Mãe aprende a confiar em Deus
Artigo de uma série que ilustra como o apoio às atividades da igreja e seu uso abençoam famílias.
Minha filha contava quase vinte anos e eu era Leitora em nossa igreja filial quando a jovem pediu permissão para freqüentar noutro lugar a Escola Dominical da Ciência Cristã. Esta ficava a alguma distância, o que apresentava alguns problemas. Mas houve pensamentos que ajudaram. Primeiro, eu estava contente porque essa Escola Dominical a havia atraído e porque minha filha realmente queria freqüentá-la. A seguir, veio-me à lembrança esta mensagem, nas palavras de Jesus ao ressuscitar Lázaro: “Desatai-o, e deixai-o ir” (João 11:44). Entendi que podia confiá-la a Deus. É claro que o cuidado divino estaria presente na outra Escola Dominical. Em realidade, as atividades da igreja expressam a solicitude de nosso Pai-Mãe Deus.
Alguns anos antes eu começara a aprender a sabedoria de nos afastarmos do testemunho do sentido físico e nos voltarmos para a natureza espiritual do homem. Quando a mesma filha ainda não tinha três anos de idade, havia-me pedido para ir brincar com outra menina que morava algumas casas distante. Meu primeiro impulso foi dizerlhe que não. Logo me ocorreu o trecho bíblico: “Desatai-o, e deixaio ir.” Silenciosamente protestei: “Mas ela é tão jovem.” Então veiome o seguinte pensamento: “Você pensa que será mais fácil depois? Não será Deus capaz de cuidar dela tão bem ali adiante como quando ela está em seu próprio quintal? Lembre-se, é Deus quem cuida dela e não você, onde quer que ela esteja.” Assim, foi encontrado um jeito de ela ir em segurança à casa da amiga. Eu sabia que o Amor estava a seu redor.
Quando surgiu a questão de freqüentar outra Escola Dominical, nosso lar constituía-se apenas de nós duas e tínhamos de resolver o problema da condução. No entanto, ela sempre chegou a tempo na nova Escola Dominical e eu fui capaz de desfrutar em minha igreja dos momentos de sossego que achava necessários para preparar-me para o culto.
Veio a hora em que ela, ainda jovem, conheceu um rapaz e eles quiseram se casar. Ele educara-se num ensinamento religioso diferente do nosso. O caso exigiu-me muito trabalho metafísico, em busca de orientação. Obtive uma sólida convicção na fortaleza que é a Ciência Cristã. Esta está alicerçada na Rocha, Cristo, e no Princípio divino, e o mesmo acontece com a Igreja de Cristo, Cientista. O rapaz começou a interessar-se em conhecer a Ciência Cristã, após travar contato com minha filha. O casamento deles tem sido feliz. Ambos fizeram o Curso Primário de Ciência Cristã e estão ativos em sua igreja filial. Têm dois filhos que hoje freqüentam a universidade e também seguem os ensinamentos da Ciência Cristã.
São esses apenas alguns exemplos de quanto me alegrei por ter aprendido a desatar e deixar ir, para o bem de minha filha tanto quanto para o de outros membros da família.
Deixando uma herança espiritual
Será que nos apercebemos de quão preciosa é a vida em família? Qualquer coisa preciosa é altamente valorizada, protegida, cuidada e acalentada. E é isto o que precisamos fazer por nossas famílias: valorizar verdadeiramente a cada membro por sua contribuição individual, protegendo a todos eles dos ataques do erro contra seus padrões e valores morais, sendo-lhes solícitos, acalentando a cada um deles como filho de Deus.
Ninguém negaria que é árdua a tarefa de um pai ou de uma mãe, mas vale a pena cada esforço. A Sra. Eddy escreve: “Acaso a propagação da espécie humana não é uma responsabilidade maior, um encargo mais solene, do que o cultivo de teu jardim ou a criação de gado para aumentar teus rebanhos e manadas? Nada indigno de ser perpetuado deve ser transmitido às crianças.” Ciência e Saúde, p. 61. Esta última instrução estabelece meta bastante elevada para todos os pais!
Meu marido e eu tivemos o privilégio de freqüentar uma Escola Dominical da Ciência Cristã. Ambos nos unimos a A Igreja Mãe e a uma igreja filial, e prezamos de todo o coração os ensinamentos da Ciência Cristã. Também gostamos de crianças e, por isso, planejamos ter filhos. Os dois desejávamos muitíssimo que nossos filhos vivessem numa atmosfera de amor a Deus e ao homem.
Também estávamos cientes da importância de nosso exemplo, para ensiná-los a amar o bem por amor ao próprio bem. Não haveria palavras suficientes para os convencer. Tínhamos de viver nosso amor por Deus e realmente gostar de viver esse amor! Não é possível qualquer imposição ou pressão no que diz respeito a amar a Deus. “Nenhuma reprimenda é tão potente quanto a silenciosa lição de um bom exemplo” Miscellaneous Writings, p. 126., escreve a Sra. Eddy.
