“Passe um bom dia!” é uma expressão que se ouve com freqüência, especialmente em lojas, bancos e estabelecimentos comerciais em geral. Os comerciantes se despedem dos clientes ao término de uma transação, desejando-lhes um bom dia. Dita com alegria, a expressão por vezes dá novo ânimo às pessoas.
Que espécie de dia é um bom dia? Aquele em que a rotina normal transcorre sem transtorno? Aquele em que não há problemas que preocupem? Aquele em que algum problema físico ficou curado? Harmonizar a experiência humana através de meios espirituais é certamente um passo na direção certa.
No Glossário de Ciência e Saúde a Sra. Eddy define espiritualmente a palavra bíblica “dia”: “A irradiação da Vida; luz, a idéia espiritual da Verdade e do Amor.
“ ‘Houve tarde e manhã, o primeiro dia.’ (Gênesis 1:5.) Os objetos do tempo e dos sentidos desaparecem na iluminação da compreensão espiritual, e a Mente mede o tempo de acordo com o bem que se desdobra. Esse desdobramento é o dia de Deus, e ‘já não haverá noite’.” Ciência e Saúde, p. 584; ver Apoc. 21:25.
Daí depreendemos que o dia criado por Deus não consiste de um espaço de vinte e quatro horas, de meia-noite a meia-noite. Seu dia não se confina aos limites entre aquele momento e agora, ou entre agora e mais tarde. Não é em parte claro e em parte escuro. Não permite pensamentos obscurecidos, escuridão, nem propósitos sombrios. É inteiramente claro ― a “iluminação da compreensão espiritual”. O dia de Deus não inclui rotina enfadonha nem frustrações exaustivas. É medido apenas pelo bem espiritual que se desenvolve. E podemos comprovar que, em verdade, não há nada que impeça ou restrinja esse desenvolvimento.
Numa gloriosa e bela manhã de outubro, saí para pendurar algumas roupas no varal. Detive-me por alguns momentos e pensei: não me lembro de jamais haver visto um dia tão belo! O céu estava azul e o ar, perfumado e fresco.
Próxima ao varal, joguei as poucas peças de roupa molhada sobre o ombro e, ao fazê-lo, senti um grande caroço num dos seios. Imediatamente fui acometida de medo. O dia que havia pouco me parecera tão glorioso, já não era nada belo. Uma amiga, que tivera câncer, havia falecido recentemente e esse caroço fez-me acreditar que eu também adoeceria. Pendurei as roupas e voltei para dentro de casa tão desatinada de medo que, por algum tempo, não tive consciência de ninguém nem de nada à minha volta.
Sou estudante de Ciência Cristã e para mim foi natural aplicar seus ensinamentos a esse problema, volvendo-me a Deus. Esta Ciência ensina que o homem é a imagem e semelhança de Deus, a Mente, Verdade e Amor divinos, e dessa forma só pode ter conhecimento, e sentir, o que Deus conhece. Também ensina que a substância é Espírito, Alma, e que o homem, como imagem de Deus, tem somente a substância do Espírito, Alma.
À medida que orava apoiada nessas verdades, percebi que o homem nunca está em perigo, pois nada existe em Deus que apresente uma situação perigosa. Por vários dias orei tendo por base essa linha de pensamento. Logo adquiri a certeza de que, como diz Ciência e Saúde: “O que é denominado sentido material só pode dar informações sobre um sentido mortal temporário das coisas, ao passo que o sentido espiritual só pode dar testemunho da Verdade.” Esse trecho continua: “Para o sentido material, o irreal é o real, até que esse sentido seja corrigido pela Ciência Cristã.” Ciência e Saúde, p. 298.
Na ocasião, a firma em que eu trabalhava estava prestes a mudar para uma cidade distante e os inúmeros detalhes a serem atendidos antes da mudança, e a necessidade de procurar casa, ocupavam em grande parte o meu pensamento. Era-me exigido que eu visse cada passo do caminho sob a luz da Verdade, para que a mudança se processasse eficientemente e com o mínimo de interrupção da produção. Apoiei-me nas palavras de Cristo Jesus: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar.” João 14:2. Foi um período de alegria, um período para corrigir o sentido material com o sentido espiritual.
Vários meses depois de estarmos, a firma e eu, instaladas em novas dependências, lembrei-me do caroço. Desaparecera completamente. Não me lembro do momento exato em que o temor desapareceu. Sei, porém, que não me preocupei com ele durante os movimentados meses da mudança nem me lembrei dele após haver-me volvido a Deus, reconhecendo Seu infinito poder e presença, corrigindo assim o sentido material com a verdade espiritual. Dessa forma, outro belo dia amanhecia para mim e muito mais belo do que o céu azul e o ar fresco. A iluminação incluía a convicção de que nossa compreensão da Ciência Cristã cresce à medida que seus ensinamentos são aplicados e que o conseqüente desenvolvimento do bem é visto e reconhecido.
Ciéncia e Saúde declara: “A Ciência Cristã traz ao corpo a luz solar da Verdade, que vigoriza e purifica.” Ciência e Saúde, p. 162. Essa luz solar não necessita ficar obscurecida pelas nuvens da doença, do medo ou de falsas crenças de qualquer espécie. Podemos sempre pôr em prática nosso sentido espiritual inato, reconhecer somente o desenvolvimento do bem, e assim demonstrar o bem.
Cada vez que nos volvemos de todo o coração a nosso Pai-Mãe Amor, espiritualizamos nossa consciência, abrindo o caminho para o dia de Deus. E, assim, “já não haverá noite”.
 
    
