Há um elemento no modo de pensar humano que adora fazer algo errado. Há pessoas que sentem satisfação secreta e emocionante em esperar conseguir dinheiro que não lhes pertence e usufruir das coisas extras que comprarão. Ou talvez alguém roube um carro só para um curto passeio, achando que passou a perna nos outros porque não foi pego. Um versículo de Provérbios representa uma mulher libertina, dizendo ao passante: “As águas roubadas são doces, e o pão comido às ocultas é agradável.” Prov. 9:17.
Muitas pessoas ganham a vida com atos pecaminosos, publicamente condenados, como tráfico de drogas, prostituição, roubo e até assassinato. A maioria de nós está longe dessa condição deplorável de estar totalmente imerso em pecado desbragado. Mas será que há em nossa vida momentos em que temos certa satisfação em fazer algo errado? Se assim for, então é mister regenerar o caráter e livrar-se do amor ao pecado.
Por quê? Porque o pecado, de qualquer tipo, nunca resulta em bênção. Ainda que haja prazer momentâneo no mal, este nunca produz o bem duradouro. Ao versículo de Provérbios citado acima segue-se outro, de tom bastante mais sóbrio, descrevendo o que aguarda a vítima incauta: “Ele, porém, não sabe que ali estão os mortos; que os seus convidados estão nas profundezas do inferno.” Prov. 9:18. Situação pouco feliz para os pecam e pensam que se divertem!
Os ensinamentos da Ciência Cristã reforçam o ponto vital de que o amor ao pecado escraviza e limita. Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy escreve: “O temor à moléstia e o amor ao pecado são as fontes da escravização do homem.” Ciência e Saúde, p. 373.
Escravização a quê? Bem, para começar, ao medo. Como os homens inerentemente sabem que o pecado é algo errado, temem a punição. A maior parte das pessoas, excetuando-se o idiota moral, está ciente de que existe alguma forma de punição para o crime.
No entanto, há muitos atos errôneos para os quais não existe punição legal. Por exemplo, a crítica destrutiva. Com freqüência, a crítica é o único combustível que algumas pessoas encontram para manter uma conversa animada. Há muitas “águas roubadas” que pensamos serem “doces”, por isso comprazemo-nos nelas.
Ora, a Ciência Cristã não ensina apenas que o pecado escraviza. Ensina também que a humanidade pode libertar-se do pecado. Se desejamos encontrar a alegria e a liberdade que acompanham a lei divina de pureza e integridade, como encontrá-las? Por meio da aspiração mais profunda ao bem, o desejo de agir corretamente. E se, no presente, não temos essa intenção, deveríamos desejar tê-la. Ver que no pecado não há, na verdade, alegria duradoura e que a identidade espiritual genuína não peca, ajuda-nos a abandonar nosso apego ao mal.
A admissão de que não há pecado em Deus, a Mente divina, desmagnetiza nosso apego ao mal. Ciência e Saúde declara: “A reforma vem pela compreensão de que não há prazer duradouro no mal e também quando se adquire afeição pelo bem, de acordo com a Ciência, a qual revela o fato imortal de que nem o prazer nem a dor, nem o apetite nem a paixão, podem existir ou originar-se na matéria, ao passo que a Mente divina pode destruir, e de fato destrói, as crenças errôneas de prazer, dor ou medo e todos os apetites pecaminosos da mente humana.” Ibid., p. 327.
A alegria duradoura e a profunda paz de espírito são tesouros seguros de todo aquele que é obediente e puro de coração, que ama a Deus, o bem.
Cristo Jesus foi o homem mais puro que o mundo já viu. Sua fidelidade ao Pai celestial e às leis divinas do bem parece inacreditável nesta época (aliás, em qualquer época), em que a transgressão é aceita como fato corriqueiro. Jesus, porém, não era ingênuo quanto aos modos do mundo. A obediência à lei moral e espiritual de Deus fortalecia-o em suas demonstrações do poder sanador onipotente de Deus. Sua noção pura do bem era meticulosamente discriminatória e firme.
O exemplo de Jesus nos mostra a necessidade de estarmos alerta para reconhecer a autoridade de nosso Pai celestial, se tentados a consentir em vaidade pessoal. Quando alguém dirigiu-se a Jesus, dizendo “bom Mestre”, sua resposta imediata foi vigorosa: “Por que me chamas bom?” perguntou. “Ninguém é bom senão um só, que é Deus.” Marcos 10:17, 18.
A pureza obtida por meio de obediência à lei de Deus fortalece nossa habilidade de curar o doente e o pecador. A bondade espiritual de Jesus o unia ao poder sanador inerente a Deus, o Amor divino. Ao passar por uma multidão perto de Jericó, Jesus ouviu o cego Bartimeu clamar: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!” O Evangelho de Marcos relata a cura do seguinte modo: “Então Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E imediatamente tornou a ver, e seguia a Jesus estrada fora.” Ver Marcos 10:46–52.
O prazer passageiro do pecado espúrio, forjado pela força de vontade humana, não se compara à gloriosa liberdade e regeneração moral que acompanham a compreensão de Deus, o bem. As recompensas precárias da transgressão são como orvalho cintilante que logo desaparece no calor do dia. O mal não traz alegria autêntica, porque se baseia na crença de haver vida separada de Deus. Como, em realidade, não há existência verdadeira à parte de Deus, o mal não tem fundamento. O pecado não pode sustentar a alegria. É como um balde sem fundo.
Ao aprendermos a nos identificar como filhos imaculados de Deus, aprofundaremos nosso afeto pelo bem. Também sentiremos satisfação mais profunda com nosso ser real, à semelhança de Deus, satisfação que é muitas vezes procurada e não encontrada, na existência mortal e no mal.
O homem de Deus é feliz e realizado. Regozija-se no bem, o qual é sua força e sua recompensa. A individualidade do homem é completamente pura e não está limitada pelo pecado autodestrutivo. Na medida em que você e eu admitirmos nossa pureza real e semelhante ao Cristo, constataremos que o mal se retira de nós, de modo natural, e fica para trás, inútil. Nossa alegria sem grilhões como os santos de Deus, aparecerá com maior constância. Passaremos a sentir a realização e satisfação provenientes do progresso espiritual real.
