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O que se aprende com a ressurreição do Mestre

Da edição de abril de 1986 dO Arauto da Ciência Cristã


A ressurreição, ou renovação espiritual, é um acontecimento natural, prático, contínuo em nossa jornada rumo a uma completa compreensão da totalidade e supremacia de Deus. Como o explica o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy, a interpretação metafísica de ressurreição é: “A espiritualização do pensamento; uma idéia nova e mais elevada da imortalidade, ou existência espiritual; a capitulação da crença material ante a compreensão espiritual.” Ciência e Saúde, p. 593.

Cada cura, cada vitória sobre o mal, ainda que pareça pequena, promove a espiritualização do nosso pensamento e, conseqüentemente, nossa ressurreição da matéria. Nesse processo contínuo há alegria, acompanhada das asseverações angelicais do amor e da onipotência de Deus, bem como da comprovação cada vez maior da identidade espiritual do homem e sua unidade com seu Pai-Mãe Deus.

Ao pensar na ressurreição, naturalmente nos voltamos ao exemplo supremo de nosso Mestre, Cristo Jesus. Ao compreendermos mais profundamente a experiência dele, adquirimos maior confiança quanto à maneira de tratar os desafios que, quando conquistados, nos fazem avançar diariamente em nossa própria ressurreição. O livro-texto diz o seguinte a respeito dos discípulos imediatos de Jesus: “A ressurreição dele foi também a ressurreição deles. Ajudou-os a elevarem-se, como também aos outros, da apatia espiritual e da crença cega em Deus, até a percepção das possibilidades infinitas.” Ibid., p. 34. À medida que compreendemos melhor a ressurreição de Jesus, não se poderia dizer o mesmo de nós, seguidores do Cristo nos dias de hoje?

Antes de sua ressurreição, o que é que rodeava Jesus? A tumba arranjada por José de Arimatéia. O portal de pedra havia sido colocado com muito cuidado, por razões de segurança. Havia soldados de guarda, por ordem dos chefes dos sacerdotes. No interior da tumba, uma escuridão total, provavelmente o frio, o silêncio, a solidão.

“O recinto solitário do túmulo ofereceu a Jesus um refúgio contra seus inimigos, um lugar para resolver o grande problema do ser”,Ibid., p. 44. explica Ciência e Saúde. Dizer de um túmulo que é um refúgio, nos proporciona indubitavelmente uma visão espiritualmente esclarecida da situação de Jesus. Talvez, ao nos defrontarmos com um desafio ou uma provação que nos tire de nossa rotina normal, possamos compreender que há em nossa reclusão um período de refúgio durante o qual podemos dar um passo adiante em resolver “o grande problema do ser”.

Se aceitarmos a mentira de que cessaram para nós as oportunidades, a felicidade, o vigor, a inteligência, a saúde, talvez nos sintamos cativos, como que num túmulo. Como efeitos de tal crença falsa talvez haja desemprego, tristeza, doença ou medo, para só mencionar alguns. Podemos, porém, compreender que essas pretensões são fúteis e inócuas, porque Deus é o único poder. Podemos reivindicar com veemência e vigilância nossa liberdade como idéia divina de Deus, sabendo que não podemos ser afetados nem restringidos por crenças mortais.

“O que é que pareceria como pedra colocada entre nós e a manhã da ressurreição?” pergunta a Sra. Eddy em Miscellaneous Writings, e responde: “É a crença de que há mente na matéria. Só podemos chegar à ressurreição espiritual ao abandonarmos a antiga consciência de que existe Alma nos sentidos.” Mis., p. 179.

Portanto, abandonemos os hábitos antigos de pensar como mortais. Uma vez que Deus, a Alma, não reside nos sentidos materiais, o homem espiritual, nosso verdadeiro eu, não é sensual nem é afetado pela matéria. Porque a Mente divina não está na matéria, nossa inteligência não está limitada pelas assim chamadas leis de limitações. Devido a que Deus, o grande criador, criou o homem, o homem é a grande criação de Deus. O homem não é material, e, sim, espiritual. Aceitemos, vivamos e amemos essas razões. Reivindiquemos vigorosamente que o homem é livre. E comprovemo-lo por meio de regeneração sincera e cura espiritual.

Às vezes parece que nosso pensamento fica obscurecido por experiências parecidas à da tumba. Mas onde poderia existir escuridão perante a totalidade da Vida divina? Deus, a Verdade, a Palavra, é Luz: eterna, sempre presente, toda-poderosa. A Verdade dissipa a crença em escuridão mental. A ordem do criador, de que haja luz, elimina toda sugestão de escuridão, porque o universo é iluminado pelo Amor sempre presente, que enche todo o espaço.

As crenças mortais pretendem provocar frialdade, dureza, inflexibilidade. Podemos imediatamente ver que a frialdade desmente o calor do Amor divino manifestado na eterna presença do Consolador divino. A Ciência Cristã ensina que no reino de Deus não há pretensão de teimosia ou dureza, porque a harmonia da Alma, o vigor e a flexibilidade da Vida, a inteligência e o frescor da Mente reinam supremos. E o homem ama a atmosfera cálida e vivificante do Espírito.

Silêncio ... ausência de comunicação com os outros. Talvez tivesse sido esse, pelo menos em parte, o refúgio encontrado por Jesus, isto é, a oportunidade de deixar de ouvir o escárnio, a resistência, a traição, da mente carnal. Ao escutar em silêncio, em oração, a Deus, Àquele que é divino em suas comunicações, podemos silenciar as sugestões mentais agressivas que pretendem captar nossa atenção. Quando nos refugiamos com os pensamentos angelicais de Deus e escutamos, esses anjos nos falam em nossa natureza espiritual, nossa perfeição, pureza, alegria, beleza, integridade, em nossa capacidade de refletir Deus eternamente.

A pretensão de solidão pode apresentar muitos argumentos: “Ninguém entende o que acontece comigo.” “Ninguém está ao meu lado, ninguém me consola.” “Quem me poderá ajudar?” “Estou tão só.” Quem é que diz isso? Será Deus? Será o homem criado por Deus? Deus criou o homem macho e fêmea, uma idéia composta, eternamente completa e em união com Deus. Onde poderia haver solidão, no universo que consiste das inumeráveis idéias de Deus? Compreender a fraternidade espiritual do homem nos une de maneira adequada com aqueles para quem podemos ser uma bênção e que, por sua vez, podem ser uma bênção para nós. A união do homem com Deus como idéia Sua tem expressão infinita, agora mesmo.

O Evangelho de João nos conta que quando as mulheres e os discípulos viram a tumba vazia, encontraram somente a mortalha e o sudário, dobrados. Não será que a mortalha e o sudário simbolizam as crenças falsas que Jesus pôs de lado, à medida que seu pensamento captava a compreensão espiritual plena, cujo resultado foi a ressurreição? Quando foi visto mais tarde, tinha novo traje, e eram vestes novas.

Desfaçamo-nos, nós, dos falsos conceitos, e envolvamo-nos em vestes novas de inspiração e compreensão espiritual. Quando nos arrependemos e nos tornamos mais claramente cônscios de sermos a expressão espiritual de Deus, os conceitos falsos da mortalidade ficam para trás. No Apocalipse lemos: “O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas.” Apoc. 3:5.

Pelo poder do Cristo, nosso pensamento se reveste da compreensão de que o homem é a imagem e semelhança de Deus, espiritual e perfeita. Podemos prosseguir, depois de cada experiência de ressurreição, trajados de novas vestiduras, a manifestar mais claramente do que antes o domínio, a liberdade, a perfeição do homem como o filho sagrado de Deus!

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