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A dádiva divina de abundância é milagre?

Da edição de janeiro de 1986 dO Arauto da Ciência Cristã


Uma das lutas mais comuns e desconcertantes que temos de enfrentar é a de ganhar a vida. No entanto, não tem de ser difícil. Há para ela solução simples e afirmativa bem à mão.

Certa experiência que tive quando pequeno o ilustra. Estava caminhando em meio a uma plantação de milho e cada pé tinha duas ou mais espigas. Arranquei uma espiga e fui perguntar à minha mãe: “Como é que pode? Papai plantou só um grão de milho. Como é que pode dar tantas espigas, com tantos grãos em cada uma?”

Minha mãe, em singela resposta baseada na Bíblia, disse: “Você se lembra que Jesus alimentou a multidão, quando tudo o que tinha eram alguns pães e peixes?”  Ver Marcos 6:35–44; 8:1–9. Essa explicação continha lógica para mim, em criança. Ao crescer espiritualmente, fui vendo de modo cada vez mais claro como a compreensão do poder de Deus aumenta o bem.

Cristo Jesus, o mestre dos cristãos, ensinou, viveu e provou que o homem, o filho de Deus, é espiritual, que seu direito inato é ter abundância. Seguindo as pegadas de Jesus, a Ciência Cristã adere de modo inequívoco à certeza do amor imensurável de Deus.

Para aqueles que não conhecem a Ciência do cristianismo, o apoiar-se alguém em Deus pode parecer excessiva simplificação dos problemas e dos métodos de resolvê-los. As limitações com as quais nos sobrecarregamos são muitas e diversas: “Não tenho emprego”; “o salário não é suficiente”; “a situação econômica está difícil”; “não me pagaram o que me deviam”; ou, “tudo está tão caro”. A lista não tem fim. Dum ponto de vista material, qualquer desses obstáculos a obter-se o necessário parece legítimo. Ora, Cristo Jesus não aceitou nenhum deles. Sabia que seu Pai celeste é a causa única e a fonte de todo o bem. O Mestre disse: “Buscai, antes de tudo, o seu reino [o reino de Deus], e estas cousas vos serão acrescentadas. Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em darvos o seu reino.”  Lucas 12:31, 32.

Ora, antes de orar pelo que pensamos precisar, temos de saber a quem oramos. Aprendemos da Bíblia, por declaração direta ou por dedução, que Deus é Vida, Verdade, Amor, Alma, Espírito, Princípio, Mente. Deus é tudo isso, é a única fonte e essência de tudo o que esses termos representam. Temos de entender que, na verdade, somos a pura imagem e semelhança de Deus. Ver Gênesis 1:26, 27. Oramos a um Deus de amor, de inteligência infinita, que realmente nos conhece perfeitos e completos. Pela Bíblia e pelos escritos da Sra. Eddy, aprendemos que o Espírito é a única substância. Por isso oramos, não para obter coisas materiais, mas para alcançar compreensão espiritual, na certeza de que a inspiração de Deus iluminará nosso caminho e mostrará por onde devemos ir. Não pretendamos ditar como é que o trabalho de Deus deverá ser feito, antes, abandonemos a vontade humana e, em humildade e grata expectativa, aguardemos com paciência a resposta.

A Sra. Eddy escreve: “Deus vos dá Suas idéias espirituais e estas, por sua vez, vos dão suprimento diário. Nunca peçais para amanhã: é suficiente que o Amor divino seja uma ajuda sempre presente; e se esperardes, nunca duvidando, tereis tudo de que necessitais, a cada momento.” Miscellaneous Writings, p. 307.

Após o craque econômico de 1929, fiquei temporariamente desempregado. Embora não passássemos necessidade, minha esposa e eu oramos com diligência para ser guiados à melhor maneira de ajudar outros. Muitos de nossos amigos e vizinhos haviam sido generosos com nossos filhos sem esperarem paga. Assim, tivemos a idéia de, se possível, devolver os favores, oferecendo ajuda àqueles que nos haviam ajudado anteriormente.

