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Dá-nos Deus livre arbítrio?

Da edição de setembro de 1985 dO Arauto da Ciência Cristã


A muitas pessoas é consoladora a crença de que Deus nos deu o livre arbítrio, a faculdade de escolher entre obedecer-Lhe ou não. Tal crença parece explicar a contradição entre um criador bom e uma pessoa pecadora. Se somos culpados por nossos próprios pecados, diz a teoria, então Deus não pode ser responsabilizado — e isto deixa intacto o conceito de um Deus bondoso. Mas também suscita questões sobre Sua responsabilidade máxima ao criar, desde logo, um homem tão vulnerável.

A Ciência Cristã apresenta uma perspectiva bem diferente do assunto. Ela revela, e nos capacita a demonstrar, que o homem não é um mortal pecador. O homem é o reflexo incorpóreo de Deus. É a própria semelhança de Deus, o Espírito. Deus não criou um homem que tem mente própria e falível pela qual opte pelo pecado. Deus, o bem, é a única Mente que existe, e o homem reflete esta Mente divina. Deus é a fonte da infinita individualidade e liberdade do homem.

Embora estes fatos espirituais não pareçam nem um pouco verdadeiros aos sentidos físicos, são a lei divina de nossa única identidade real. Se começarmos a reconhecer o que verdadeiramente somos — a própria expressão de Deus — e passarmos a demonstrar a natureza de Deus, estaremos reconhecendo, até certo ponto, que, em realidade, habitamos no Espírito divino. Então estaremos melhor capacitados a exercer bom julgamento e a subordinar coerentemente a vontade humana à divina. A carne terá cada vez menos controle sobre nós à medida que formos vendo quão natural e normal nos é expressar a verdadeira bondade, e por esta ser atraídos.

A Bíblia diz-nos que o Apóstolo Paulo conhecia as dificuldades de tentar-se vencer más propensões enquanto ao mesmo tempo se aceita o ponto de vista errôneo de que se foi criado sujeito às atrações do pecado e da vontade. Ele exclamou: “Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum: pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.” Romanos 7:18,19.

No entanto Paulo certamente percebeu também a resposta, ao escrever: “O pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vós.” Romanos 8:7–9.

Se nos considerarmos mortais carnais a quem um Deus benévolo deu a escolha entre pecarem ou não, sempre estaremos em conflito entre o bem e o mal. Mas, nosso verdadeiro ser “não [está] na carne” nem é governado pela carne.

Podemos ir mais longe neste assunto e ver que, na realidade divina, não há nenhum mal para se desejar ou escolher. Deus, o Princípio divino, não criou nem pode criar o mal. Não há autorização para o mal no reino de Deus, e o mal não pode existir num reino próprio. Ele não existe absolutamente em Deus nem no homem, e o homem não pode escolher aquilo que não tem realidade genuína. Em verdade, não há livre arbítrio para escolher o mal nem mal algum para ser escolhido. Escreve Mary Baker Eddy em Ciência e Saúde: “O homem é incapaz de pecar, adoecer e morrer. O homem real não pode desviar-se da santidade, nem pode Deus, de quem o homem provém, engendrar a capacidade ou a liberdade para pecar.” Ciência e Saúde, p. 475.

Compreendendo que a natureza de Deus e do homem é inteiramente boa, e aprendendo que o mal não tem realidade fundamental, saberemos o que fazer, se formos tentados a conceder ao pecado aparente realidade e a comprazer-nos nele. Podemos rejeitá-lo instantaneamente e saber que ele não é nossa consciência ou desejo real. E também podemos saber que Deus, o Amor divino, não tenta o homem a pecar. O pecado surge da falsa crença de que Deus está ausente, de que o mal é real e de que o homem é pecaminoso. No entanto, Deus, o Espírito, está sempre presente. O mal não tem realidade, porque Deus, o bem, é tudo e Sua perfeição constitui a realidade. O homem não é pecaminoso, porque expressa somente a sublime pureza de Deus.

Cristo Jesus reconhecia a unidade do homem com Deus. Disse: “Eu vim de Deus e aqui estou.” João 8:42. Jesus falava, logicamente, de sua natureza divina como o Cristo, o nosso Salvador. Mas a verdade do que declarou sobre a origem e unidade do homem com Deus aplica-se à verdadeira natureza de cada um de nós. E, à medida que nos entregamos a Deus como a Mente única e como a nossa Mente, sentimos Seu amor sustentador e fortalecedor, que nos firma a recusa de ceder ao pecado. É a presença do Seu Cristo em nossos corações que revela nosso verdadeiro ser como naturalmente bom. E, quando vivemos de acordo com os sagrados ensinamentos de Cristo Jesus, verificamos de modo muito prático que o Cristo, a Verdade, é nosso Salvador.

Não! Ao homem da criação de Deus não foi dado o livre arbítrio de escolher entre obedecer ou não obedecer a Deus, entre ser ou não ser a imagem e semelhança de Deus. Mas, na experiência humana, temos a liberdade de escolher o certo e a liberdade de rejeitar o errado. A verdade é que os seres humanos não estão presos ao pecado, mas são agentes livres. A Bíblia diz: “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição: escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência.” Deuter. 30:19. Escolhemos a vida quando reconhecemos a verdade. O homem não é um mortal pecaminoso com uma mente própria. O homem é a expressão impecável, imortal, de Deus, a Mente divina. Esta compreensão espiritual é a base de estarmos a salvo do pecado.

Nós, de fato, para vencer o pecado, precisamos da consciência de que Deus, o Amor divino, está sempre conosco, fortalecendo-nos, ajudando-nos, amando-nos. Não somos mortais jogados ao léu por um Deus distante que diz: “Resolva isso você mesmo.” Somos os filhos amados de Deus, governados pelo Princípio divino, acalentados pelo Amor divino, guiados pela Mente divina. E, com esta reconfortante compreensão de nossa verdadeira relação com Deus, podemos resistir a qualquer desejo ou tentação de pecar e podemos dominá-los. Deus está conosco!

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