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Pôr um freio ao crime

Da edição de abril de 1986 dO Arauto da Ciência Cristã


O segundo livro dos Reis conta que o servo de Eliseu, o profeta, saindo certa manhã, constatou que o rei da Síria tinha enviado cavalos e carros e havia cercado a cidade durante a noite. Amedrontado, o servo disse ao patrão: “Ai! meu senhor! que faremos?” Essas novidades perturbadoras não causaram impressão em Eliseu, pois este declarou com convicção: “Não temas; porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles.” Eliseu orou para que se abrissem os olhos de seu servo. “O Senhor abriu os olhos do moço, e ele viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu.” Ver 2 Reis 6:8–17.

Que aconteceu? Modificou-se materialmente a cena, ou teria havido modificação na maneira de ver do servo? Graças à oração de Eliseu, o jovem foi capaz de ver a situação do ponto de vista do profeta — com a certeza que incluía a proteção e a força que provêm do reconhecimento da totalidade e proximidade de Deus.

Contemplamos nossa cidade com olhares temerosos e a vemos repleta de perigos, vício, imoralidade, crime, e estamos, no meio dela, medrosos, desanimados, sem saber como nós e outros sobreviveremos? Tal como o servo de Eliseu, necessitamos de que se nos abram os olhos. Necessitamos de oração, e de visão como a de Eliseu, para reconhecer que a verdade do que tal como revelada na Ciência Cristã, é mais poderosa e real do que a manifestação da mortalidade e da materialidade, aparentemente a rodear-nos. Num parágrafo que segue o título marginal “Visão que se abre”, a Sra. Eddy diz-nos: “Despojar o pensamento daquilo em que erradamente confia e dos testemunhos materiais, para que os fatos espirituais do ser possam aparecer — eis o grande conseguimento por meio do qual eliminaremos o falso e daremos lugar ao verdadeiro.” Ciência e Saúde, p. 428.

De minha casa, vejo a cidade além do porto e posso, por assim dizer, ouvir seu constante palpitar. À noite, muitas vezes, antes de me recolher, vou para a sacada e como que ponho a cidade na cama — aconchego-lhe os cobertores — com o reconhecimento de que a bondade de Deus está sempre presente para protegê-la, guiá-la e governá-la. Muitas vezes, penso nas seguintes palavras do Christian Science Hymnal;

Por trás da origem nebulosa,
Por entre as sombras Deus está,
E a todos Sua proteção dá.Hymnal, n° 258.

Ou, no pensamento compassivo de outro hino:

Por entre a multidão passou,
O Cristo Salvador;
Com leve toque sanador
O fraco restaurou.Hinário, n° 96.

Reconheço que este mesmo Cristo Salvador acompanha nas rondas aqueles a quem se confiou a proteção da cidade. Certo dia, mencionei a outra estudante esse meu hábito de pôr a cidade na cama. Na manhã seguinte ela me telefonou que havia ficado tão impressionada com a idéia, que despertou dizendo “bom dia” — isto é, orando pelo bairro residencial onde mora, o que fizera com que se sentisse útil.

Na sociedade atual, muitas pessoas dedicam sua vida ou grande parte de seu tempo e de seus recursos a trabalhos de benemerência e obras sociais. A Sra. Eddy dava apoio ativo e fazia consideráveis doações para muitas causas meritórias. Mas não ficava só nisso. Conquanto louváveis as boas obras que podem ser vistas, mais necessária é a boa obra invisível, embora nem sempre reconhecida, cujos efeitos se fazem sentir — a oração regeneradora. De que outro modo, a não ser pela oração, podem os Cientistas Cristãos levar a efeito o que a Sra. Eddy prediz em Ciência e Saúde: “... os que discernem a Ciência Cristã, porão um freio ao crime. Ajudarão a expulsar o erro. Manterão a lei e a ordem, e aguardarão alegremente a certeza da perfeição final.” Ciência e Saúde, p. 97.

Tive uma experiência que me despertou para a maior necessidade de manter a lei e a ordem em minha própria consciência, de maneira que aquilo que parecia ser provação e tribulação se converteu em bênção, por causa da valiosa lição que disso aprendi. Enquanto eu estava ausente de casa, despertei na manhã do Ano Novo com o pensamento angelical “restaurarei o que o gafanhoto devorou” — o que faz lembrar um versículo de Joel: “Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador.” Joel 2:25. Que bom pensamento para iniciar com ele o novo ano! Mas seu significado era maior do que eu imaginava, pois mais tarde, naquela manhã, recebi um chamado da polícia da cidade em que eu morava. Informaram que nossa casa havia sido assaltada, alguns bens haviam sido levados e o estofamento de todas as poltronas da sala fora retalhado. Devido à mensagem angelical de que eu ainda me lembrava, a promessa de restauração predominou em meu pensamento mais intensamente do que qualquer desalento ou raiva. A eficácia da mensagem angelical provou ter efeito imediato. Os assaltantes foram presos mais tarde, naquela manhã, num carro furtado, e todos os bens que haviam sido levados, não só de nossa casa mas também de outras doze casas invadidas durante o período de feriados, foram recuperados pela polícia.

Ao chegar em casa, bastaram só três horas para colocar as coisas em ordem. Os danos causados às poltronas da sala foram um problema maior. O preço do conserto era elevado e eu não tinha seguro que o cobrisse. No entanto, apaguei-me à mensagem angelical de restauração e contratei a restauração dos móveis. Quase na mesma hora, recebi uma importância inesperada, superior à necessária para pagar o conserto.

Assim, todas as necessidades humanas haviam sido maravilhosamente atendidas. Mas eu ainda aguardava a terna lição final que, sabia, me seria ministrada pelo Amor divino. Posteriormente, naquele mesmo mês, a lição veio na forma dos versículos finais das citações bíblicas, numa reunião de quarta-feira à noite. O tema era restituição, e o Primeiro Leitor leu a narração de Marcos sobre um homem cego curado por Cristo Jesus (ver o capítulo 8). O versículo 25 conclui, dizendo: “Ficou restabelecido; e tudo distinguia de modo perfeito.”

Quase saltei de contente! Aí estava a terna lição, a de eu distinguir com clareza a perfeição de todo homem! Talvez eu pensasse estar vendo meu próximo espiritualmente — totalmente íntegro, o amado de Deus. Mas eu também pensara que havia outros considerando a sociedade doente, indigna de confiança, perigosa. A exigência é a de ver cada indivíduo claramente tal como ele é, em realidade, o reflexo da Mente única, perfeita.

O mais potente mantenedor da lei em nossa comunidade é o metafísico alerta cujas orações constantes anulam a sugestão de que o mal possa roubar ao homem sua integridade; furtar sua inocência; matar sua paz e liberdade; subtrair-lhe a honra e a dignidade que lhe foram dadas por Deus. Despertar para a necessidade de orar — de trabalhar metafisicamente — em prol da comunidade, pode vir em resultado de um desafio, tal como esse que contei aqui. Mas há recompensa numa percepção espiritual maior de como cumprir o requisito de pôr “um freio ao crime”, de “manter a lei e a ordem”, mediante oração e visão espiritual.

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