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Nossa posição majoritária

Da edição de setembro de 1985 dO Arauto da Ciência Cristã


Como idéia espiritual de Deus, o homem está para sempre em união com Deus, é um com todo o bem, com a própria onipotência. Dessa unidade provém toda a força sobre cada sugestão debilitadora do erro. Porque realmente nunca podemos perder nosso domínio dado por Deus, nunca precisamos nos sentir arrasados. Nunca somos pequenino fragmento da humanidade enfrentando forças ou circunstâncias fora do controle de Deus. Reconhecer e vivenciar esta verdade, de que a individualidade espiritual do homem real está em união com Deus, com a própria Verdade, torna-nos superiores ao erro. Nenhum acúmulo de mentiras terá o poder de, alguma vez, igualar uma simples verdade demonstrada.

Desde o ponto de vista humano, parece dar-se o contrário. Maior número pode representar maior poder e, quando os motivos são corretos, há mérito nisso. De fato, “o governo pela maioria” é um conceito muito respeitado nas sociedades democráticas. Aí a equanimidade dita que o maior número, o número maior do que a metade, prevalece. Sua escolha predomina.

Quanto maiores os números, tanto melhor, poderia alguém generalizar. O que obtém maior número de votos, ganha. Quanto mais concordo com a multidão, melhor será para mim. Quanto mais eu tiver, tanto maior será o meu sucesso. Contudo, as Escrituras incluem exemplos em que poucos, não muitos, é que foram o fator determinante.

Em Eclesiastes, por exemplo, lemos a respeito de um pobre sábio que, por sua sabedoria, livrou uma cidade (ver Ecles. 9:14, 15). Apenas cinco pães e dois peixes, quando multiplicados por Cristo Jesus, provaram ser suficientes para uma grande multidão (ver Mateus 14:14–21). E houve os poucos apóstolos, apenas onze de um grupo original de doze, que permaneceram fiéis aos ensinamentos do Mestre e que, com Paulo e outros que a eles se juntaram, compreenderam o suficiente desses ensinamentos para levar avante sua missão.

Na história bíblica antiga, Gideão, por exemplo, com uma força composta de apenas trezentos homens, alijou os midianitas, que eram “como gafanhotos em multidão”. Naquela ocasião, Deus havia feito Gideão despedir a maioria do seu exército, dizendo: “É demais o povo que está contigo, para eu dar os midianitas em sua mão; a fim de que Israel se não glorie contra mim, dizendo: A minha própria mão me livrou.” Juízes 7:2.

Na Bíblia há também referência em diversos lugares aos remanescentes, uns poucos justos que haverão de sobreviver à perseguição e permanecer firmes em sua fidelidade a Deus. Esses restantes levarão avante o propósito de Deus e herdarão Sua promessa.

A Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, ressalta o ponto essencial: “Um pequeno grupo de sábios pensadores é melhor que um aglomerado de néscios e mais forte que o poderio de impérios.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 162.

Isso proporciona uma fonte de ânimo àqueles que estão deprimidos pela aparência externa de menores números ou de menores resultados, àqueles que vêem estagnação ou mesmo revés em menores quantidades de qualquer coisa. A Ciência Cristã torna claro que um só pensamento correto tem poder, se este pensamento está em harmonia com Deus e com o que Deus sabe ser verdadeiro. É possível comprovar-se que a Verdade divina é o fator determinante em qualquer situação, grande ou pequena. A Verdade e o erro não estão numa base de um-contra-um. A Verdade não coexiste com o erro. A Verdade é Tudo!

As maiores obras não requerem necessariamente maior número de trabalhadores, conquanto resultem de maior clareza e maior amplitude de pensamento. Jesus disse bem claro: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.” Mateus 18:20.

