A expressão “honestidade é a melhor norma” não é apenas uma frase feita. Trata-se de uma lei moral cujos benefícios podem ser comprovados, tanto para o nosso bem como para o de outros.
Por exemplo, como reagimos quando um contrato é rompido? Em geral, ambas as partes sentem-se profundamente prejudicadas. Quando ocorre uma infração, muitas vezes há amarga e irada troca de palavras. A cena pode tornar-se desagradável. Quando os malentendidos surgem, servem para nos alertar que não estamos pensando ou agindo de maneira cristã. Devemos parar e pensar. Estamos obedecendo à lei moral? Se desejarmos falar com autoridade absoluta, será preciso que nossa integridade seja inabalável e imaculada.
Quando procedemos de modo honesto e coerente em nossos negócios, temos o direito de ficar irritados? — Não! Devemos saber que a lei onipotente de Deus está em ação e que estamos sujeitos apenas à lei do bem, a qual está sempre presente, em todo lugar. Esse reconhecimento silencioso, em meio a violenta argumentação, é oração e invoca a influência divina do Cristo sempre presente. Apesar da intensa agitação à nossa volta, podemos reconhecer a harmonia a reinar ininterruptamente, porque a autoridade de Deus é onipresente, agora mesmo, e pode ser demonstrada.
Em minha atividade profissional, proprietários de imóveis costumam fazer comigo um contrato autorizando-me a atuar como seu agente exclusivo nas vendas. Recentemente, descobri que um de meus clientes, que assinara comigo um desses contratos, vendia sua propriedade sem dar-me conhecimento disso. Telefonei-lhe e, quando lhe informei estar ciente do que ocorria, ele explodiu. Proferiu palavras de insulto contra mim e recusou-se a pagar-me sequer um centavo. Meu sangue ferveu, mas permaneci relativamente calmo. Orei. Sabia que havia trabalhado diligente e conscienciosamente para esse cliente. Sentia-me firme na compreensāo de que apenas a lei do bem me governava. Nāo obstante o que estava sendo dito, eu sabia que a lei divina da harmonia nos governava a todos. Fiquei calmo, quase sereno, em meio à tempestade. Meus pensamentos estavam tranqüilos e em paz, porque eu sabia que a justiça de Deus prevalece.
Quando desliguei o telefone, continuei a reconhecer que havia apenas uma Mente, não duas mentes em conflito; que éramos governados pela lei da integridade, e que esta fora estabelecida e era mantida pela única fonte todo-poderosa e infinita da inteligência, a que denominamos Deus.
Essa fonte do bem, que a todos e a tudo abarca, é a Mente única. Ainda que tentados pela crença de termos uma mente própria e de fulano ter a sua, devemos abandonar essa noção falsa de identidade, e em lugar dela ver numa perspectiva mais elevada a nós mesmos e a outros. As obras e os meios de ação de Cristo Jesus, o espírito de amor que ele nutria, podem servir-nos de exemplo. Capacitam-nos a compreender o que significa ter a “mente de Cristo” 1 Cor. 2:16..
A lei da integridade é a mesma lei a que Cristo Jesus obedecia. Esse conceito de uma lei que tudo permeia — a lei divina da harmonia — atingiu-me em cheio. Só a única Mente, “que houve também em Cristo Jesus” Filip. 2:5., é que estabelece a lei e a faz cumprir.
À medida que mudava minha reação ao violento discurso, passei a negar especificamente cada argumento apresentado, como eu havia aprendido na Ciência Cristã. Neguei autoridade à ganância e à avareza, sabendo que tais características não têm parte nem base na Mente única, que é a causa única. Neguei autoridade a quaisquer mentiras, mal-entendidos ou falsidades, porque Deus é Verdade, e o todo da Verdade está sempre presente. Neguei realidade à cólera e ao ódio, porque Deus é Amor e o Amor está aqui, agora. Neguei qualquer interferência na ação harmoniosa, porque Deus é Vida; a Vida é toda-ação e esse movimento harmonioso não pode ser interrompido.
Decidi manifestar somente o que era semelhante a Deus. Substituí a raiva, o medo, o orgulho ferido, pela calma, confiança, compaixão, pela humildade — qualidades derivadas de Deus, a Mente única. Agora eu sabia, com autoridade, que todos estamos sujeitos somente à lei divina da harmonia. A Sra. Eddy escreve: “Regozijemo-nos por estarmos sujeitos às divinas ‘autoridades que existem’. Tal é a verdadeira Ciência do ser. Toda e qualquer outra teoria sobre a Vida, ou Deus, é enganosa e mitológica.” Ciência e Saúde, p. 249.
Alguns dias após, o advogado de meu cliente telefonou, marcando uma hora para ver-me. Quando chegou, disse: “Estou aqui para fazermos um acordo.” Negociamos um acordo e, dentro de quatro semanas, enviou-me um cheque. Não esperei passivamente. Mantive-me imbuído da compreensão de que havia integridade governando a situação. Eu sabia ser meu direito e minha obrigação negar elementos malsãos tais como ganância, egoísmo e falsidades, que pretendiam separar-nos de nossa Mente única, ou Verdade.
No mesmo dia em que houve a discussão com esse cliente, recebi um telefonema de outro. Tínhamos também um contrato exclusivo, que vigorava havia mais de um ano. Até aquela data eu não conseguira vender a propriedade dele, apesar de ter sido honesto e dedicado em meus esforços. O cliente me informou estar numa situação que lhe permitiria vender a propriedade diretamente. Ora, conforme nosso contrato, ele obrigara-se a pagar minha comissão, mesmo que eu não lhe houvesse apresentado o comprador. Perguntou-me qual seria minha posição, com respeito ao contrato.
Enquanto eu falava, dei-me conta da atuação do poder onipotente, onipresente e onisciente de Deus, poder ativo e que a todos governa harmoniosamente. Em silêncio regozijei-me com a evidência da lei de Deus em ação nas nossas atividades humanas. Fiquei profundamente grato pelo telefonema e pela honestidade e integridade desse cliente. Foi um belo momento, vindo exatamente no mesmo dia e pouco após o telefonema anterior. Eu sabia que tudo estava bem em ambos os casos. Reduzi minha comissão ao que julguei ser justo para com todos os envolvidos. O cliente concordou e enviou-me um cheque.
Nos dois casos, os resultados deram provas positivas de que, na Ciência, a harmonia sempre reina. Semelhantes experiências ilustram a necessidade de estarmos alerta em defender nosso santuário, nossa consciência, onde Deus governa soberano por intermédio de Seus atributos, um dos quais é integridade. Não podemos permitir que qualquer tipo de disputa destrua nossa integridade, ou interrompa nossa paciente persistência na demonstração de que a onipotência tem todo poder, que o homem reflete somente o poder de Deus e que obedece apenas às Suas leis.
O Senhor é a minha luz e a minha salvação;
de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza
da minha vida; a quem temerei?
Salmos 27:1
 
    
