Um dos temas centrais do cristianismo é o da liberdade. A esperança de salvação inclui a expectativa de que, junto com a regeneração, pouco a pouco seremos libertos dos grilhões e limitações da existência humana. O notável ministério de cura exercido por Cristo Jesus, ministério de cura ao doente, de redenção ao pecador, de ressurreição aos mortos, foi eminentemente um ministério de libertação.
Imaginemos o que significou para aquele homem do qual a Bíblia nos diz que estivera “paralítico”, tê-lo o Mestre posto em liberdade. Ver Marcos 2:1–12.
Uma grande multidão se havia juntado ao redor de Jesus. Aproximaram-se quatro homens, carregando o amigo doente. Mas não puderam atravessar a multidão, de modo que subiram ao telhado acima de Jesus. Abriram o telhado e, pela abertura, baixaram o amigo. A Bíblia relata que Jesus, “vendo-lhes a fé”, perdoou os pecados do homem e libertou-o de sua doença.
Ninguém sabe quanto tempo o homem estivera deploravelmente confinado ao leito. E eis que estava completamente curado. “Então ele se levantou e, no mesmo instante, tomando o leito, retirou-se à vista de todos, a ponto de se admirarem todos e darem glória a Deus, dizendo: Jamais vimos cousa assim.”
E imaginemos o que pode significar para cada um de nós hoje a compreensão de que também nós podemo-nos volver ao mesmo Cristo, a Verdade, o qual dotava Jesus de poder. A nossa vida pessoal está atribulada? A lei de Deus, o Amor onipotente, está de prontidão para trazer-nos liberdade por meio da ação redentora de Seu Cristo eterno. Estamos lutando contra a doença, sentimo-nos oprimidos pela tristeza ou pela carência, ou por quaisquer das inúmeras dificuldades que confrontam a humanidade? A lei de Deus está de prontidão para derrotar esses males e par estabelecer em nossa vida uma noção mais plena da realidade absoluta e da alegria do bem onipresente.
A lei de Deus é sempre uma lei libertadora. Age como lei de cura para a condição humana e revela a verdade acerca do nosso verdadeiro ser como filhos amados de Deus, Sua imagem e semelhança. A lei divina mantém a perfeita ordem da criação espiritual de Deus, onde tudo expressa somente a natureza do criador. Deus é Espírito, inteiramente bom, puro, infinito. O homem real, o reflexo de Deus, manifesta a bondade divina, a pureza, e a vida abundante que demonstram a união perfeita entre causa e efeito, Deus e homem, a Mente eterna e Sua idéia.
Quando oramos profundamente, com convicção e amor ao bem, e compreendemos algo da realidade do ser espiritual, o Cristo move a nossa consciência. O Cristo, a verdadeira idéia espiritual de Deus, redime e reforma o pensamento. Nossa oração científica põe em ação a lei divina da liberdade em nossa experiência atual.
Ademais, à medida que em nossa vida vivemos de acordo com tal oração, progressivamente damos testemunho da verdade fundamental de que Deus é perfeito e é perfeito o Seu reflexo espiritual, o homem, e nos libertamos de crer nas mentiras da existência mortal e dos evidentes efeitos dessas mentiras. Não podem jamais passar de mentiras os males que são a doença, a tristeza, a carência ou o pecado, pois, se tais males não são ordenados por Deus — e jamais o são — não são verdades de Sua criação. Só podem ser falsidades, por mais substanciais que tivessem parecido ao pensamento humano. E quando já não acreditamos nessas mentiras, mas conhecemos a verdade, estamos livres, como o prometeu Jesus. Ver João 8:32. Nosso pensamento fica transformado. Assim nossa experiência deve conformar-se, pôr-se em forma, com a verdade e dar prova radiante da cura divina.
Confiar genuinamente na lei de Deus, orar como a Ciência Cristã ensina, realmente nos permite permanecer na presença da glória de Deus, e nos reveste do espírito de santidade por meio de humilde crescimento em graça. Há promessa incontestável no que a Bíblia nos oferece: “Onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade.” 2 Cor. 3:17.
Os ensinamentos da Ciência Cristã estão firmemente enraizados nas palavras e obras do Salvador. Pela devoção ao padrão puro do viver cristão estabelecido por Jesus, o discípulo, como soldado cristão, levanta-se no mundo em prol da liberdade. O livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde da Sra. Eddy, propõe um estimulante chamado à ação. Proclama: “A Ciência Cristã ergue o estandarte da liberdade e grita: ‘Segui-me! Fugi da escravidão da doença, do pecado e da morte!’ Jesus traçou o caminho. Cidadãos do mundo, aceitai a ‘liberdade da glória dos filhos de Deus’, e sede livres! Esse é vosso direito divino.” Ciência e Saúde, p. 227.
Geralmente consideramos como tesouro os nossos direitos e privilégios humanos. Quanto mais deveríamos considerar como tesouros os nossos direitos outorgados por Deus! Mas os direitos sempre vêm acompanhados de responsabilidades, além de privilégios. Portanto, sempre que nos virmos confrontados com mentiras de doença, pecado ou de qualquer debilidade do mortal, exijamos nosso direito divino de ser livres. Façamos todo o possível para exercitar esse direito por meio da oração científica e da demonstração da verdade.
Nossos direitos divinos são mantidos eternamente pela lei de Deus. E a lei da liberdade por certo é uma lei de cura. Podemos confiar plenamente em sua eficácia na prática, sua permanência, seu poder incontestável.
