Em nenhuma ocasião talvez um solteirão se sentisse mais solitário do que quando visitasse acampamentos de famílias. Notei-o há alguns anos, quando fui acampar com alguns amigos. Ao passear por entre vários grupos de famílias, eu via crianças brincando por todos os lados, perto dos pais, enquanto estes se ocupavam em acender o fogo e preparar a comida. E eu me sentia completamente isolado.
Enquanto eu prosseguia no passeio, decidi orar. Ao estudar Ciência Cristã, eu aprendera que Deus ama a todos os Seus filhos imparcialmente. Esperava que Deus me enviasse um pensamento consolador e sanador, e fiquei atento. Alguns momentos mais tarde, lembrei-me destas conhecidas palavras de Cristo Jesus (João 12:32): “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo.” Compreendi que Jesus se referia ao Cristo, seu eu espiritual, e quase imediatamente esta descrição do Cristo, em Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy, me veio à memória (p. 331): “a idéia espiritual de filiação”.
Os dois pensamentos inspirados me mostraram a maneira de não mais sentir-me isolado. Resolvi elevar, ou reconhecer, admitir e apreciar, a idéia espiritual de filiação — a verdade espiritual de que todos nós somos uma só família, e que Deus, o Espírito, é nosso verdadeiro Pai-Mãe. Afirmei, enquanto caminhava, que ninguém está excluído da família de Deus, pois Deus é Amor. Ao pensar nisso, senti-me melhor. E logo depois aconteceu algo interessante.
Aproximei-me do lugar onde algumas crianças brincavam num balanço. Um menino me pediu que o embalasse. Logo me encontrei a embalar a todos eles, como se fôssemos velhos amigos. Estivemos nisso por quase uma hora e, naquela noite, eles me convidaram para ir ter com eles e contar-lhes histórias antes de eles irem dormir. Todos nos sentimos como se pertencêssemos a uma grande família. No dia seguinte levei a cada um deles um presentinho, mas eles também haviam tido a mesma idéia, haviam juntado um dinheirinho e me haviam comprado um presente. E depois, tiradas fotos e havendo-nos despedido com fortes abraços, voltamos todos para nossas casas.
Quando cheguei em casa, notei que eu não havia anotado o sobrenome deles. O funcionário que tomava conta do acampamento também não sabia como identificá-los. Fiquei muito desapontado. Como iria encontrar de novo aquelas crianças? Com uma aguda sensação de perda, voltei-me a Deus e perguntei: “Por que é que as coisas tinham de terminar assim?”
Às vezes ouvimos do amor de Deus num hino conhecido ou num versículo da Bíblia. Mas de vez em quando Sua presença eterna se faz notar em palavras que ouvimos em pensamentos. Dentro de segundos, recebi a resposta. E foi inesquecível. “Você crê que viu sete crianças — sete feições diferentes. Na realidade, você viu uma face só, o rosto do Amor, manifestado de maneiras individuais. Onde quer que você esteja, procure Meu rosto e jamais se sentirá de novo solitário.”
Naquele momento, toda a minha tristeza desapareceu, e em lugar dela sobreveio-me alegre expectativa. E nos meses seguintes realmente encontrei com freqüência o rosto do Amor. Certa noite, depois de contar este testemunho, numa reunião de testemunhos de quartasfeiras, de uma filial da Igreja de Cristo, Cientista, fui aprensentado a uma nova amiga, a qual viu no meu rosto a face do Amor. Logo depois nos casamos, e passei a ter duas enteadas que também se beneficiaram dessa união.
A Ciência Cristã me ensinou que não há solidão no plano de Deus para ninguém. Como Deus é nosso Pai-Mãe, sempre haverá alguém que nos queira bem. Não foi isso o que Jacó descobriu, quando se reuniu a seu irmão, Esaú? Jacó resumiu tudo isso para nós, ao dizer (Gênesis 33:10): “Vi o teu rosto como se tivesse contemplado o semblante de Deus; e te agradaste de mim.”
Framingham, Massachusetts, E.U.A.
Sou a mulher de David. Conheci David depois de ele dar esse testemunho e temos uma família muito feliz. As minhas filhas se afeiçoaram a David com muito carinho, e ele as quer muito bem. Estamos todos muito gratos à Ciência Cristã.
 
    