O fato é: os números não são a coisa mais importante. Desde um ponto de vista espiritual, não pode haver demais nem de menos. Como se medirá a infinidade? É o raciocínio humano que quantifica ou mede todas as coisas. Em termos humanos é certo, naturalmente, que é melhor haver muitos pensadores sábios do que só uns poucos. E que muitas pessoas se unam em reconhecimento e em reverência à Verdade é importante meta cristã. Contudo, basicamente não se acha em números o poder e o progresso, mas na clareza espiritual. A Sra. Eddy atesta-o, quando afirma: “Cada passo de progresso é um passo mais espiritual.” The People's Idea of God, p. 1.

Portanto, só podemos medir nosso progresso por nossa maior espiritualidade. Na proporção em que entretemos o pensamento correto, a verdadeira idéia, ou Cristo, ficamos a salvo do pensamento errado ou da falsa crença que constitui cada dificuldade. Na medida de nosso caráter cristão aumentado, venceremos “o mundo, a carne e o diabo”, todo o mal. Na proporção em que mantivermos o pensamento no bem, vivenciaremos o bem. Haver meramente mais matéria, mais modos de pensar baseados na matéria, maior porção de normas e métodos materialistas, não significa haver progresso e apenas viria a impedir o progresso real.

A Ciência Cristã traz uma mudança de base ao nosso pensamento, tirando-o da matéria e levando-o ao Espírito. Isto se expressa exteriormente em cura. Há cura quando a crença cede à compreensão, o medo à confiança, quando o pecado ou a auto-asserção de um ego mortal cede à consciência da unicidade absoluta, ou unidade, do homem com Deus e Sua vontade. O corpo ou as condições exteriores correspondem a esse pensamento melhorado, e porção maior do ser genuíno do homem vem à luz, em toda a sua harmonia e perfeição. Essa mudança de pensamento continua a processar-se universalmente, tal como se processa individualmente.

Fermento ou levedo é ingrediente bem pequeno de uma massa. No entanto, é o agente fermentador. Faz com que a massa toda se transforme e cresça. A Sra. Eddy refere-se à Ciência do Cristo como fermento, indicando que este levará a massa inteira do pensamento humano a mudar, crescer, tornar-se mais leve. Ver Ciência e Saúde 117:31–118:27. E isto é justamente o que esta Ciência é, e o que tem feito. Na proporção em que o pensamento humano ceder ao divino, ficará liberto de todo tipo de limitação. Transformação, correção, iluminação, progresso, continuam a ocorrer em muitos campos, e o pensamento em harmonia com Deus dará prova, por fim, de ser o pensamento predominante. Por quê? Porque Deus é onipotente. Em realidade, nada existe que possa deter Sua mão, contrapor ou inverter Sua vontade, pôr de lado Seu propósito de ser o Tudo-em-tudo.

A Sra. Eddy dá esta instrução útil: “Tens simplesmente de preservar uma noção científica, positiva, de união com tua origem divina, e demonstrar diariamente isso. Então notarás que um só é fator tão importante como dois decilhões, no ser correto e fazer o que é correto, e assim demonstrar o Princípio deífico.” Pulpit and Press, p. 4. É-nos exigido humanamente que nos mantenhamos retos com Deus, que mantenhamos uma tal pureza ou clareza de consciência que Seu poder possa luzir através de nós, ser evidenciado em toda a sua glória. Precisamos vivenciar o fato de nossa unidade espiritual com Deus. Cristo Jesus, é claro, mostra-nos como realizá-lo e ilustra o poder de fazer o bem que essa vivência traz à existência humana.

O Mestre não atribuía a si próprio inteligência ou capacidade, nem pretendia ter vida separada de Deus. Nisso havia grande humildade. Contudo, a unidade com o Pai que Jesus demonstrava deu-lhe autoridade divina. Deu-lhe a vitória sobre todos os inimigos terrenos que enfrentou, inclusive a própria morte. Nada podia destronar o Cristo que nele havia. Sua fidelidade a seu Criador e a seu próprio e verdadeiro eu era inabalável.

