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Abundância na vida diária

Da edição de junho de 1985 dO Arauto da Ciência Cristã


É natural o desejo de ter uma vida abundante, uma vez que abundância implica em expansão, crescimento, provisão e, para os de mentalidade espiritualizada, em contínuas oportunidades de servir e abençoar a humanidade. Assim como um reservatório precisa extravasar em canais preparados para a distribuição de água às terras áridas, assim também a demonstração de abundância em qualquer área de nossa vida deveria resultar em constante derramamento do bem, destinado à melhoria do mundo em geral.

Ligados ao verdadeiro conceito de abundância estão o compartilhar, o dar realce ao bem em outros e a convicção de suficiência duradoura. Contudo, um sentido permanente de abundância nunca pode ser alcançado se partimos da base de que a matéria é substância, pois a matéria, mesmo na melhor das hipóteses, dá idéia de limitação. O suprimento, visto como material, enquadra-se na categoria de coisas que perecem, coisas que não têm valor duradouro e que estão à mercê das circunstâncias, caprichos pessoais, acontecimentos imprevistos.

Muitas pessoas passaram por experiências lamentáveis que atestam esse ponto. Talvez um lar construído durante anos de esforço tenha sido destroçado. Ou um negócio próspero tenha falhado, aparentemente por circunstâncias fora do controle do proprietário, o qual se viu frente a uma crise financeira. Ou, talvez, a doença tenha surgido onde havia saúde e proveito abundantes.

Para muitos que tiveram experiências como essas, as revelações da Ciência Cristã, que está de acordo com as palavras e obras de Cristo Jesus, mostraram que a espiritualização da perspectiva pode mudar a situação. Esta Ciência oferece soluções e cura ao explicar a verdadeira natureza da abundância. A Ciência Cristã inverte o conceito comumente aceito de que a criação é material, e o homem, sujeito às forças e circunstâncias materiais. A Ciência Cristã apresenta o homem e o universo como espirituais, criados por Deus, o Pai-Mãe, que provê somente o bem para Seus filhos. O mal, sob qualquer forma, é revelado como um estado negativo e irreal do pensamento, uma crença que não possui fundamento e que, por isso, pode ser substituída pela realidade ativa do bem.

O Apóstolo Paulo diz: “Transformai-vos pela renovação da vossa mente.”  Romanos 12:2. Na Ciência Cristã, o termo “Mente” é explicado como um dos sinônimos de Deus. Essa Mente se expressa por sua idéia, o homem. Como imagem da Mente, o homem inclui, por reflexo, as qualidades da Mente. Os atributos da Mente divina são inexauríveis e as verdades espirituais que a Mente nos confere são aplicáveis a toda ocasião e emergência. São uma constante fonte de renovação. Os atributos da Mente nunca diminuem, nunca são inadequados ou de algum modo insuficientes, mas são sempre abundantes para transbordar e, como as misericórdias divinas, “renovam-se cada manhã”  Lament. 3:23..

Na Bíblia há muitas referências ao conceito verdadeiro de abundância. E quando são estudadas em conjunto com o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de autoria da Sra. Eddy, as lições da Bíblia, com seu valor prático, são elucidadas de tal maneira que se tornam um guia para a solução dos problemas diários. Assim é a história no quarto capítulo de 2 Reis, que descreve como o profeta Eliseu demonstrou abundância face à aparente escassez e necessidade. O que interessa nessa história, não é somente o resultado. O procedimento delineado é também significativo.

Uma viúva tinha uma dívida que nâo podia pagar e recorreu a Eliseu para ajudá-la. Em resposta à pergunta do profeta, ela disse não possuir nada “senão uma botija de azeite”. Eliseu indicou-lhe o que fazer para resolver o problema. A primeira ordem do profeta foi: “Vai, pede emprestadas vasilhas a todos os teus vizinhos; vasilhas vazias, não poucas.” Era para ela verter em todas essas vasilhas o azeite de sua própria botija.

