobre assuntos locais, nacionais e internacionais, noticiando de maneira analítica e imparcial. Mas, por ter sua base na Ciência Cristã, sua impulsão é única; o jornal não cobre notícias partindo da perspectiva de que o homem seja um mortal infeliz que atua num mundo caótico dividido entre o bem e o mal.
Antes, uma compreensão de que tanto o homem real como o universo real é espiritual e inteiramente bom — criado por Deus, o Amor onipotente e infinito — acentua sua cobertura dos eventos humanos. Fundamentar-se no bem infinito, e não no veredicto da mortalidade, é o que liberta os seus leitores — quer sejam Cientistas Cristãos, quer não — para compreenderem que as limitações podem ser superadas, que as soluções de problemas individuais e mundiais podem ser achadas.
Há copiosas provas desta influência elevada. No curso de seu trabalho, os repórteres do Monitor freqüentemente encontram pessoas e líderes que citam o Monitor como sua fonte de inspiração e encorajamento. Recentemente, um correspondente do jornal entrevistou o chefe de uma agência mundial de assistência social que acabara de lançar uma campanha para melhorar a saúde de crianças das partes subdesenvolvidas do mundo. Esse senhor contou ao repórter que, em seu trabalho, havia encontrado determinado artigo editorial do Monitor que lhe trazia contínua inspiração. Na realidade, guardava o artigo em sua pasta havia cinco anos. Intitulado “Uma meta para o ano 2000”, o artigo concluía assim: “... que melhor maneira de celebrar a passagem do século haveria, que a de focalizar a necessidade de sermos vizinhos compassivos de todo o mundo?” The Christian Science Monitor, 19 de janeiro de 1978.
Sem dúvida, os Cientistas Cristãos baseariam seus esforços em melhorar a saúde mundial em coisa diferente de teorias nutricionistas ou médicas. Seu amor pela humanidade certamente os impeliria a tomar passos humanos para ajudar, mas, acima de tudo, trabalhariam para curar o problema através da oração, através de uma compreensão do fato de que Deus é Vida e de que o homem é Sua eterna expressão.
O ponto, entretanto, é este: o Monitor vai ao encontro de cada pessoa onde ela está. Fundamentado na Ciência Cristã, a qual explica que todos os problemas podem ser solucionados mediante oração e que todo o bem pode ser alcançado, pois, na realidade, o bem é tudo o que existe, o jornal inspira o indivíduo a não resignar-se à miséria humana como se esta fosse uma condição inevitável. Anima a pessoa a trabalhar para superar as aflições do mundo da melhor maneira que puder.
Para os Cientistas Cristãos — na realidade, para qualquer cristão ou quem quer que procure a verdade — o Monitor oferece uma oportunidade única de obedecer à injunção de Cristo Jesus: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” Marcos 16:15. Pela sua cobertura compassiva, todavia espiritualmente inspirada, de problemas locais ou mundiais que necessitam de solução, o jornal dá aos seus leitores um foco global para suas orações. E, ao procurar e encontrar notícias encorajadoras que indicam o progresso da humanidade, e ao reportá-las, o Monitor permite aos seus leitores conhecerem vitórias semelhantes às que os discípulos do Mestre conheceram, como recorda Marcos: “E eles, tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam.” Marcos 16:20.
Assim como Jesus requeria sacrifício de seus seguidores, dizendo-lhes para abandonarem os prazeres e objetivos egoísticos e pregarem a palavra de Deus, assim o Monitor requer de nós certa medida de sacrifício para “divulgar indivisa a Ciência que opera sem desgaste”.
É preciso lê-lo. Os Cientistas Cristãos sabem que os cultos de igreja estabelecidos pela Sra. Eddy, precisam ser freqüentados e fortalecidos através da oração, para que possam realizar a função de inspirar a humanidade. Assim, também, o Monitor precisa ser lido e integrado em nossos afazeres diários, para que possa cumprir sua função de ajudar a levar a salvação ao mundo.
É interesante notar que após ter escrito o livro Ciência e Saúde, ter fundado a Igreja de Cristo, Cientista, ter provido periódicos religiosos e outras atividades relacionadas com a Igreja, a Sra. Eddy pôs a pedra de arremate na prosperidade de sua descoberta ao fundar um jornal.
Com esta dádiva ao movimento da Ciência Cristã e ao mundo, a Sra. Eddy impediu, com efeito, que seus seguidores se tornassem complacentes, procurando a Ciência Cristã simplesmente para desfrutarem a cura em suas próprias vidas. Deu-lhes o retrato diário de um mundo faminto de cura. O Monitor provê um meio prático para os seus leitores participarem do trabalho de salvação universal que a Sra. Eddy tão humildemente empreendeu como discípula de Jesus nos tempos modernos. “Do interior da África, até às partes mais remotas da terra”, escreveu ela certa vez, “os doentes e os corações ansiosos pelos céus ou famintos, clamam a mim por ajuda, e eu os estou ajudando.” Miscellany, p. 147.
O sacrifício que o Monitor pede de seus leitores não é arrasador. Ao impelir-nos a sermos menos egoístas e mais generosos com o nosso amor, o jornal tira-nos para fora da crença de que estamos limitados quanto a tempo ou aptidão de orar pelo mundo — em outras palavras, tira-nos para fora dessas crenças da mortalidade.
A recompensa por essa abnegação é realmente grande: é a oportunidade curativa de amar aos nossos irmãos do mundo todo como a nós mesmos e de participar da consumada salvação de toda a humanidade — de seu despertar para o fato eterno de Deus perfeito e Sua criação perfeita, o homem e o universo.
