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O mal é irreal

Da edição de abril de 1986 dO Arauto da Ciência Cristã


Magnetismo animal: termo usado na Ciência Cristã para designar o mal.

A Ciência Cristã: a revelação da totalidade de Deus, o bem, por meio da qual podemos comprovar a falsidade, a irrealidade, do mal.

Irreal, o mal? Que revelação! A Sra. Eddy escreve: “As Escrituras declaram ‘bom’ tudo que Deus fez. Portanto, se o mal existe, existe sem Deus. Na realidade, tal coisa é impossível, pois Ele fez tudo que ‘se fez’. Daí provém a revelação inevitável da Ciência Cristã, isto é, de que o mal é irreal: e essa é a melhor parte dessa Ciência.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 178.

No entanto, concordar com a revelação de que o mal é irreal e demonstrar essa irrealidade — não são a mesma coisa. O que vale não é apenas o que se diz, mas o que se aceita no mais profundo do coração.

No fundo do coração, compreendemos realmente a irrealidade do mal? Se assim for, poderemos dizer com confiança: “A Ciência Cristã me ensinou que o mal, ou o magnetismo animal, é irreal.” Tal compreensão, na medida em que for vivida, nos permitirá reconhecer e eliminar, mediante a verdade, não somente as sugestões explícitas do magnetismo animal, mas também as encobertas.

O magnetismo animal flagrante é fácil de classificar. Guerras e violência, ódio, fomes devastadoras, doenças que levam a deterioração e a morte, bem como o pecado candente, são exemplos óbvios do mal. Contudo, as sugestões sutis do mal, freqüentemente disfarçadas de nosso próprio pensamento, têm de ser enfrentadas diretamente, tanto quanto as formas mais agressivas do mal.

A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “A crença de que haja vida na matéria peca a cada passo.” Ciência e Saúde, p. 542. As formas flagrantes do mal procedem das sugestões sutis do magnetismo animal, que se escoram na crença de que existe vida na matéria.

Em Ciência e Saúde, “a exposição científica do ser” inclui esta declaração: “Tudo é Mente infinita e sua manifestação infinita, porque Deus é Tudo-em-todo.” E termina assim: “Por isso o homem não é material; ele é espiritual.” Ibid., p. 468. Tudo quanto parece inverter ou negar essa revelação é magnetismo animal, a crença malévola num poder oposto à onipotência do Espírito, Deus.

Essa crença de que a matéria tenha realidade — inteligência, vida, verdade, substância — é a essência do pretenso poder do mal. Devido a que essa crença está em geral profundamente arraigada no pensamento do mundo, temos de enfrentar radicalmente essa crença básica e má de que haja vida na matéria, a fim de dominar eficazmente o magnetismo animal. É como arrancar uma erva daninha. Não basta arrancar-lhe as folhas. É preciso arrancar-lhe as raízes. Se chegamos às raízes e as extraímos, as sementes, as folhas e os ramos sucumbem por falta de alimento.

A raiz do raciocínio errado, o qual dá ao magnetismo animal seu suposto poder, é a crença panteísta de que existe vida na matéria. Quando essa crença errônea é arrancada, todos, os seus ramos, denominados pecado, doença e morte, sucumbem com ela.

A cura pela Ciência Cristã ocorre quando um influxo do Cristo, a Verdade, traz à consciência humana a convicção da realidade espiritual e da irrealidade da matéria. Ciência e Saúde explica: “Na proporção em que a matéria perde para a consciência humana toda entidade como homem, na mesma proporção o homem se torna senhor da matéria.” Ibid., p. 369. Para curar, é essencial vencer as supostas condições da matéria.

Cristo Jesus triunfou sobre condições humanas adversas. Curou os doentes, ressuscitou os mortos, andou sobre a água e alimentou as multidões. Deu provas de que a matéria não tem entidade. Era senhor das falsas sugestões do magnetismo animal e, portanto, senhor da matéria em todas as suas formas. Jesus compreendia sua natureza espiritual. Ensinou: “Eu e o Pai somos um.”  João 10:30. A unidade do homem com Deus como semelhança Sua — eis a verdade que, uma vez compreendida, destrói a aparente realidade do mal.