Para um sentido limitado, que depende da matéria para a manifestação de suprimento, os recursos disponíveis podem parecer-se a uma única botija de azeite: insuficientes e inadequados para encher muitas vasilhas vazias. Entretanto, podemos compreender a verdade concernente à situação: a onipresença do Amor divino, conseqüentemente a presença eterna e a abundância de todo o bem. Quando sabemos disso e deixamos a lei espiritual, ao invés da suposta lei de escassez da mente mortal, governar nosso pensamento, por meio da pronta obediência e da confiança sem temor no poder e no amor de Deus, o transbordar de nossa única botija de azeite será mais do que suficiente para suprir a necessidade. Como todo suprimento provém de Deus, não tem limite. Isso foi comprovado na experiência dessa mulher, conforme está relatado na Bíblia. Ela pôde pagar sua dívida com a abundância de azeite que encheu cada uma das vasilhas tomadas emprestadas.

Se tivermos demonstrado certa medida de abundância, temos a responsabilidade cristã de partilhar a bondade de Deus com a humanidade. Dádivas de amor, sábias e generosas, mantêm livres do erro e receptivos ao bem os canais de entrada do pensamento. O transbordar de uma botija de azeite, o pensamento correto de uma pessoa, pode ajudar a suprir as necessidades alheias, se a mão que a despeja for guiada por motivos e pensamentos baseados numa fé plena de compreensão sobre a bondade de Deus. E, por meio da oração, podemos compreender que o homem é governado pela lei espiritual. O homem reflete a total suficiência do Amor divino sempre presente.

O Glossário de Ciência e Saúde dá o sentido espiritual de “óleo”: “Consagração; caridade; doçura; oração; inspiração celestial.” Ciência e Saúde, p. 592. Esses atributos estão constantemente disponíveis para nós, em medida transbordante, para elevar e abençoar a consciência individual. E esse “óleo” pode ser partilhado abundantemente com os outros.

Onde quer que haja necessidade humana, ali podemos encontrar vizinhos receptivos que estão procurando encher com a verdade espiritual suas vasilhas vazias. O coração, ou o pensamento, que parece oprimido por preocupação ou ansiedade, atormentado por dívidas e temeroso da pobreza, está vazio, vazio de confiança em Deus e de esperança nEle. Em Miscellaneous Writings a Sra. Eddy escreve a respeito do mal: “É uma suposta ausência do bem.” Mis., p. 289. Uma deficiência é apenas uma aparente ausência de suficiência, e o medo da necessidade nada mais é do que ausência de confiança. Para dentro dessa vasilha, onde a consciência do bem parece ausente, o pensamento espiritual pode verter a “inspiração celestial” que abre o pensamento humano e o conduz à compreensão da totalidade do Amor divino.

Diz-se de outro coração que está cheio de ódio. Esse coração também está vazio, uma vez que o Amor parece estar ausente. Outros talvez tenham vasilhas que parecem vazias de bondade, de boa-von-tade. Que privilégio poder enchê-las com “caridade”, com amor completo o suficiente para destruir qualquer pretensão de ausência do amor. O óleo da “doçura” pode encher até às bordas as vasilhas que parecem estar cheias de raiva e animosidade mas que, na verdade, estão vazias, vazias de paz e destituídas de paciência.

Existem muitas vasilhas das quais a saúde e a felicidade parecem estar ausentes. Nestas, podemos verter a “oração” da compreensão, que cura todo tipo de doença, tristeza e carência. Essa oração inclui o entendimento de que no universo real, o grande universo da Mente onipotente, onde o bem ocupa todo espaço completamente, só há lugar para o bem. Deus é Tudo. Por isso, tudo está completo e na inteireza não pode haver falta, limitação, privação ou pobreza. A capacidade de oferecer a oração que cura é alcançada por meio da “consagração”, chegando-se mais perto de Deus em obediência e em maior dependência dEle.

Quando alguém tiver ajudado a encher muitas vasilhas vazias, verá que seu próprio “cálice transborda” e que sua dívida para com o Amor está sendo paga. O amor que cultivamos por toda a humanidade extravasa de um coração repleto de amor por Deus.

Cristo Jesus disse: “Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também.”  Lucas 6:38. Sem dúvida, há abundância das riquezas do Espírito e a Ciência Cristã mostra como podem ser trazidas para a experiência diária a fim de demonstrar a inteireza de uma vida de abundância.

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