Nos anos que se seguiram, tivemos o prazer de criar cinco filhos dentro de uma confiança absoluta em Deus para cuidar da saúde e do suprimento. Também, estendemos o afeto de nosso lar a bom número de jovens que moravam longe de casa, ou que, talvez, necessitassem apenas de um amigo. Este mais amplo conceito de família, partilhado — não limitado por nascimento, mas apenas expressando Deus como Pai-Mãe — trouxe bênçãos à nossa família e, também, tem abençoado muitas outras pessoas.
Enquanto nossos filhos cresciam, tivemos o privilégio de servir em nossa igreja como Leitores, professores da Escola Dominical e membros de muitas comissões. Mas a experiência a que eu gostaria de me referir ocorreu quando me convidaram a assumir, por três anos, a função de bibliotecária em nossa movimentada Sala de Leitura. Nossos cinco filhos ainda viviam em casa. Três eram adolescentes e havia as costumeiras oportunidàdes de crescimento rumo ao Espírito, associadas com a educação de filhos (não problemas, mas oportunidade)! As exigências do dia-a-dia impostas a uma mãe pareciam enormes, mas o desejo de servir a Deus, fosse qual fosse o caminho pelo qual Ele me conduzisse, ponteava sempre a minha vontade; e temos a promessa de Cristo Jesus: “Buscai ... em primeiro lugar, o seu reino [o reino de Deus] e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas.” Mateus 6:33.
Dei-me conta de que minha família não podia sofrer de nenhuma forma por estar eu cumprindo o meu dever para com Deus, o Amor divino. A Sra. Eddy escreve: “A felicidade consiste em ser bom e fazer o bem: só o que Deus dá, e o que damos a nós mesmos e a outros graças à Sua concessão, confere felicidade; a consciência da própria valia satisfaz o coração faminto, e nada mais o pode satisfazer.” Message to The Mother Church for 1902, p. 17. E assim foi. Aceitei a nomeação, e os três anos seguintes formaram um período de prazerosa atividade curativa. A oportunidade de falar com muitas pessoas novas na Sala de Leitura e de acompanhar o crescimento espiritual individual, tanto em mim como em muitos dos plantonistas da Sala de Leitura, proporcionou-me contentamento. A atmosfera foi de relacionamentos harmoniosos, livres de fricção, e isso estendeu-se até o nosso lar. A família toda partilhou do prazer de servir a Deus, e houve sempre tempo para nos divertirmos, para nos interessarmos pelas atividades uns dos outros. E também tivemos muitas curas físicas.
Dois acontecimentos ocorridos naquela época ofereceram provas dos frutos adicionais. Alguém sugeriu que eu escrevesse, para os periódicos, um artigo sobre o relacionamento entre adolescentes e seus pais. Na época, um jovem passava algumas semanas conosco, e até mesmo a tarefa de preparar as refeições para oito pessoas todas as noites parecia imensa! Mas, orei para ter ordem e para ficar livre da limitação, para me libertar dos limites impostos pelo tempo e de toda pressão. Também orei por paz. Escrevi o artigo, sentindo uma liberdade que não senti quando escrevia artigos anteriores. Mais tarde, o artigo foi publicado no Christian Science Sentinel e em três edições do Arauto da Ciência Cristã. Mais uma vez, buscar a Deus em primeiro lugar resultara nas coisas acrescentadas: o desejo, a inspiração e a capacidade de partilhar com outros a nossa experiência de viver o amor por Cristo, a Verdade.
A segunda ocorrência foi a do casamento de nossa filha. A cerimônia nupcial realizou-se em nossa casa, congregando grande número de pessoas, o que requeria preparativos assaz detalhados. Com o pensamento de dar testemunho da beleza e da ordem de Deus, em ação, cuidamos dos detalhes dentro da maior felicidade e nunca me ausentei de meu posto de bibliotecária.
Desse trabalho na Sala de Leitura resultou que, ao final dos três anos, eu estava capacitada a aceitar um emprego fora de casa, após um intervalo de 26 anos, graças à autodisciplina e às muitas outras qualidades que nós, eu e minha família, havíamos desenvolvido durante meu termo de bibliotecária.
Portanto, não tema o leitor aceitar sua nomeação na próxima vez em que a igreja precisar de sua ajuda! Não aceitar talvez signifique negar a si mesmo maravilhosas bênçãos! Podemos orar diariamente: “... Assim espelhe nossa ação, / A graça, o saber ...” Hinário da Ciência Cristã, n° 269. Quando vivemos realmente a verdade de tal oração, nossa vida em família fica abençoada de todos os modos.
[Excertos transcritos da seção “The Church in Action” do Christian Science Journal]
 
    