Quando lealmente seguimos o Mestre, também podemos provar que até mesmo um só conceito correto amavelmente partilhado pode expandir-se e satisfazer a multidões de necessidades. Uma só verdade espiritual pode desarraigar milhares de temores. A própria Verdade, nunca uma pessoa mortal, ou pessoas mortais, realiza a obra que constitui a verdadeira autoridade. Ninguém é por demais insignificante e nenhuma situação é trivial demais para beneficiar-se da lei de Deus. Nem são os problemas da humanidade demasiado vastos para que a Verdade infinita e o Amor infinito lhes dê resposta.

Afinal, a mesma lei de aritmética governa tanto as menores frações numéricas como os números de maior magnitude. A lei de Deus engloba o infinitésimo e o infinito. Não importa qual a situação, se alguém mantiver seus pensamentos e ações em harmonia com Deus estará apto a utilizar-se do poder da Verdade e do Amor.

Elevar-se o Cristo em nosso próprio pensamento é o que atrairá a nós o que de semelhante ao Cristo há em toda a humanidade. Por fim verificaremos que todas as idéias de Deus ficam englobadas na perfeita unidade do bem. Na criação de Deus não existe divisão, nem parcialidade, nem exclusividade. Mas este fato só aos poucos se demonstra humanamente.

Muitas vezes parece que, para permanecer do lado da Verdade, será preciso ficar sozinho. Teremos medo de assim agir? Teremos medo de ficar do lado do único poder real que existe? É certo que o Mestre não se deixou levar pelas correntes de seus dias. Por vezes fazia concessões aos costumes e sabiamente refreava-se de dizer a outros o que não estavam preparados para ouvir. Mas nunca comprometeu a integridade de sua própria visão espiritual. Ele sabia como estar no mundo mas não ser do mundo, como manter sua própria santidade, sua imunidade aos contágios da crença geral e como aquietar as tempestades dessa crença. Tal como ele, também nós queremos estar em concordância ou simpatia apenas com a Verdade, nunca seguindo multidões que acreditam ser o erro real ou poderoso.

Quando, face a toda mentira em contrário, sustentamos o que sabemos, é-nos possível confiar na vitória final da Verdade. Nunca subestimemos o poder transformador de um único pensamento correto, mantido corajosamente.

Deus é bom e é o criador apenas do que é bom. O mal nunca tem existência real. Suas ilusões não podem predominar na realidade. Tal como o nosso Mestre, precisamos estar dispostos a trabalhar sozinhos e com Deus, retirar-nos e separar-nos. Está claro que um único caso de saúde restabelecida apenas pela oração prova o poder e a supremacia da Verdade face a todo o peso das opiniões mortais em contrário.

Será que permanecer sozinhos no lado da Verdade, isola-nos? Isola-nos apenas do erro. Reivindicar nossa verdadeira unidade com Deus no discipulado cristão dá-nos acesso a todo o bem, a todas as Suas idéias. Além disto, “a todo o que tem se lhe dará” Mateus 25:29.. Acalentar idéias corretas traz prova abundante do bem a nossa existência. Não podemos nos tornar vítimas por permanecermos no lado da Verdade, se não permitirmos haver diferenças entre o que falamos a respeito da Verdade e o que dela vivenciamos.

Na verdade do ser, não existe realmente má prática, isto é, não existe argumento dirigido contra o bem, visto que a única Mente que conhece o homem é Deus e esta Mente é Amor. No sentido metafísico, um com Deus não é apenas a maioria. É a totalidade. Em realidade, não existe minoria, quer força quer poder maus. Não existe pensamento oposto a Deus, mente carnal em inimizade com o bem. O homem espiritual não está separado de Deus, assim como a idéia não está separada da Mente que a concebe. Humanamente, viver este fato, manter todos os nossos pensamentos e ações em harmonia com Deus, estar em união com todo o bem, é vivenciar, aqui e agora, o cumprimento da promessa de Cristo Jesus: “Eis aí vos dei autoridade ... sobre todo o poder do inimigo, e nada absolutamente vos causará dano.” Lucas 10:19.

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