Quando nos vemos acossados pela descrença do mundo no poder do Espírito, até mesmo o ódio do mundo à percepção espiritual, temos de recorrer ao fundo de nosso pensamento e examinar nossa própria convicção acerca da supremacia dos meios e caminhos de Deus. É magnetismo animal aquilo que flagrante ou sutilmente tentaria persuadir-nos da impotência do Espírito ou de nossa própria incapacidade de compreender o poder do Espírito.

Mesmo quando sabemos intelectualmente que “o homem não é material; ele é espiritual”, às vezes nos sentimos incompetentes, quando temos de enfrentar a necessidade de comprovar essa verdade. Podemos até mesmo sentir-nos tentados a recorrer a meios materias para obter cura. O magnetismo animal se apresenta sob a forma de sugestões agressivas, tais como: “Bem sei que funciona para algumas pessoas, mas não consigo comprová-lo para mim.”

Essas sugestões são os supostos disfarces com que o magnetismo animal enfrenta as forças do Espírito. São os mesmos argumentos que Jesus enfrentou durante a crucificação, quando os expectadores escarneciam, dizendo: “Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar-se.”  Marcos 15:31. Se Jesus tivesse dado atenção às exclamações de seus inimigos, ou se meramente se desse ao trabalho de salvar a si mesmo dessa experiência, o mundo não teria recebido o exemplo inegável de vida imorredoura que Jesus nos proporcionou.

Os Cientistas Cristãos de hoje têm de enxergar além das doenças ameaçadoras que há no mundo e, mesmo, da morte, para verem a vida sempre presente e eterna. Não precisam proceder como o homem que assistia pela primeira vez a um jogo de futebol e foi-se embora quando terminou o primeiro tempo, porque os jogadores haviam-se retirado do campo, e o tabuleiro indicava que seu time perdera.

O êxito espiritual vem de permanecer e testemunhar a conclusão inevitável de que a matéria não tem entidade. Como se pode prová-lo? Não com retroceder à crença na matéria, sob qualquer forma. Não com recorrer a meios materiais para obter a salvação que só o Espírito proporciona. Agir dessa maneira significaria ceder à pretensão do magnetismo animal, a de perpetuar sua própria mentira de que o mal é real. Mas ceder à lei divina por meio da obediência a Deus, lutar, por meio do discipulado cristão, para expressar em maior medida a natureza divina — isto sim, conduz ao êxito em comprovar que o homem é espiritual.

Muitas vezes as pessoas não têm maior êxito em enxergar a irrealidade da matéria porque não conseguem conceber que o homem seja espiritual, senão como uma idéia futurista. É como se pensássemos que nosso eu espiritual estivesse à nossa espera em algum outro lugar no tempo ou no espaço. Mas o eu espiritual do homem é o único eu que existe, e está aqui, neste mesmo instante.

Quando reconhecemos nossa identidade espiritual, verificamos que nossa noção errada de identidade como entidade material, pode ser posta de lado. A noção errada provém de nos vermos com as lentes da matéria. Quando olhamos nossa identidade com as lentes do Espírito, a visão errada, material, desaparece. Vermo-nos como idéia espiritual agora, é vislumbrar o homem espiritual que Jesus contemplava quando curava tão rapidamente. É esse panorama espiritual o que o magnetismo animal quer obscurecer.

Em vez de contemplar um eu material e lutar para transformá-lo em um eu espiritual, o que se necessita é denunciar a pretensão do magnetismo animal a sussurrar que não conseguimos entender a identidade espiritual. Enquanto essa mentira não for posta a descoberto como a mentira que é, enquanto não for negada e eliminada, a pobre humanidade continuará cativa do sentido material. Esse esforço, no entanto, não precisa nos assoberbar. Quando multiplicamos por zero, seja qual for o tamanho do número que usemos, o resultado é sempre zero. Assim se dá com o magnetismo animal. O resultado é sempre a irrealidade.

A Ciência Cristã elimina o pretenso poder do mal, não com uma grande batalha contra uma realidade malévola ou material, mas com a revelação do Espírito, o bem, que é onipresente, onipotente e onisciente. A verdade do poder de Deus, compreendida e demonstrada, mesmo aos poucos, desarma proporcionalmente o magnetismo animal, e o expulsa do pensamento da humanidade.

Quando reconhecemos o poder de Deus e enchemos nosso pensamento da verdade desse poder, não sobra lugar para a crença na realidade do mal. O coração convicto do bem não pode ser intimidado pelas suposições do mal, pois o coração convicto do bem recebe o apoio do Próprio Deus.

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