Na primeira casa que visitei, não foi difícil descobrir coisas que precisavam de conserto. Enquanto trabalhava, passaram pessoas que paravam e perguntavam se eu poderia ir também à casa delas, pois todas precisavam de ajuda semelhante. Essas ofertas inesperadas de trabalho multiplicavam-se a cada dia e iam aumentando. Fiquei ocupado por várias semanas e até fui pago pelos trabalhos! Essa idéia, que me viera por meio de oração, acabou sendo uma bênção para todos os envolvidos. O suprimento inesperado que nos trouxe, foi muito bem-vindo.

Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy diz: “O Amor divino sempre satisfez e sempre satisfará a toda necessidade humana.” Ciência e Saúde, p. 494. Vejamos qual é nossa necessidade. Bem, todos precisamos de abrigo, comida, roupas. Jesus reconheceu existirem essas necessidades, mas disse que não era isso o que devíamos procurar. As verdadeiras necessidades são espirituais, tais como orientação divina, inteligência, intuições espirituais. Gratidão, expectativa e fé na bondade e no poder de Deus também são importantes. Deus não nos nega nada. Não nos disse Jesus, “Vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino”? Quando ponderamos o que isso significa, ficamos impressionados com a magnanimidade divina, pois o Doador é o criador de tudo o que de fato existe e Seu reino é ilimitado! Só os enganos daquilo a que a Bíblia chama “mente carnal” pretenderiam escondê-lo de nós. Ora, reconhecer e reivindicar nossa herança espiritual genuína traz o Seu reino à nossa experiência. Passamos a ver que a abundância de Deus é fato científico à mão e disponível sempre que estejamos preparados para aceitá-lo.

A Bíblia está cheia de relatos da provisão de Deus para o homem. Por exemplo, quando os israelitas estavam a caminho da Terra Prometida, maná os alimentou e água jorrou da rocha para saciar-lhes a sede. Ver Êxodo 16:14–18; 17:1–7. Elias foi guiado a uma viúva em Sarepta que tinha apenas farinha numa panela e azeite numa botija suficientes para uma magra refeição para ela e o filho. Elias, porém, na certeza do suprimento divino, transformou a crença dela em limitação numa confiança mais elevada em Deus. Desse modo, foram suficientes para Elias e para aquela família tanto o azeite como a farinha, por “muitos dias”  Ver 1 Reis 17:9–16..

Jesus estava dotado de sabedoria e compreensão inigualadas por qualquer outra personalidade terrena. É evidente que nunca lhe faltou nada, no entanto não recebia salário nem pensão. Seu empregador era o Pai celestial, quem também lhe supria tudo. Essa fartura ia além de atender às suas próprias necessidades, como quando Jesus alimentou milhares no deserto, com alguns pães e peixes.

Aprendemos na Ciência Cristã que essas evidências de suprimento não são milagres, mas o resultado natural da lei divina do Amor em ação. Seu “armazém” transborda de abundância.

Há alguns anos, tive urgente necessidade de algo, necessidade que todo esforço pessoal falhara em atender. Com o estudo da Ciência Cristã, eu sabia que Deus é a fonte e a substância de todo o bem. Esse bem é a herança do homem, é seu direito inato. Orei para discernir a provisão de Deus para mim. Minha oração foi atendida. Sem nenhuma iniciativa de minha parte, meu credor me chamou e perguntou se eu gostaria de pagar-lhe numa base mensal o que eu devia. Disse que se eu lhe pagasse de uma só vez, isso lhe acarretaria certo problema financeiro. Embora a proposta não anulasse as minhas obrigações, tornou-me mais fácil atendê-las.

As maravilhas da abundância sempre presente de Deus não estão fora de alcance. Obediência e devoção ao Princípio, Deus, acrescidos à fé inabalável e à profunda confiança no bem, nos mostram como comprovar que o bem divino nos pertence, e nos capacita a reparti-lo com os demais.

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